Nos últimos anos, a teologia contemporânea tem frequentemente deslocado o foco das doutrinas centrais da fé cristã para uma supervalorização do ser humano. Essa tendência é visível em muitos cultos modernos que priorizam o ‘eu’ e a autoajuda, relegando a adoração a Deus e a pregação de Jesus Cristo crucificado a segundo plano. Essa mudança de paradigma pode ser problemática, pois desvia a atenção da verdadeira essência do Cristianismo.
Numerosas passagens bíblicas sublinham a necessidade de focar em Deus e não no homem. Por exemplo, em Salmos 136.1-3, lemos: “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre. Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre.” Esses versículos destacam a supremacia e a bondade de Deus, enfatizando que Ele deve ser o centro de nossa adoração e reconhecimento.
Além disso, em 1 Coríntios 1.22-23, o apóstolo Paulo destaca a centralidade de Cristo crucificado: “Porque os judeus pedem sinais, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” Aqui, Paulo deixa claro que a mensagem principal do evangelho é Cristo e Sua obra redentora, e não os desejos ou realizações humanas.
Filipenses 3.18 também alerta contra aqueles que desviam o foco de Cristo: “Porque muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia e, agora, vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.” Esta passagem reforça a necessidade de permanecer atento ao verdadeiro propósito da fé cristã, que é seguir a Cristo e não ser distraído por ensinamentos centrados no ser humano.
Portanto, é essencial que a teologia e a prática cristã mantenham Deus no centro, reafirmando continuamente a importância de adorar e pregar a Jesus Cristo crucificado. Somente assim a fé cristã pode permanecer fiel às suas raízes e cumprir seu verdadeiro propósito.
A Adoração Verdadeira: Foco em Deus, Não no Homem
Em um cenário religioso onde a frase “não pare de adorar” é frequentemente usada de maneira vaga, surge a necessidade de esclarecer a quem e como a adoração deve ser direcionada. A verdadeira adoração é centrada em Deus e não no homem. Quando a adoração perde esse foco, ela não só se torna ineficaz, mas também pode desviar os fiéis da verdadeira essência da fé cristã.
Nos cultos contemporâneos, é comum a infiltração de músicas e mensagens de autoajuda que, em vez de exaltar a Deus, promovem uma visão antropocêntrica da fé. Essas mensagens podem ser atraentes, pois oferecem soluções rápidas e empoderamento pessoal, mas ao mesmo tempo desviam os fiéis da verdadeira adoração e das doutrinas saudáveis. Ao focar no próprio indivíduo e em suas necessidades, corre-se o risco de transformar a fé em um instrumento de autossatisfação, afastando-nos da vontade divina.
O perigo do antropocentrismo na fé cristã é evidente quando a confiança é transferida da graça divina para as próprias forças humanas. Isso nos leva a uma falsa sensação de controle e segurança, que são contrárias ao ensinamento bíblico de dependência total de Deus. A adoração verdadeira exige um redirecionamento da nossa atenção e esforços para Deus, reconhecendo Sua soberania e nosso papel como Seus servos.
Portanto, é crucial que músicas e mensagens dentro dos cultos reflitam essa verdade central. A adoração deve ser um ato de entrega e reconhecimento da grandeza de Deus, não uma plataforma para autoengrandecimento. Ao manter o foco em Deus, a comunidade de fé pode crescer em santidade e alinhamento com a vontade divina, evitando os perigos do antropocentrismo e vivendo de acordo com os princípios da fé cristã.
O antropocentrismo na fé cristã pode ser interpretado como parte de um plano diabólico para desviar os crentes da sã doutrina, especialmente quando analisado à luz de passagens bíblicas como 1 Timóteo 4.1 e 2 Timóteo 4.1-5. Essas escrituras alertam sobre tempos em que muitos serão desviados por doutrinas enganosas e se afastarão da verdade.
O Plano Diabólico de Desviar os Crentes da Sã Doutrina
Em 1 Timóteo 4.1, lemos: “O Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”. Esse alerta é reforçado em 2 Timóteo 4.3-4, onde Paulo adverte: “Pois virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”.
A ênfase exagerada no ser humano, característica do antropocentrismo, pode ser vista como uma manifestação desses “ensinos de demônios”. Em vez de serem centrados em Cristo e em Sua obra salvífica, muitos crentes acabam seguindo “palavras mágicas” e “sonhos” que prometem soluções rápidas e fáceis para problemas da vida. Esse desvio afeta diretamente a vida espiritual dos crentes, que passam a buscar satisfação pessoal e realização imediata, negligenciando a vontade de Deus, a obra redentora de Jesus Cristo e a importância da vida de santificação e renúncia.
Os discursos de autoajuda, por exemplo, embora muitas vezes motivadores, tendem a focar na capacidade humana de superar dificuldades e alcançar o sucesso, sem mencionar a dependência de Deus. Essa abordagem pode ser perigosa, pois promove um falso senso de autonomia e afasta os crentes da compreensão de que é pela graça de Deus e pela obra de Jesus Cristo que encontramos a verdadeira paz e salvação. A verdadeira fé cristã deve sempre apontar para Cristo e Sua obra na cruz, e não para as habilidades e conquistas humanas.
A Necessidade de Submissão e Dependência de Deus
Na jornada cristã, a submissão e a dependência de Deus são elementos fundamentais. Diferente da ênfase moderna em autossuficiência e empoderamento pessoal, as Escrituras reiteram a importância de confiar plenamente em Deus. Em 1 Pedro 5.6, somos exortados: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte”. Este versículo destaca que a verdadeira elevação e reconhecimento vêm através da humilhação e da submissão a Deus, não através dos esforços humanos.
O Salmo 138.6 também nos ensina que “O Senhor é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe”. Este versículo evidencia que a humildade atrai a atenção de Deus, enquanto a soberba distancia o indivíduo de Sua presença. A dependência de Deus não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria e discernimento espiritual.
Ademais, em Efésios 6.10, Paulo nos aconselha: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”. Aqui, fica claro que a verdadeira força do cristão não reside em si mesmo, mas em Deus. A força proveniente do Senhor é inigualável e supera qualquer capacidade humana.
O contraste com as mensagens de palestrantes motivacionais e literatura de autoajuda é evidente. Enquanto esses recursos frequentemente incentivam a autossuficiência e a confiança nas próprias habilidades, a fé cristã genuína direciona o crente a buscar força e orientação em Deus. A autossuficiência, no contexto cristão, pode levar ao orgulho e à separação de Deus. Portanto, é imperativo que os crentes voltem a focar na ajuda divina e na submissão à vontade de Deus.