O Reino de Deus é de natureza teocrática

Leitura Diária Isaías 43

15 Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.

Reflexão
O Reino de Deus é de natureza teocrática. Isso significa que Deus é o soberano absoluto e que governa sobre todas as coisas. Ele é o criador, o sustentador e o juiz de toda a sua criação. Ele é o único que tem o direito de estabelecer as leis, os princípios e os propósitos que regem a sua vontade. Ele é o único que pode conceder ou retirar a vida, a bênção ou a maldição, a graça ou a ira.

Neste artigo, vamos explorar alguns aspectos do Reino de Deus e como ele se manifesta na história, na igreja e na escatologia. Vamos ver como o Reino de Deus é diferente dos reinos humanos e como ele exige uma resposta de fé, obediência e esperança da parte dos seus súditos.

O Reino de Deus na história

O Reino de Deus não é uma realidade nova ou futura. Ele existe desde a eternidade, pois Deus sempre reinou sobre tudo o que existe. A Bíblia nos mostra que Deus criou o universo com ordem, harmonia e beleza, e que ele colocou o ser humano como seu representante na terra, para exercer domínio sobre as demais criaturas (Gênesis 1.26-28). Esse era o projeto original de Deus para o seu Reino: uma relação de amor, comunhão e cooperação entre ele, o homem e a mulher, e toda a criação.

Porém, esse projeto foi interrompido pela entrada do pecado no mundo. O homem e a mulher desobedeceram a Deus e se rebelaram contra o seu governo (Gênesis 3). Com isso, eles perderam a comunhão com Deus, a harmonia entre si e com a natureza, e passaram a sofrer as consequências do pecado: dor, sofrimento, morte e separação eterna de Deus. O pecado também afetou toda a criação, que ficou sujeita à corrupção e à futilidade (Romanos 8.20-22).

Mas Deus não desistiu do seu Reino. Ele iniciou um plano de redenção para restaurar todas as coisas ao seu estado original. Ele escolheu um povo para si, Israel, e fez uma aliança com ele, prometendo abençoá-lo e fazê-lo uma bênção para todas as nações (Gênesis 12.1-3). Ele lhe deu uma lei para ensiná-lo a viver sob o seu governo (Êxodo 20). Ele lhe concedeu reis para liderá-lo e protegê-lo dos seus inimigos (1 Samuel 8.19-22). Ele enviou profetas para anunciar o seu juízo contra o pecado e a sua graça para os arrependidos (Isaías 1.18-20).

Mas Israel também falhou em cumprir o seu papel no Reino de Deus. O povo se desviou do Senhor e seguiu outros deuses (Juízes 2.11-13). A lei se tornou um fardo insuportável e uma fonte de orgulho (Mateus 23.1-4). Os reis se corromperam e exploraram o povo (1 Reis 12.1-15). Os profetas foram rejeitados e perseguidos (Jeremias 37.15-16).

Então, Deus permitiu que Israel fosse levado cativo pelas nações pagãs, como forma de disciplina e purificação (2 Reis 17.5-23). Mas ele não abandonou o seu povo. Ele prometeu restaurá-lo e trazê-lo de volta à sua terra (Jeremias 29.10-14). Ele prometeu enviar um Messias, um descendente de Davi, que seria o verdadeiro Rei do seu Reino, que governaria com justiça, paz e amor, e que salvaria o seu povo dos seus pecados (Isaías 9.6-7; Miqueias 5.2-5).

O Reino de Deus na igreja

O Messias prometido por Deus é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado. Ele veio ao mundo para cumprir as profecias do Antigo Testamento e inaugurar uma nova fase do Reino de Deus. Ele anunciou que o Reino de Deus estava próximo e que era necessário arrepender-se e crer no evangelho (Marcos 1.14-15). Ele demonstrou o poder e a autoridade do Reino de Deus por meio de milagres, curas, libertações e ressurreições (Mateus 4.23-25). Ele ensinou os princípios e os valores do Reino de Deus por meio de parábolas, sermões e mandamentos (Mateus 5-7). Ele chamou discípulos para segui-lo e participar do seu Reino (Mateus 4.18-22).

Mas Jesus também enfrentou a oposição e a rejeição dos líderes religiosos e políticos de Israel, que não aceitaram o seu Reino (João 11.47-53). Eles o entregaram para ser crucificado pelos romanos, pensando que assim acabariam com o seu Reino (Mateus 27.27-31). Mas eles não sabiam que a morte de Jesus era o cumprimento do plano de Deus para a salvação do mundo. Na cruz, Jesus pagou o preço dos nossos pecados e venceu o poder do diabo, da morte e do inferno (Colossenses 2.13-15). Ele morreu, mas ressuscitou ao terceiro dia, provando que ele era o Filho de Deus e o Rei dos reis (Romanos 1.3-4; Apocalipse 19.16).

Depois da sua ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos e lhes deu a missão de pregar o evangelho do Reino de Deus a todas as nações, fazendo discípulos, batizando-os e ensinando-os a obedecer a tudo o que ele ordenou (Mateus 28.18-20). Ele também prometeu enviar o Espírito Santo, que os capacitaria para essa tarefa e os guiaria em toda a verdade (João 14.16-17; 16.13). Em seguida, ele ascendeu aos céus, onde está assentado à direita de Deus Pai, intercedendo por nós e governando sobre todas as coisas (Atos 1.9-11; Hebreus 7.25; Efésios 1.20-23).

A igreja é o povo de Deus na terra, formado por todos os que creem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ela é a comunidade do Reino de Deus, que vive sob o governo de Cristo e manifesta os seus valores e virtudes. Ela é a família de Deus, que se ama uns aos outros como irmãos e irmãs. Ela é o corpo de Cristo, que serve uns aos outros com os dons que recebeu do Espírito Santo. Ela é a noiva de Cristo, que se santifica e se prepara para o seu encontro com ele. Ela é a luz do mundo, que reflete a glória de Deus e ilumina as trevas. Ela é o sal da terra, que preserva a sociedade da corrupção e dá sabor à vida. Ela é a cidade sobre o monte, que mostra ao mundo a esperança do Reino de Deus.

A igreja tem a responsabilidade de proclamar o evangelho do Reino de Deus a todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos. Ela deve anunciar as boas novas de que Deus ama o mundo e enviou o seu Filho para salvá-lo. Ela deve convidar as pessoas a se arrependerem dos seus pecados e a crerem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ela deve batizar os que crerem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ela deve ensinar os novos convertidos a obedecerem a tudo o que Jesus ordenou. Ela deve fazer discípulos que façam discípulos.

A igreja também tem a responsabilidade de demonstrar o amor de Deus pelo mundo por meio de obras de misericórdia, justiça e paz. Ela deve cuidar dos pobres, dos órfãos, das viúvas, dos estrangeiros, dos enfermos, dos presos e dos necessitados. Ela deve defender os direitos dos oprimidos, dos marginalizados, dos perseguidos e dos injustiçados. Ela deve promover a reconciliação entre as pessoas, as raças, as culturas e as nações

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