Movimento Pentecostal na Era Moderna

O movimento pentecostal teve seu início em Topeka, Kansas (EUA). O professor Charles Parham começou, com cerca de nove alunos, em 1900, uma escola bíblica denominada Betel, a estudar o tema do batismo no Espírito Santo. 

No dia primeiro de janeiro de 1901, um estudante estava orando durante a noite, quando experimentou de repente a paz e a alegria de Cristo, começando a louvar a Deus em línguas. Dentro de alguns dias, toda a comunidade recebera o batismo com o Espírito Santo dessa maneira. 

Em 1905, Parham criou uma escola bíblica em Houston, no Texas. Um dos estudantes atraídos pela escola foi um pregador negro chamado William J. Seymour. Seymour, então com trinta anos, era filho de escravos, tinha pouca cultura, limitados dotes de oratória e era cego de um olho e, apesar do contexto social extremamente hostil aos negros, ele foi usado por Deus para liderar aquele movimento. 

Eles iniciaram as reuniões em um antigo prédio, uma vez ocupado por uma Igreja Metodista, que também já tinha sido um armazém e um estábulo. O endereço era a Rua Azusa, 312, na periferia de Los Angeles, sul da Califórnia. A Igreja foi batizada com o nome Missão da Fé Apostólica. 

O derramamento do poder do Espírito Santo naquele local produziu o mais destacado avivamento da história moderna da Igreja. As reuniões eram longas e marcadas por grandes manifestações espirituais. Começavam às 10 da manhã e continuavam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando às 2 ou 3 da madrugada seguinte. Frank Bartleman7 assim descreve uma das reuniões: 

“Domingo, nove de setembro, foi um dia maravilhoso. Diversas  pessoas  ficaram prostradas durante horas sob o poder de Deus. O altar estava repleto o dia todo, sem praticamente interrupção  alguma  entre  as  reuniões.  Vários  receberam  o batismo. Naqueles dias pregávamos muito pouco. As pessoas ficavam arrebatadas em Deus. O irmão Pendleton e eu  geralmente  podíamos  ser  encontrados  totalmente prostrados na pequena elevação na frente, de rostos no chão em  oração,  durante as reuniões. Era quase impossível sair dessa posição naqueles dias.  A  presença do Senhor era tão real. Esta condição durou por longo tempo. Nós pouco  fazíamos para dirigir as  reuniões.  Todos  estavam  olhando  somente  para  Deus.  Quase sentíamos necessidade de pedir desculpas quando chamávamos  a  atenção  do  povo para fazer os anúncios. Era uma marcha crescente de vitória. Deus  conseguira  a atenção  do  povo.  A  congregação  às  vezes    ficava    convulsionada    pelo arrependimento. Deus tratava profundamente com o pecado naqueles dias. O  pecado não podia permanecer no arraial.” 

As principais denominações criticaram o emergente movimento pentecostal, desprezando seus seguidores devido à origem negra e humilde. Pressões sociais surgiram, tentando discriminar suas igrejas entre as organizações negras e brancas, como outras igrejas já vinham fazendo. 

Tudo isso, porém, não conseguiu impedir o crescimento do pentecostalismo. Da cidade de Los Angeles, o movimento espalhou-se por muitas cidades norte-americanas e depois pelo mundo todo. Nos Estados Unidos, Chicago desenvolveria um importante papel na exportação do fenômeno pentecostal para o Brasil. A cidade tornou-se uma rota missionária para três pregadores que lançariam as bases para o movimento pentecostal em solo brasileiro: Louis Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil), Daniel Berg e Gunnar Vingren (fundadores da Assembléia de Deus). 

O evangelho no Brasil 

Apesar da investida de missionários durante o período da colonização e do Império, o evangelho no Brasil prosperou a partir do final do século XIX. 

Justino Spaulding Daniel e Cynthia Kidder foram missionários americanos da Igreja Metodista Episcopal. Spaulding chegou ao Brasil em 1836 e o casal Kidder em 1837. Eles deram inicio ao trabalho metodista no país. A Igreja Metodista não chegou a ser organizada neste período inicial, somente em 1876 quando um novo missionário J.J. Ranson foi enviado ao Brasil. 

Robert e Sarah Kalley chegaram ao Brasil em 1855, vindos da Escócia. Robert era médico e pastor de origem presbiteriana. Juntos fundaram a primeira igreja protestante de língua portuguesa, a Igreja Congregacional no Rio de Janeiro. Eles fundaram, também, o trabalho de Escola Bíblica Dominical no Brasil. 

Ashbel Green Simonton foi enviado pela Junta de Missões da Igreja Presbiteriana, como seu primeiro missionário ao Brasil, chegando em 1859. Fundou no Rio de Janeiro a Igreja Presbiteriana e iniciou um jornal evangélico e um seminário para formação de pastores brasileiros. 

Ana e William Bagby foi o casal norte-americano que iniciou o trabalho batista no Brasil. Eles chegaram em 1881, estabelecendo a primeira Igreja Batista em Salvador no ano seguinte, juntamente com o recém-chegado casal Kate e Zacarias Taylor. William faleceu em 1939 e Ana 1942. 

Gunnar Vingren e Daniel Berg são missionários suecos que, através dos Estados Unidos, chegaram ao Brasil em 1910, estabelecendo o trabalho das Assembléias de Deus na cidade de Belém do Pará.  

por: ETAP; Márcio Klauber Maia 

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