(Noyon, França, 1509 — Genebra, Suíça, 1564) – Teólogo francês fundador da corrente do protestantismo que leva seu nome (calvinismo). Assim como foi Lutero na Alemanha, Calvino teve grande influência na implantação e divulgação do protestantismo na França e na Suíça, mais especificamente em Genebra, cidade onde refugiou-se das perseguições e estabeleceu um governo baseado em ideais protestantes. A influência de seus ensinos propagou-se por onde quer que tenham chegado os ares da Reforma.
A Reforma da igreja é obra de Deus e tão independente de esperanças e opiniões humanas quanto a ressurreição dos mortos ou qualquer milagre dessa espécie. Portanto, no que tange à possibilidade de fazer algo em favor dela, não se pode ficar esperando pela boa vontade das pessoas ou pela alteração das circunstâncias da época, mas é preciso irromper por entre o desespero. Deus quer que seu evangelho seja pregado. Vamos obedecer a esse mandamento, vamos para onde ele nos chama. O sucesso não é da nossa conta.
Quanto mais a pessoa cresce em graça, mais deve ter medo da cair.
Querer é humano; querer o que é mau é próprio da natureza decaída, mas querer o que é bom é próprio da graça.
Se queremos evitar a filosofia natural insensível, precisamos sempre começar com este princípio: tudo na natureza depende da vontade de Deus, e todo o curso da natureza é apenas o efeito contínuo de suas ordens. João Calvino
Deus não pode renunciar a seu atributo de ouvir a oração, tanto quanto ao atributo de sua existência.
Que melhor guia poderemos encontrar para oração além do exemplo do próprio Cristo? Ele se dirigiu diretamente ao Pai. O apóstolo nos mostra o que devemos fazer, quando diz que Ele endereçou Suas orações Àquele que era capaz de livrá-lO da morte. Com isso ele quer dizer que Cristo orou corretamente, visto que recorreu ao Deus que é o único Libertador.
A oração é o antídoto para todas as nossas aflições.
O Senhor não brilha sobre nós, exceto quando tomamos sua Palavra como nossa luz.
O evangelho é a clara manifestação do mistério de Cristo.
Todo o mundo está destinado a submeter-se à obediência a Cristo.
Onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida com pureza, ali existe uma igreja de Deus, mesmo que ela esteja repleta de falhas.
A infidelidade é sempre cega.
Nossa incredulidade é a única coisa que impede Deus de nos satisfazer larga e abundantemente com todas as coisas boas.
Em toda a arquitetura de seu universo, Deus nos imprimiu uma clara evidência de sua eterna sabedoria, munificência e poder (…). O mundo foi fundado com esse propósito, a saber: para que servisse de palco à glória divina.
Ah, quão proveitoso será para o homem que, reconhecendo que não é dono de si, negue à sua razão o senhorio e o governo de si mesmo e o confie a Deus!
A vontade de Deus é a regra pela qual devemos regulamentar todos os nossos deveres.
Seja qual for a maneira em que Deus se agrada em socorrer-nos, ele não exige nada mais de nós senão que sejamos agradecidos pelo socorro e o guardemos na memória.
Se porventura desejamos lograr algum progresso na escola do Senhor, devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade. João Calvino
Os erros jamais podem ser arrancados do coração humano, enquanto não for nele implantado o verdadeiro conhecimento de Deus.
Visto então que Deus por si só não poderia provar a morte, e que o homem por si só não poderia vencê-la, Ele tomou sobre Si a natureza humana em união com a natureza divina, para que sujeitasse a fraqueza daquela a uma morte expiatória, que pudesse, pelo poder da natureza divina, entrar em luta com a morte e ganhar para nós a vitória sobre ela.
Deus, o Artífice do universo, se nos patenteia na Escritura; o que Dele se deva pensar, nela se expõe, para que não busquemos por veredas ambíguas alguma deidade incerta.
Os sofrimentos desta vida longe estão de obstruir nossa salvação; antes, ao contrário, são seus assistentes.
A mortificação da carne é a vivificação do espírito.
O Fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Desse fato depende nossa vocação, nossa fé, a concretização de nossa salvação.
Não oraremos de uma maneira correta a menos que a preocupação por nossa própria salvação e zelo pela glória de Deus sejam inseparavelmente entrelaçados em nossos exercícios.
Nós estamos conscientes de nossas próprias debilidades, e desejamos desfrutar a proteção de Deus, aquele que pode manter-nos invencíveis diante de todos os assaltos de Satanás.
Não busquemos a causa em parte alguma, senão na vontade divina.
Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas; levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus.
A causa eficaz de fé não é a perspicácia de nossa mente, mas vocação de Deus.
Nós sabemos por experiência que o canto tem grande força e vigor para mover e inflamar os corações dos homens, a fim de invocar e louvar a Deus com um mais veemente e ardente zelo.
Seja o que for que Deus tenha que fazer, inquestionavelmente o fará, se ele o tiver prometido. João Calvino
Todo crente deve ter desejo fervoroso de contar com Deus em cada momento de sua vida.
Nossa fé não tem que estar fundamentada no que nós tenhamos pensado por nós mesmos, senão no que nos foi prometido por Deus.
Deus só é corretamente servido quando sua lei for obedecida. Não se deixa a cada um a liberdade de codificar um sistema de religião ao sabor de sua própria inclinação, senão que o padrão de piedade deve ser tomado da Palavra de Deus.
Ninguém possui coisa alguma, em seus próprios recursos, que o faça superior; portanto, quem quer que se ponha num nível mais elevado não passa de imbecil e impertinente. A genuína base da humildade cristã consiste, de um lado, em não ser presumido, porque sabemos que nada possuímos de bom em nós mesmos; e, de outro, se Deus implantou algum bem em nós, que o mesmo seja, por esta razão, totalmente debitado à conta da divina Graça.
Os homens jamais encontrarão um antídoto para suas misérias, enquanto, esquecendo-se de seus próprios méritos, diante do fato de que são os únicos a enganar a si próprios, não aprenderem a recorrer à misericórdia gratuita de Deus.
Felizes, porém, são aqueles, que abraçam o evangelho e firmemente permanecem nele! Porque ele – o evangelho, fora de qualquer dúvida, é a verdade e vida.
A fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de ser não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.
Por meio da fé, Cristo nos é comunicado, através de quem chegamos a Deus, e através de quem usufruímos os benefícios da adoção.
Em virtude nosso coração incrédulo, o mínimo perigo que ocorre no mundo influi mais em nós do que o poder de Deus. Trememos ante a mais leve tribulação, pois olvidamos ou nutrimos conceitos mui pobres acerca da onipotência divina.
E devemos confiar que assim como nosso Pai nos nutriu hoje, Ele não falhará amanhã.
Para nós só a glória de Deus é legítima. Fora de Deus só há mera vaidade.
A não ser que a Palavra de Deus ilumine o caminho, toda a vida dos homens estará envolta em trevas e nevoeiro, de forma que eles inevitavelmente irão perder-se.
A Bíblia é o cetro pelo qual o Rei celestial governa sua igreja.
O evangelho não cai das nuvens como chuva, por acidente, mas é levado pelas mãos dos homens para onde Deus o enviou.
João Calvino