Os Sinais da Segunda Vinda de Cristo: Entre o Arrebatamento e a Manifestação em Glória

A Pergunta dos Discípulos e a Resposta de Jesus

Em Mateus 24.3, os discípulos se aproximaram de Jesus no Monte das Oliveiras e lhe perguntaram: “Dize-nos, quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Essa pergunta reflete a curiosidade e a preocupação dos discípulos em entender os eventos futuros relacionados ao retorno de Cristo. Na resposta de Jesus, é notável que Ele não separa claramente o arrebatamento da igreja de sua manifestação em poder e glória. Em vez disso, Ele descreve uma série de eventos que ocorrerão ao longo do tempo e que culminarão na sua segunda vinda.

Jesus começou a sua resposta alertando sobre o engano religioso, enfatizando que muitos viriam em seu nome, dizendo ser o Cristo, e enganariam a muitos. Ele mencionou que ouviriam falar de guerras e rumores de guerras, mas que não se alarmassem, pois essas coisas deveriam acontecer, mas ainda não seria o fim. Ele prosseguiu detalhando que nações se levantariam contra nações e reinos contra reinos, além de mencionar fome, pestilências e terremotos em vários lugares. Esses eventos seriam apenas o princípio das dores.

À medida que a narrativa de Mateus 24 avança, Jesus descreve uma intensificação dos sinais, culminando na grande tribulação. Durante esse período, a perseguição aos cristãos aumentará, e haverá uma intensificação de ataques terroristas, guerras, revoluções e desastres naturais como terremotos. Jesus também falou sobre falsos profetas que surgiriam e enganariam a muitos, e sobre o aumento da iniquidade, que esfriaria o amor de muitos. No entanto, Ele também deu uma palavra de esperança, afirmando que aquele que perseverar até o fim será salvo.

A resposta de Jesus aos discípulos, portanto, não apenas satisfaz a curiosidade deles, mas também serve como um guia para todos os crentes, preparando-os para os desafios vindouros e incentivando-os a manterem-se firmes na fé, independentemente das adversidades que possam enfrentar.

A Intensificação dos Sinais: Terremotos e Desastres Naturais

A profecia de Jesus em Lucas 21:11 menciona que “haverá grandes terremotos em vários lugares”, indicando que esses eventos são sinais precursores de sua segunda vinda. No entanto, não são as ocorrências individuais desses terremotos que apontam diretamente para esse evento, mas sim a intensificação deles ao longo do tempo. Nas últimas décadas, tem-se observado uma proliferação e um aumento na magnitude dos terremotos, não apenas em regiões historicamente suscetíveis devido ao deslocamento das placas tectônicas, mas também em áreas inesperadas, como o Brasil.

Historicamente, o Brasil não é conhecido por sua atividade sísmica significativa, devido à sua localização distante das bordas tectônicas. No entanto, tem havido relatos crescentes de tremores perceptíveis em várias regiões do país, levantando questões sobre a mudança de padrões sísmicos globais. Essa intensificação não se limita apenas aos terremotos, mas também a outros desastres naturais como furacões, enchentes e incêndios florestais, que têm aumentado em frequência e severidade.

Essa tendência tem sido interpretada de diferentes maneiras. Ateus, agnósticos e teólogos liberais frequentemente atribuem esses fenômenos ao aquecimento global e às mudanças climáticas, apontando para a degradação ambiental como a causa principal. Para eles, a intensificação dos desastres naturais é uma consequência direta das ações humanas sobre o meio ambiente, não uma indicação de eventos escatológicos. Eles argumentam que avanços tecnológicos e políticas ambientais adequadas poderiam mitigar esses desastres.

Por outro lado, a visão bíblica vê esses eventos como sinais escatológicos, confirmando as profecias de Jesus sobre os tempos do fim. Para os crentes, a intensificação dos terremotos e outros desastres naturais é um cumprimento das escrituras, reforçando a iminência da segunda vinda de Cristo. Essa perspectiva é fundamentada na crença de que esses sinais são parte do plano divino e que eles servirão como um alerta para a humanidade se preparar espiritualmente.

Portanto, independentemente da interpretação, a intensificação dos terremotos e desastres naturais é um fenômeno amplamente reconhecido, suscitando reflexões profundas sobre nossas ações e crenças em relação ao futuro da humanidade e do planeta.

Outros Sinais Apocalípticos: Fomes, Epidemias e Coisas Espantosas

As profecias de Jesus sobre os sinais da sua segunda vinda são vastas e abrangem uma série de eventos apocalípticos. Entre esses sinais, destacam-se fomes, epidemias e o que Ele chamou de ‘coisas espantosas’. A fome, um dos indicadores mais claros, tem sido um flagelo recorrente ao longo da história humana. No contexto das profecias, a fome não só implica a escassez de alimentos, mas também reflete crises econômicas, guerras e desastres naturais que comprometem a produção e distribuição de recursos essenciais.

As epidemias, por sua vez, representam outro sinal crucial. Doenças devastadoras têm assolado a humanidade periodicamente, e a era moderna não é exceção. A pandemia de COVID-19 é um exemplo contemporâneo que ressalta a vulnerabilidade global diante de novas doenças. Essas epidemias, conforme predito, se manifestam como parte dos sinais que antecedem a volta de Cristo, sendo vistas por muitos como uma evidência do cumprimento das profecias bíblicas.

O conceito de ‘coisas espantosas’, mencionado por Jesus, abre um leque de interpretações que incluem catástrofes naturais como furacões, tufões, tornados, erupções vulcânicas e quedas de meteoros. Esses eventos, embora naturais, são frequentemente percebidos como sinais do fim dos tempos devido à sua intensidade e frequência crescentes. A análise dessas ‘coisas espantosas’ sugere uma ampliação da interpretação dos sinais profetizados, alinhando-se com a abordagem do apóstolo Paulo em Gálatas 5.21, que menciona “coisas semelhantes”, indicando que nem todas as manifestações seriam explicitamente listadas, mas que eventos de natureza semelhante poderiam ser esperados.

Esses sinais apocalípticos, portanto, compõem um cenário complexo que, segundo as escrituras, prepara o caminho para a segunda vinda de Cristo. A interpretação desses eventos como parte das profecias bíblicas reforça a vigilância e a preparação espiritual daqueles que aguardam a manifestação em glória do Salvador.

A Angústia das Nações e a Grande Tribulação

De acordo com Lucas 21.25, a angústia das nações se manifestará através da perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Este versículo tem sido objeto de diversas interpretações, especialmente no contexto da grande tribulação e da iminente aparição de Jesus Cristo com poder e grande glória. Atribuir a angústia das nações a eventos naturais catastróficos é uma abordagem comum, exemplificada pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004 no Oceano Índico. Este sismo provocou um tsunami devastador, resultando em uma destruição massiva e na morte de centenas de milhares de pessoas, o que ilustra a magnitude da angústia e perplexidade que podem ser esperadas.

Eventos como o tsunami de 2004 são frequentemente interpretados como precursores ou sinais da grande tribulação. De acordo com a visão apocalíptica, tais desastres naturais são apenas um vislumbre do que ocorrerá durante o julgamento final de Deus, conforme descrito em várias passagens do livro de Apocalipse. Por exemplo, Apocalipse 6.12 menciona um grande terremoto acompanhado de sinais celestes; Apocalipse 8.5 fala de trovões, relâmpagos e terremotos; Apocalipse 11.13 e 19 descrevem terremotos e grandes calamidades que afligem a Terra; e Apocalipse 16.18 relata um terremoto tão grande como nunca houve desde que há homens sobre a Terra.

Esses textos bíblicos sugerem que a angústia das nações será intensificada por eventos naturais catastróficos, culminando na manifestação de Jesus Cristo em glória. A interpretação desses sinais como indicativos da segunda vinda de Cristo é frequentemente debatida entre teólogos, mas a concordância geral é que tais eventos são manifestações do julgamento divino e um prenúncio da redenção final. Assim, o bramido do mar e das ondas, combinado com a angústia global, pode ser visto como uma antecipação dos eventos apocalípticos que estão por vir, conforme a profecia bíblica.

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