A CEIA DO SENHOR

Uma Profunda Ordenação da Igreja


A segunda ordenança da Igreja, após o batismo, é a Ceia do Senhor, também conhecida como Santa Comunhão. Este ritual tem sido uma parte integrante do culto cristão desde os dias do ministério terrestre de Cristo, quando Ele o instituiu durante a celebração da Páscoa, na noite em que foi traído. Embora a Ceia do Senhor possa ter algumas semelhanças com rituais de outras tradições religiosas, como a Páscoa judaica e práticas de religiões antigas que envolvem refeições sacramentais, seu significado e importância vão muito além.

Existem cinco pontos-chave a serem destacados em relação a esta ordenança:

a) Comemoração : Conforme as instruções de Jesus, os cristãos participam da Comunhão em “memória” dEle (Lucas 22.19,20; 1 Coríntios 11.24,25). No entanto, o termo “lembrança” (gr. anamnêsis) não deve ser entendido apenas como gravação no sentido comum, mas como ação de trazer um evento do passado para o presente, preservando sua potência e vitalidade originais. Assim, registramos a morte de Jesus como o evento culminante de Seu ministério, que nos redimiu por meio de Seu sacrifício expiatório.

b) Instrução : A Ceia do Senhor é uma lição objetiva que destaca os dois fundamentos do Evangelho: a encarnação e a expiação. Ao partilhar o pão, lembramos a encarnação de Cristo, que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1.14). Através do vinho, refletimos sobre a expiação, que ocorreu com a separação do corpo e da vida, e a separação da carne e do sangue de Cristo. O pão partido representa a necessidade de Sua morte para alimentar as almas famintas, enquanto o vinho derramado simboliza a purificação e vivificação que Ele oferece às almas carentes.

c) Inspiração : Os elementos da Ceia, especialmente o vinho, nos lembramos que, pela fé, podemos nos tornar participantes da natureza de Cristo e ter comunhão com Ele. Ao participar do pão e do vinho, somos reafirmados na nossa capacidade de receber o Espírito de Cristo e refletir Seu caráter por meio da fé.

d) Segurança : A Ceia do Senhor simboliza a Nova Aliança de Deus com a humanidade, selada pelo sangue de Cristo. Da mesma forma que antigamente os pactos foram confirmados com sangue, a Nova Aliança se baseia no sangue de Cristo, garantindo o perdão e a salvação para todos que vêm a Ele em arrependimento. Nossa parte nesse pacto é crer na morte expiatória de Cristo.

e) Responsabilidade : Paulo aborda a questão de quem deve ser admitido ou excluído da Mesa do Senhor em 1 Coríntios 11.20-34. Aqueles que participam indignadamente são anunciados de que estão pecando contra o corpo e o sangue do Senhor.

Existem diversas interpretações da presença de Cristo na Ceia do Senhor, sendo as principais tradições: a católica romana, luterana, zuingliana e calvinista.

A católica romana defende a transubstanciação, ensinando que os elementos se transformam metafisicamente no corpo e no sangue de Cristo, mantendo as características externas inalteradas.

A luterana ensina a consubstanciação, afirmando que o corpo e o sangue de Cristo estão presentes “com, dentro de e abaixo de” os elementos do pão e do vinho.

A zuingliana (ou teoria memorial) rejeita a presença física de Cristo e enfatiza que a Comunhão é uma cerimônia comemorativa que lembra a morte de Cristo e sua eficácia para o crente.

A tradição calvinista ressalta a espiritual de Cristo à mesa, através do poder do Espírito Santo, encorajando os crentes a participarem com fé e confiança em Cristo.

No entanto, é importante lembrar que independente da interpretação, a Ceia do Senhor continua sendo uma ordenança profunda que une os crentes em sua fé e entusiasmo a Cristo.

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