A Igreja em busca da unidade

Leitura Diária Filipenses 2

2. Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.

Reflexão

A unidade da Igreja é um dos temas mais importantes e desafiadores para os cristãos de hoje. A Igreja é chamada a ser uma só, como Jesus orou ao Pai: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.21). Mas a realidade é que a Igreja está dividida em muitas denominações, tradições e expressões, que nem sempre se reconhecem e se respeitam mutuamente. Como podemos superar as barreiras que nos separam e caminhar juntos na direção da unidade?

Neste post, quero refletir sobre alguns aspectos que considero essenciais para a busca da unidade da Igreja. Não pretendo apresentar uma solução definitiva ou uma fórmula mágica, mas apenas compartilhar algumas ideias que podem nos ajudar a pensar e a agir de forma mais ecumênica, isto é, mais aberta ao diálogo e à cooperação com outros cristãos.

O primeiro aspecto é o reconhecimento da diversidade. A Igreja é formada por pessoas de diferentes culturas, línguas, histórias, experiências e dons. Essa diversidade é um dom de Deus, que enriquece a comunhão e a missão da Igreja. Não devemos ignorar ou negar as diferenças que existem entre nós, mas valorizá-las e celebrá-las como expressões legítimas da fé cristã. A unidade não significa uniformidade ou homogeneização, mas harmonia na diversidade.

O segundo aspecto é o respeito pela identidade. Cada comunidade cristã tem uma identidade própria, que foi formada ao longo do tempo e que reflete sua compreensão da Bíblia, da teologia, da liturgia, da ética e da espiritualidade. Essa identidade não deve ser imposta ou submetida a outras, mas reconhecida e respeitada como parte do corpo de Cristo. A unidade não significa renúncia ou diluição da identidade, mas afirmação e enriquecimento da identidade.

O terceiro aspecto é o diálogo na verdade. Para avançarmos na busca da unidade, precisamos dialogar com os outros cristãos de forma sincera e honesta, sem esconder ou relativizar nossas convicções e sem impor ou desqualificar as convicções alheias. O diálogo deve ser baseado na verdade, que é Cristo mesmo (João 14.6), e na caridade, que é o amor de Deus derramado em nossos corações (Romanos 5.5). A unidade não significa indiferença ou concessão à verdade, mas busca e testemunho da verdade.

O quarto aspecto é a colaboração na missão. A Igreja existe para servir a Deus e ao próximo, anunciando o evangelho do Reino de Deus e promovendo a justiça, a paz e a dignidade humana. Essa missão é urgente e exigente, e requer a participação de todos os cristãos, independentemente de suas diferenças. Ao invés de competir ou se isolar uns dos outros, devemos colaborar e se apoiar uns aos outros na missão comum que Deus nos confiou. A unidade não significa isolamento ou competição na missão, mas comunhão e cooperação na missão.

A Igreja em busca da unidade é uma Igreja fiel ao seu Senhor e ao seu chamado. É uma Igreja que reconhece sua diversidade, respeita sua identidade, dialoga na verdade e colabora na missão. É uma Igreja que se abre ao Espírito Santo, que é o autor e o sustentador da unidade. Que possamos nos deixar guiar pelo Espírito em nosso caminho, para que o mundo creia que Jesus é o Filho de Deus e o Salvador de todos.

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