Lição 06 – O NOVO MANDAMENTO

 

Discipulando ciclo 1

MEDITAÇÃO 

“Um novo mandamento vos dou:
Que vos ameis uns aos outros; como
eu vos amei a vós, que também vós
uns aos outros vos ameis. Nisto
todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (Jo 13.34.35)- 
 
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA 
SEGUNDA – Êxodo 20.1-17 
QUARTA – Mateus 5.38-48 
QUINTA – João 12.49,50 

SÁBADO – Romanos 13.8-14

TEXTO BÍBLICO BASE 

28 -Aproximou-se dele um dos escribas que
os tinha ouvido disputar e. sabendo que lhes
tinha respondido bem, perguntou-lhe. Qual
é o primeiro de todos os mandamentos? 
29 – E Jesus respondeu-lhe: O primeiro
de todos os mandamentos é: Ouve. Israel,
o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 
30 – Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de
todo 0 teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu entendimento, e de todas as
tuas forças; este é o primeiro mandamento. 
31 – E o segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não
há outro mandamento maior do que estes. 
32 – E o escriba lhe disse: Muito bem. Mestre, e com verdade disseste que há um só
Deus e que não há outro além dele; 
33 – e que amá-lo de todo o coração, e de
todo o entendimento, e de toda a alma, e
de todas as forças e amar o próximo como
a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. 
34 – E Jesus, vendo que havia respondido
sabiamente, disse-lhe: Não estás longe
do Reino de Deus. E já ninguém ousava
perguntar-lhe mais nada.

ORIENTAÇÃO
AO PROFESSOR 
INTERAGINDO COM O ALUNO 
A maioria das religiões é marcada pela
quantidade de mandamentos e regras
que possui. Algumas reivindicam observância irrestrita de um sem número de
mandamentos, pois do contrário não é
possivel agradara sua divindade. Diante
desse quadro, todos os que acolheram
a palavra do Evangelho sabem que
este não consiste em observância de
mandamentos. Tal, porém, não significa,
obviamente, que o Evangelho não tenha
ordem alguma, pois isso seria anulá-lo.
Não obstante, a “ordem” passa pela postura e exemplo de Jesus, pois na perspectiva do Evangelho Ele é a referência
maior, A presente lição não visa tanto à
instrução reflexiva, e sim à concitação
a vivermos o Evangelho em sua mais
simples e plena manifestação: Tornarmo-nos ‘‘Cristo” para o nosso próximo. 
 
OBJETIVOS 
Sua aula deverá alcançar
os seguintes objetivos: 
1 Reiterar a necessidade e a importância
do Decálogo, não apenas para Israel, mas
também para o mundo; 
2 Discutir o fato de a Lei poder ser resumida
em dois grandes mandamentos; 
3 Condicionar o novo nascimento à imitação
de Cristo e à prática do “novo mandamento”. 



PROPOSTA PEDAGÓGICA 
Em um mundo sem valores e referenciais, tem se tornado cada vez mais
difícil falar em regras, deveres e mandamentos. Há duas causas principais dessa
dificuldade. A primeira delas refere-se à perversão cada vez mais crescente no
mundo. A outra é o fato de que muitas
pessoas moralistas acabam não vivendo o
que ensinam e apregoam. Tais extremos,
porém, não justificam o abandono das coisas de Deus. A verdade é que, à parte do
Criador, o mundo torna-se cada vez mais
perverso. É por isso que de nada vale o
legalismo religioso, ou seja, a ideia de que
é possível, com os nossos “atos de justiça”,
tornarmo-nos pessoas que merecem ser
salvas. É preciso pensar, porém, no fato
de que a vivência do Evangelho torna-nos
parecidos com Cristo, o nosso Salvador. 
Com base nessa introdução inicial,
proponha aos alunos uma reflexão visando
ao aprofundamento do tema. Questione-
-os da seguinte forma: Com o crescente
número de denominações e com tantas
vozes diferentes, algumas pessoas se
tornam reticentes à pregação evangelística; sendo assim, em sua opinião, qual é
o melhor caminho para solucionar este
problema? Todas as vezes que Jesus
ensinou alguma coisa Ele precisou falar
e/ou verbalizar? Talvez você já tenha
ouvido dizer que, muitas vezes, a única
“Bíblia” que as pessoas não crentes leem
é o nosso exemplo de vida, É por isso que,
talvez conforme se conta, Francisco de
Assis enviou seus discípulos a pregar e
recomendou-lhes que, se fosse preciso,
usassem as palavras? O que isso significa?
Significa que devemos agir como Jesus e,
assim, tornarmo-nos Cristo para o próximo.
Essa é uma das formas mais eficazes e
insuspeitas de evangelizar. 
 
INTRODUÇÃO 
Desde que pecou apartando-se do
Criador, a humanidade degenerou-se em
seus relacionamentos, tanto com Deus,
quanto entre si, ou seja, com o semelhante.
A fim de que a raça humana não provocasse sua própria destruição, vindo por isso até se extinguir, o Criador dotou-nos de um
senso mínimo de certo e errado. Todavia,
por causa do pecado, até mesmo tal senso,
que é bom, tornou-se ruim. Tal pode ser
visto em Gênesis 4.15, quando Deus disse
que quem matasse Caim sofreria muito
mais. Com isso, o Criador tinha em vista
garantir, de alguma forma, as condições
mínimas de convivência em sociedade,
preservando-a da completa desordem.
Infelizmente, a humanidade degenerou-se
por completo, mas Deus tinha um plano
de formar um povo que pudesse servir
de exemplo às demais nações. Tal plano
iniciou-se com a chamada de Abraão e
culminou com o Evangelho de Jesus Cristo (Gn 12.1-3 cf. Gl 4.3-6). É sobre isso que
vamos estudar na lição de hoje. 
 
1. 0 DECÁLOGO 
   1.1 – Israel e a promessa abraâmica.
Após a completa corrupção da humanidade, Deus, em sua soberania, chamou
a Abraão e lhe fez promessas (Gn 6.1-12;
12.1-3). O propósito divino era, como já estudamos em lições anteriores, abençoar a
humanidade inteira através de uma nação
modelo. Esse povo que serviría como
exemplo foi formado no Egito durante um
período de 430 anos e dali saiu para ocupar
a terra que o Criador prometera a Abraão
(Êx 12.40,41). Tal promessa era a única instrução que os filhos de Israel possuíam (Gn 48.21; 50.24,25). Quanto à questão de regras,
esse povo tinha apenas uma a observar,
que era a circuncisão (Gn 17.9-14). E mesmo
essa prática, não fora obedecida durante
o período de peregrinação de Israel no
deserto (Js 5.5). Assim, pode-se deduzir que
a cultura egípcia era praticamente a cultura
de Israel. Daí o porquê de as constantes
recaídas do povo escolhido ao longo dos
40 anos de peregrinação (Êx 14.11; 32.1-24). 
    1.2-A lei de Deus. Sendo essa a
realidade de Israel, Deus então promulgou a sua lei para que assim o povo tivesse uma formação
(Dt 4.5-8). Os dez mandamentos, ou o Decálogo, diferentemente do que se imagina,
não foram dados pelo Criador para ser
uma nova prisão do povo. Na verdade,
não há sentido algum pensar que Deus
libertara os descendentes de Abraão para,
na sequência, aprisioná-los novamente
com mandamentos. Na realidade, como
se pode ver no prólogo (introdução) dos
dez mandamentos — “Eu sou o SENHOR,
teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da
casa da servidão” — (Êx 20.2), eles tinham
a finalidade de garantir o processo de libertação do povo, não apenas tirando-os
do Egito (geograficamente falando), mas
também tirando o “Egito” (culturalmente
falando) deles (Dt 26.132.52; Ml 4.4). 

   1.3 – Libertação e legalismo religioso.
Se, como disse Paulo, “a lei é santa; e o
mandamento, santo, justo e bom” (Rm 7.12),
como é que em o Novo Testamento há várias referências negativas à lei (Rm 3.19 ; 4.25)?
A resposta é que a finalidade da lei (que é
o “amor”) foi abandonada (Mt 23.23; Jo 1.17;
Rm 13.10; Gl 5.14). Além disso, é preciso
igualmente notar que, muitas vezes, a “lei”
a que se referia Jesus, dizia respeito à chamada “tradição dos anciãos”, que não era o
texto bíblico dos dez mandamentos e muito
menos o Pentateuco, mas um comentário
paralelo (Mt 15.1-20; Mc 7.1-23). Assim, a lei
que tinha a finalidade de levar Israel a ter
uma cultura diferente e acima das outras,
em exemplo e atitudes, acabou degenerando-se em legalismo religioso, isto é, a falsa
ideia de que é possível salvarmo-nos por
nossos próprios “atos de justiça” praticados
ao observar preceitos religiosos. Algo que
Paulo reprovava terminantemente, mesmo
porque, “o homem não é justificado pelas
obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo,
[…] porquanto pelas obras da lei nenhuma
carne será justificada” (Gl 2.16). Da libertação passou-se ao legalismo retornando ao
aprisionamento (Mt 23.1-37).

AUXÍLIO DIDÁTICO 1 

O Decálogo é um dos grandes códigos legislativos do mundo antigo. Sua
importância transcende em muito sua
exclusividade aos judeus, pois os valores do mundo ocidental dependem, e
muito, dos Dez Mandamentos. “George
Mendenhall lista seis diferenças entre
a aliança e a lei. O que nos interessa
aqui é como ele determina a diferença
entre ambas no que diz respeito ao
propósito. O propósito da aliança é
criar um novo relacionamento. O propósito da lei é regular ou perpetuar um
relacionamento existente através de
uma ordenação. Nessa mesma linha,
Brevard Childs comenta: A lei define a
santidade exigida do povo da aliança (…)
avaliar-se a santidade, tendo a natureza
divina como padrão, impede que se dê
à aliança uma interpretação moralista’” (HAMILTON, Victor P. Manual do
Pentateuco. i.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p.216). O autor Victor Hamilton,
trabalha muito bem o assunto ao dizer
o que são os Dez Mandamentos através
de perguntas retóricas: “Eles são a lei,
mas não trazem também promessas?
Seriam os mandamentos mais que um
código imposto pelo Altíssimo? Deus,
além de provera lei, não provê também
capacidade para cumpri-la? Por sua
própria conta, ninguém é capaz de viver
de acordo com tal padrão” (lbid„ p.217) 
 
2. OS DOIS GRANDES
MANDAMENTOS: AME A
DEUS E AO PRÓXIMO 
2.1 – Amar a Deus. Desde a promulgação do Decálogo no deserto, abrangendo
o prólogo, bem como o primeiro e o segundo mandamentos, a ordem é clara:
Não se deve ter outro deus além do Deus
libertador de Israel (Êx 20.2-6). Foi desse entendimento que surgiu a Shemá, isto é, a
expressão hebraica que pode ser traduzida
como “Ouça Israel”. Trata-se das duas primeiras palavras da Torá (Lei), e servem para
introduzir os ensinamentos da lei a Israel É
por isso que Jesus menciona Deuteronômio
6.4: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é
o único SENHOR” (cf. Mc 12.29). 
   2.2 -Amaro próximo como a si mesmo.
Equiparado a esse mandamento, Jesus cita
ainda Levítico 19.18, onde a segunda parte
do texto diz exatamente o que o Mestre
respondeu: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu
sou o SENHOR” (Mc 12.31). Apesar de haver
leis que protegiam o estrangeiro (uma das
grandes diferenças do código legislativo de
Israel em relação às outras nações), como é
possível verificar os textos de Êxodo 12.49;
22.21 e 23.9, por exemplo, implicitamente, o
mandamento de amar o “próximo” como a
si mesmo, parece especificar que o próximo
é o igual, ou seja, o israelita, ou judeu, que
possui os mesmos gostos e partilha das
mesmas ideias e crenças. 
   2.3 – O grande mandamento da lei. É
preciso observar que o escriba, chamado
de “doutor da lei”, questiona Jesus acerca
do grande mandamento da “lei” e não do
Evangelho. Ele pergunta: “Mestre, qual é
o grande mandamento da lei?” (Mt 22.36).
Jesus então responde: “O primeiro de
todos os mandamentos é: Ouve, Israel,
o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.
Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, e de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento, e de todas
as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é;
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Não há outro mandamento maior do que
estes” (Mc 12.29-31). O próprio escriba
emendou a palavra do Mestre, dizendo
que observar esses dois mandamentos,
“é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios” (Mc 12.33). Na passagem paralela de Mateus, Jesus disse que desses
“dois mandamentos, dependem toda a
lei e os profetas” (Mt 22.40). Em outras
palavras, essa era finalidade da lei: Levar
as pessoas a amar. A lei toda podia ser
reduzida, isto é, observada nesses dois
mandamentos. 



AUXÍLIO DIDÁTICO 2 
O segundo tópico é fundamental
para se entender o propósito e o valor da
Lei. Por isso, no texto de Marcos 12.28-34,
“Jesus formula a resposta extraindo-a
primeiramente da tradicional confissão
judaica de fé: o Shema (Dt 6.4). Fazendo
assim, Ele coloca toda a questão da
lei em fundamento diferente. O que
importa não é a exposição da lei, mas a
relação da pessoa com o Deus vivo. O
que importa não é a obediência à Torá,
mas o amor a Deus, Este amor a Deus é
tão importante, que seu alcance é estabelecido por repetição: A pessoa deve
amar a Deus com todo o coração, com
todo o entendimento, com toda a alma e
com todas as forças (Mc 12.30). Ao fazer
esta declaração, Jesus amplia o Shema
adicionando a palavra ‘entendimento’,
adição que aprofunda o efeito retórico”
(CAMERY-HOGGATT, Jerry, “Marcos”, In
ARRINGTON. French L.; STRONSTAD,
Roger (Eds ). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, i.ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 2003, p.268). 
 
3. 0 NOVO MANDAMENTO
NOS APROXIMA DO REINO
DE DEUS 
    3.1 – O novo mandamento. É sabido
que Jesus foi o único ser humano que
cumpriu toda a lei (Mt 5.17-20). Por ser
Deus e ter autoridade para tal, Ele podia modificar determinados preceitos e
tradições, sobretudo, se aqueles fossem
humanos, legalísticos e caprichosos. Por
isso, ao introduzir as mudanças (da lei para
o Evangelho), em seu célebre Sermão do
Monte, Ele dizia: “Ouvistes o que foi dito
aos antigos” e, na sequência, dava uma
nova orientação: “Eu, porém, vos digo”
(Mt 5,7). Foi assim que, na noite em que foi
traído, reuniu os seus discípulos e deu-lhes
um “novo mandamento” (Jo 13.34,35). Mas,
se Ele diz para amar e isso já havia na lei,
o que há de “novo”? Aqui entra a grande
novidade da proposta de Jesus Cristo. A
lei poderia ser resumida em dois mandamentos, ao passo que o mandamento de
Jesus é apenas um. 
   3.2 – Jesus como referência. “Amar
a Deus” sobre todas as coisas é algo
impossível de ser mensurado. Por isso,
as pessoas podem ser muito religiosas
e ainda assim amarem mais a si mesmas, ou sua reputação, do que Deus
(Jo 12.42,43). Nesse mesmo assunto, outro
aspecto interessante de se pensar, é que o
religioso valoriza mais regras religiosas que
pessoas (Mt 12.1-21). Não obstante isso, Jesus valorizava e priorizava mais as pessoas
(Jo 5.1-16). Assim, o mandamento de amar o
próximo como a si mesmo, da forma como
era entendido na tradição judaica, parecia
não ser mais do que amar a si mesmo de
forma egoística, pois não comportava um
amor ao próximo diferente, ou seja, não havia espaço para os que não eram como os
religiosos. Todavia, a novidade do mandamento de amar, trazido pelo Evangelho de
Jesus Cristo, é que Ele não disse para amar
como amamos a nós mesmos. Não! Ele
disse que os seus seguidores devem amar
como Ele amou (Jo 13.34.35). Em outras
palavras, Jesus é a referência, e também
o padrão, de amor que devemos praticar. 
   3.3 – Somos Cristo para o próximo.
Enquanto a lei possuía vários mandamentos que consistiam em amar a Deus sobre
todas as coisas e o próximo como a nós
mesmos, o Evangelho tem apenas um
mandamento: Amar como Jesus nos amou.
E como Ele nos amou? Entregando-se pela
humanidade pecadora, dando a sua vida
por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). O chamado “texto áureo” da Bíblia,
João 3.16, precisa ser visto juntamente com
1 João 3.16: “Conhecemos o amor nisto: que
ele deu a sua vida por nós, e nós devemos
dar a vida pelos irmãos”. Sim, Ele deu a sua
vida por nós, obedecendo ao Pai. e nós,
segundo o apóstolo João, devemos fazer
o mesmo pelos nossos semelhantes. Isso
porque, ensina o mesmo apóstolo, se dissermos que amamos a Deus, mas odiamos
o nosso semelhante, tornamo-nos mentirosos, pois, questiona ele, “quem não ama
seu irmão, ao qual viu, como pode amar a
Deus, a quem não viu?” (1 Jo 4.20). Fazendo
assim, tornamo-nos “Cristo para o próximo”, ou seja, as pessoas verão Cristo em
nós e o nome do Senhor será glorificado,
sendo, nós mesmos, um testemunho vivo
nessa sociedade do que é viver orientado
por Deus (Jo 13 34.35). 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 3 

O terceiro e último tópico é o mais
importante desta lição, “À luz dos eventos que acabaram de ocorrer, Jesus
coloca em um odre o vinho novo de um novo amor: Um novo mandamento
vos dou: Que vos ameis uns aos outros;
como eu vos amei a vós, que também
vós uns aos outros vos ameis (34). O
mandamento de amar o próximo não
era novo (Lv 19.18; Lc 10.27). Mas a
expressão ameis… como eu vos amei a
vós — isto era novo! O amor do nosso
Senhor alcançou um Judas (13.5,26),
que o trairia, e um Pedro, que o negaria
(13.38; 18.15-18,27). Na verdade, este tipo
de amor foi um evento tão inigualável
que um novo vocábulo teve de ser providenciado para expressá-lo. O eros (não
no NT) dos gregos descrevia apenas um
amor egoísta; e philia (no NT apenas em
Tg 4.4) descrevia não mais que o amor
de amizade que pensa em termos de
obter, e também dar. Mas o sacrifício
altruísta de Jesus, sua disposição de dar
tudo sem qualquer garantia de resposta
humana, tinha de ser expresso com uma
palavra mais forte. Então ágape, uma
rara palavra para amor antes de Paulo,
passou a ser usado na literatura cristã
primitiva a fim de descrever o tipo de
amor que Jesus demonstrou, e a qualidade de amor que deve caracterizar
a vida de seus verdadeiros discípulos”
(EARLE, Ralph; MAYFIELD, Joseph H.
“João a Atos”, In Comentário Bíblico
Beacon. Volume 7. i.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014, pp.120-21). Na verdade,
conforme os mesmos autores, por intermédio “de um amor como este, disse
Jesus, todos os homens conhecerão
que sois meus discípulos… se vos amardes uns aos outros (35). Macgregor diz:
‘Deve haver um novo circulo de amor,
a igreja cristã, dependente de um novo
centro de amor, Cristo’. Ele então cita
Tertuliano, dizendo: ‘Os pagãos estão
habituados a exclamar com admiração:
Veja como estes cristãos amam-se uns
aos outros”‘ (ibid., p.121)

CONCLUSÃO 

Jesus reduziu todos os mandamentos
em um único, pois sabe que se amarmos
como Ele nos ama, certamente Deus virá
em primeiro Lugar em nossa vida, pois
somos servos. O Mestre sabe igualmente
que, se amarmos tal como Ele nos ama,
não desprezaremos os nossos semelhantes, pois eles serão mais valiosos do que
regras, sejam elas religiosas ou não.


VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO 

1. Para quê foi dada à lei? 
 Para levar às pessoas a amar. 
 
2. É possível alguém se salvar observando
a lei? 

 Não 

3. Cite o grande mandamento da Lei.

 “O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus,
é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todo o teu entendimento,
e de todas as tuas forças: este é o primeiro
mandamento. E o segundo, semelhante
a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro mandamento maior
do que estes” (Mc 12.29-31). 
 
4. Qual a diferença entre o “novo mandamento” do Evangelho e o grande mandamento da lei? 
 A diferença do mandamento de amar,
trazido pelo Evangelho de Jesus Cristo, é
que Ele não disse para amar como amamos a nós mesmos, assim como dizia a
Lei. E sim que os seus seguidores devem
amar como Ele amou (Jo 13.34.35). 
 
5. Como nos tornamos “Cristo para o
próximo”? 
 Agindo exatamente como Cristo agiu,
isto é, em favor das pessoas. 

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