O LIVRO DE JOEL (JEOVÁ É DEUS)

 Este pequeno livro é o segundo na lista dos profetas menores. Chamamos atenção para os muitos “Joel” que existe na Bíblia. O “Joel” do nosso estudo é o profeta Joel, que é identificado apenas por “filho de Petuel” (Jl 1.1). 

A. O Personagem Joel.

O único dado histórico a seu respeito vem da abertura do livro que leva o seu nome. O comentarista da Bíblia de Genebra diz que, “o interesse aguçado de Joel por Jerusalém, particularmente pelo templo e pelos que trabalham no mesmo (p. ex. 1.9, 1314; 2.14-17,32; 3.1,6,16-17) sugere que ele tenha vivido em Jerusalém e tenha ministrado como um profeta do templo. Embora nada indique que ele tenha sido um sacerdote (1.9,13;2.17), Joel orava em favor do povo (1.19-20).

B. Atuação de Joel.

O texto sagrado diz que Joel atuou em Judá e Jerusalém. Chamou atenção do povo para reconhecer a soberania do Senhor. O texto sagrado diz: “E vós sabereis que eu estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e ninguém mais; e o meu povo não será envergonhado para sempre” (Jl 2.27). A soberania de Deus é relatada ainda em Jl 3.17: “E vós sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela”.

Autoria do Livro.

A Bíblia de Estudo Pentecostal diz que Joel é o autor do livro que leva o seu nome. O Dicionário de Davis (1984:332) diz que Joel é o “autor do segundo livro dos profetas menores”. O comentarista da Bíblia de Referencia Thompson (1993:823) também afirma que Joel é o escritor do livro.

D. Data do Livro.

Segundo o comentarista da Bíblia de Genebra “alguns estudiosos datam o livro no século IX a.C., e outros, no período que antecedeu o exílio dos judeus na Babilonia, durante o século VI a.C. Mas a maioria dos estudiosos, hoje em dia, prefere datá-lo apóso exílio, alguns sugerindo o período pós-exílico inicial (c. 520-500 a.C.), e outros propondo uma data mais tardia, no século V ou mesmo no século Iv a.C. A datação pósexílica parece mais convincente, apesar disso, há boas razões para se concordar com Calvino de que a data do livro simplesmente não pode ser determinada com certeza”.

Stanley Ellisen sugere que a “data em que foi escrito: c. 825 a.C.”. A Bíblia de Estudo Pentecostal sugere a data “835-830 a.C. (?)”.

E. Tema do Livro.

Stanley Ellisen sugere o tema: “Julgamento e salvação no dia do SENHOR”. A Bíblia de Estudo Pentecostal sugere o tema: “O Grande e Terrível Dia do Senhor”. O comentarista da Bíblia de Genebra diz que, “a mensagem central do livro de Joel diz respeito ao Dia da vinda do Senhor. Joel introduz esse Dia no contexto da então presente destruição da vegetação terrestre, destruição que era um sinal do julgamento de Deus contra a comunidade da aliança. Somente o retorno deles a Deus poderia evitar o iminente Dia do Senhor, que viria ‘como assolação do Todo-Poderoso’ (1.15)”.

F. Esboço do Livro.

O esboço que vamos apresentar foi extraído da Bíblia de Genebra. Preste atenção que estamos pegando sugestões diferentes de estudiosos. Todos contribuem com o melhor para nossa qualificação. Vejamos o esboço do livro de Joel:

“I. Cabeçalho (1.1)

  1. Crises que necessitam de arrependimento (1.2-1.17)
  2. A recente devastação causada por gafanhotos e pela seca (1.2-20)
  3. O futuro ataque do exército do Senhor (2.1-17)

III. Respostas do Deus da aliança (2.18- 3.21)

  1. A restauração física da terra (2.18-27)
  2. A restauração espiritual do povo do Senhor (2.28-32)
  3. Juízo final (cap. 3)
  4. Juízo sobre as nações (3.1-15)
  5. Bençãos sobre o povo de Deus (3.16-21)”

 

Comentário do Livro.

O livro de Joel divide-se em duas partes. A primeira o profeta narra uma invasão de gafanhotos. Ele afirma que o Senhor Deus deseja que as gerações saibam desse fato histórico. Foi uma devastação terrível. O comentarista da Bíblia de Genebra traz uma informação interessante: “Através dos séculos, os estudiosos, têm se defrontado com a questão de interpretar os gafanhotos do livro de Joel de maneira literal ou figurada.

Historicamente, a grande maioria dos estudiosos têm compreendido os gafanhotos como símbolos de inimigos futuros (p. ex., um manuscrito as Septuaginta [o Antigo Testamento grego] interpretou os quatro tipos de gafanhotos como símbolos dos egípcios, assírios, gregos e romanos). Contudo, estudiosos de hoje vêem essas criaturas, pelo menos no cap. 1, como gafanhotos reais”. Infeizmente, muitos não estavam preparados para o momento, pois estavam desviados do Senhor. A orgia tomava conta do povo. A reclamação do Senhor foi: “Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque tirado é da vossa boca” (Jl 1.5).

O profeta Joel continua chamando a atenção do povo para a mensagem do Senhor para o arrependimento. Todos, indiscriminadamente. Nem as crianças recémnascidas escaparam da responsabilidade (Jl 1.13,14; 2.15-17). 

A mensagem do profeta Joel mostra que o Senhor exigia do povo uma mudança de propósito e ações (Jl 2.12).

O povo precisava compreender os excelentes atributos de Deus (Jl 2.13). A compreensão consciente dos propósitos de Deus abrandava a indignação do Senhor contra o povo (Jl 2.14). Havia uma necessidade de uma vida consagrada (Jl 2.15-16). 

O Senhor não tem prazer em punir o povo, simplesmente, mas deseja vê-lo provido de bênçãos nas atividades domésticas (Jl 2.18-27), bem como um grande avivamento espiritual no meio do seu povo.

Finalmente, a promessa da restauração de Israel e o castigo das nações que haviam oprimido o povo de Deus. As grandes potencias e as nações vizinhas arrasaram Israel. O povo de Deus foi espalhado entre as nações e a terra foi repartida. A humilhação foi muito grande a ponto de indignar o Senhor. Chegaram ao extremo de dar “um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem” (Jl 3.3). A riqueza de toda a nação foi roubada para abastecer os templos idólatras, e, além disso, pegaram os moradores de Judá e Jerusalém e venderam para os gregos, para afastá-los da presença do Senhor (Jl 3.5,6).

O Senhor Deus de Israel preparou um lugar para fazer justiça aos povos perseguidores de Israel.

O local simbólico é o vale de Josafá (Jl 3.2). O Senhor faz questão de garantir a fidelidade de sua palavra: “Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do Senhor está perto, no vale da Decisão” (Jl 3.14). O texto sagrado mostra que vai ser um dia terrível de julgamento. O profeta Jesus de Nazaré fez questão de pregar a mesma palavra. Está escrito: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.29,30). Confira Jl 3.15,16.

O Senhor desperta o interesse do povo, motivando-o a lutar, preparar os artefatos de guerra de materiais que já têm conhecimento, e um ao outro incentivar: “diga o fraco: Eu sou forte” (Jl 3.9,10).

O Espírito Santo conclui o livro com uma mensagem de prosperidade para o povo de Deus. Ele mostra que o povo de Deus vai se desenvolver (Jl 3.18-20).

Escola de Teologia – ETAP
Disciplina: LIVROS PROFÉTICOS I E II
Professor: Carlos Alberto Alves

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