Contextualização de Mateus 24:5-9
No contexto de Mateus 24:5-9, Jesus Cristo descreve uma série de eventos catastróficos que ocorrerão antes de sua segunda vinda. Ele começa alertando sobre a aparição de falsos cristos, indivíduos que enganarão muitos ao se apresentarem como o próprio Messias. Este engano é um dos primeiros sinais dos tempos finais e serve como um aviso para os fiéis estarem vigilantes.
Além dos falsos cristos, Jesus menciona guerras e rumores de guerras, destacando que tais conflitos não são apenas inevitáveis, mas também um prenúncio do fim dos tempos. Ele adverte que nações se levantarão contra nações e reinos contra reinos, indicando um período de grande instabilidade política e social. Essas guerras, no entanto, não são o fim em si, mas apenas o início das dores de parto que precedem a vinda do Senhor.
Outro sinal significativo apontado por Jesus são as fomes, pestes e terremotos em vários lugares. Esses desastres naturais e crises humanitárias exacerbam o sofrimento humano e são vistos como sinais divinos da iminente mudança dos tempos. A fome e as pestes causam destruição e desespero, enquanto os terremotos, com sua força devastadora, servem como um lembrete do poder de Deus sobre a criação.
Por último, Jesus fala da perseguição que os fiéis enfrentarão por causa de seu nome. Serão entregues à tribulação, odiados por todas as nações e muitos serão mortos. Essa perseguição tem como objetivo testar a fé dos seguidores de Cristo e purificar a igreja. A experiência da perseguição é um tema recorrente nas escrituras e serve para preparar os crentes para os desafios que virão.
Compreender esses eventos mencionados em Mateus 24:5-9 é crucial para entender a razão pela qual, no versículo 10, muitos se escandalizarão, trairão e odiarão uns aos outros. Esses sinais não apenas prenunciam a vinda do Senhor, mas também revelam a intensidade e a gravidade dos tempos finais, preparando os fiéis para a realidade do que está por vir.
O Significado do Escândalo
De acordo com o Dicionário Houaiss, o termo “escândalo” refere-se a um acontecimento ou comportamento que viola normas morais, sociais ou religiosas, gerando indignação, perplexidade e revolta. Em Mateus 24:10, Jesus menciona que muitos se escandalizarão nos tempos finais, um indicativo de que tais eventos se tornarão mais frequentes e intensos. A palavra “escândalo” no contexto bíblico não se limita apenas a ações imorais ou ilegais, mas abrange também atitudes que causam tropeço na fé e na convivência social.
O escândalo, conforme descrito em Mateus 24:10, pode ser entendido como uma consequência direta da degeneração moral e espiritual da sociedade. Quando normas e valores fundamentais são desrespeitados, o tecido social se desintegra, levando à traição e ao ódio. A indignação e a perplexidade surgem como respostas naturais ao comportamento que desafia o que é considerado correto e justo.
Exemplos contemporâneos de escândalos são abundantes e ilustram bem essa realidade. Casos de corrupção política que vêm à tona, revelando abusos de poder e desvio de recursos públicos, são exemplos claros de escândalos que geram revolta popular. Outro exemplo são os escândalos religiosos, onde líderes espirituais são expostos por comportamentos que contradizem os ensinamentos que pregam, causando perda de confiança e fé entre os seguidores. Esses eventos não apenas chocam a sociedade, mas também criam divisão e desconfiança entre as pessoas.
Além disso, escândalos no meio corporativo, como fraudes financeiras e violação de direitos trabalhistas, também demonstram como a quebra de valores éticos pode ter consequências devastadoras. A indignação pública frente a tais eventos evidencia a expectativa de integridade e responsabilidade nas ações dos indivíduos e instituições. Portanto, o conceito de escândalo em Mateus 24:10 revela uma realidade atemporal, onde a quebra de normas morais e sociais continua a causar tumulto e divisão em todas as esferas da vida humana.
Mateus 24:10 destaca um cenário de traição que, segundo Jesus, se tornaria um sinal evidente dos tempos finais. Esta previsão encontra eco em vários aspectos da vida contemporânea, onde a traição se manifesta de formas diversas e perturbadoras. No contexto do casamento, a infidelidade conjugal é uma realidade crescente, muitas vezes alimentada pela facilidade de conexões extraconjugais proporcionada pela tecnologia moderna. Redes sociais e aplicativos de encontros oferecem um terreno fértil para a traição, resultando em um aumento significativo dos divórcios e desconfiança entre cônjuges.
Na sociedade em geral, a traição também se manifesta de maneira alarmante. A confiança entre amigos, que antes era um pilar sólido das relações humanas, mostra-se cada vez mais frágil. Pequenos atos de deslealdade, fofocas e manipulações corroem a integridade das relações sociais. Esse fenômeno não se limita apenas ao círculo pessoal. No ambiente corporativo, a prática de ‘puxar o tapete’, onde colegas e até superiores sabotam uns aos outros para subir na hierarquia, tornou-se quase comum. Esta atitude individualista e oportunista reflete uma erosão ética que está em sintonia com a advertência bíblica de 2 Timóteo 3:13, que alerta sobre os homens maus e enganadores que se multiplicariam nos últimos dias.
Esses comportamentos não só evidenciam a traição como um dos sinais dos tempos, conforme profetizado por Jesus, mas também sublinham uma degradação moral contínua que permeia várias esferas da vida moderna. Seja na dissolução de laços matrimoniais, na ruptura de amizades ou na deslealdade no ambiente de trabalho, a traição destaca-se como um marcador preocupante da sociedade atual. A advertência de Mateus 24:10, portanto, não apenas reflete um futuro distante, mas também uma realidade presente que nos convida a uma reflexão profunda sobre os valores e princípios que orientam nossas ações diárias.
Ódio Generalizado e a Advertência de 1 João 3:15
Em Mateus 24:10, Jesus nos alerta sobre um período de ódio generalizado, onde muitos se escandalizarão, trairão e odiarão uns aos outros. O termo “odiar” ou “aborrecer” aqui vai além de uma simples antipatia; refere-se a nutrir sentimentos profundos e injustificáveis de maldade contra o próximo. Este tipo de ódio é particularmente pernicioso, pois corrompe não apenas as relações humanas, mas também a própria alma de quem o alimenta.
A advertência de 1 João 3:15 é clara e contundente: “Todo aquele que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.” Este versículo sublinha a gravidade de abrigar tais sentimentos. O ódio, portanto, não é apenas um pecado contra o próximo, mas também uma violação da própria essência da vida eterna prometida por Deus. A mensagem é urgente e direta: o ódio é incompatível com a vida cristã e com a esperança da vida eterna.
Jesus nos exorta à vigilância e preparação para Sua volta, como indicado em Mateus 24:42-44: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” A vigilância aqui não é apenas uma espera passiva, mas uma preparação ativa, que envolve purificar nossos corações de todo ódio e maldade. Essa preparação é ilustrada de forma vívida na parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13), onde apenas aquelas que estavam preparadas com suas lâmpadas cheias de óleo foram admitidas ao banquete do noivo.
Portanto, a advertência contra o ódio e a exortação à vigilância não são meros conselhos, mas mandamentos essenciais para quem espera a volta de Jesus. Que possamos refletir sobre essas palavras e agir de acordo, cultivando o amor e a justiça em nossos corações e em nossas ações diárias.