02 de Janeiro de 2022
Jovens 1º Trimestre de 2022
TEXTO PRINCIPAL
” E o verbo se fez carne e habitou
entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade.”
(Jo 1.14)
RESUMO DA LIÇÃO
O Evangelho de João é
essencialmente cristológico
e singular em relação aos
demais Evangelhos.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Mt 4.21 João, filho de Zebedeu
TERÇA – Jo 13.23 João o discípulo amado
QUARTA – Mt 17.1,2 João esteve presente na transfiguração
QUINTA – Jo 1.12 João apresenta Jesus como Salvador
SEXTA – Jo 1.1 João apresenta o Verbo encarnado
SÁBADO – Jo 2.1 João apresenta o primeiro sinal de Jesus
OBJETIVOS
1. APRESENTAR a autoria, a época e o propósito do Evangelho de João;
2. EXPOR a riqueza doutrinária do Evangelho de João;
3. COMPREENDER a Cristologia apresentada por João.
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus vamos iniciar o ano estudando
o Evangelho de João, um livro singular cujo o propósito é mostrar que Jesus
Cristo é o Filho Unigênito de Deus, o “Verbo que se fez carne”.
O comentarista das Lições é o pastor Silas Queiroz, membro do Conselho de
Comunicação e Imprensa da CGADB. ELe é Jornalista, feacharel em Teologia e
Direito. Especialista em Direito Público, Direito ProcessuaL Civil e Docência Universitária. É pastor na Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), cidade na qual
reside e atua como procurador geral do município.
Que o estudo de cada lição possa trazer a certeza de que Jesus Cristo é o Filho
de Deus e único mediador entre o Todo-Poderoso e os seres humanos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), para a primeira lição do trimestre sugerimos que você reproduza
o quadro abaixo. Utilize-o na apresentação do primeiro tópico da lição, pois o
objetivo é apresentar algumas informações importantes a respeito do EvangeLho de João.
O EVANGELHO DE JOÃO
PROPÓSITO: Comprovar que Jesus é 0 Filho de Deus e que todo
aquele que nEle crê tem a vida eterna.
AUTOR: João, filho de Zabedeu e irmão de Tiago, 0 apóstolo
apelidado de “filho do trovão”.
DESTINATÁRIO: Novos cristãos e não cristãos.
DATA: Provavelmente 85-90 d.C.
PANORAMA: Escrito depois da destruição de Jerusalém, em 70 d.C.,
antes do exílio de João na ilha de Patmos.
PESSOAS-CHAVE: Jesus, João Batista, os demais discípulos, Maria, Marta,
Lázaro, a mãe de Jesus, Pilatos e Maria Madalena.
LUGARES-CHEVE: Interior da Judeia, Samaria, Galileia, Betãnia e Jerusalém.
Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, p. 1410.
TEXTO BÍBLICO
João 1.1-5,9-14
1 No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no principio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por ele, e
sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele, estava a vida e a vida era a luz dos
homens.
5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas
não a compreenderam.
9 Ali estava a luz verdadeira, que alumia
a todo homem que vem ao mundo.
10 Estava no mundo, e o mundo foi feito
por ele e o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que era seu, e os seus não
o receberam.
12 Mas a todos quantos o receberam deu-
-Ihes o poder de serem feitos filhos de
Deus; aos que creem no seu nome.
13 Os quais não nasceram do sangue, nem
da vontade da carne, nem da vontade
do varão, mas de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do Unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando não somente um
novo trimestre, mas também um novo
ano. Estudaremos um livro que expõe,
com muita clareza, profundidade e
objetividade, uma das principais doutrinas da Bíblia: a Doutrina de Cristo no
Evangelho de João. O Evangelho de
João é essencialmente cristotógico e se
apresenta com toda a sua singularidade
em relação aos demais Evangelhos, que
guardam entre si grande similaridade, daí
serem considerados sinóticos. Enquanto
Mateus, Marcos e Lucas enfatizam mais
a humanidade de Cristo, em João Jesus
é apresentado especialmente como o
Filho de Deus, o Verbo Encarnado.
I – AUTOR, ÉPOCA E PROPÓSITO
1.0 discípulo amado. João, filho de
Zebedeu e irmão de Tiago, também
discípulo de Jesus (Mt 4.21), é o autor
desse “Evangelho espiritual”, como assim
o chamou Clemente de Alexandria (150-
215 d.C.). O livro traz várias referências ao
discípulo “a quem Jesus amava” (Jo 13.23;
“Este é o discípulo que testifica dessas
coisas e as escreveu” (Jo 21.24).
João trabalhava com o pai e o irmão no
ramo da pesca (Mc 1.19,20). Tornou-se um
dos discípulos mais próximos de Jesus, ao
lado de Pedro e Tiago, tendo o privilégio
de estar presente em momentos ímpares,
como na transfiguração (Mt 17.1). O que
muito se destaca na vida de João, portanto,
é sua intimidade com Jesus (Jo 13.25).
2.0 apóstolo do amor, O Evangelho
de João foi o último a ser escrito. Não
há uma data específica, mas registros
dos primeiros séculos indicam ter sido
entre os anos 80 e 95 d.C. Nessa época,
e nos séculos seguintes, foram intensos
os debates teológicos em torno das
doutrinas centrais da fé cristã. Muitas
heresias foram forjadas pelojudaísmo,
que tentou se reestabelecer após a
Diáspora, ocorrida depois de 70 d.C.,
quando aconteceu a destruição de
Jerusalém. Também no seio do cristianismo surgiram muitos hereges. Dentre
os falsos ensinos destaca-se o que
negava a divindade de Jesus.
O amoroso apóstolo João, o mesmo
autor de 1. 2 e 3 João e do Apocalipse,
havia estabelecido muitas igrejas, especialmente na Ásia Menor. Foi justamente
de lá, mais precisamente de Éfeso, que
escreveu seu Evangelho, cujo escrito
serviu para solidificara fé de cristãos não
somente de seu tempo, mas de todas
as épocas, chegando até nós.
3. Evangelista e apologista. O diligente pastor João, já idoso, era também
evangelista e apologista. Seu Evangelho
tem esse duplo caráter, sobressaindo
nele uma firme apologia da doutrina
central da fé cristã. Esse propósito é
diretamente anunciado por ele, quando,
após registrar os sinais que evidenciavam
a divindade de Cristo, afirmou: “Estes,
porém, foram escritos para que creiais
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
que para que, crendo, tenhais vida em
seu nome” (Jo 20.31). O Evangelho de
João tem, portanto, crucial importância
tanto para a propagação das Boas-Novas
da Salvação aos que ainda não creem,
quanto para a firmeza e permanência da
nossa fé, através da vida que somente
no Filho de Deus podemos ter.
SUBSÍDIO 1
“Prezado(a) professor(a), incentive
seus alunos a lerem, no decorrer do
trimestre, o Evangelho de João. Se
possivel faça uma leitura em que todos
possam acompanhar juntos.
Para dar inicio ao primeiro tópico faça a
seguinte pergunta: “O que João desejou
evidenciar ao escrever o Evangelho que
leva o seu nome?” Explique que “neste
Evangelho, João evidenciou claramente
que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que,
crendo nele, teremos a vida eterna. João
também forneceu um material singular
a respeito do nascimento de Jesus, ao
revelar que Ele não veio a existir quando
nasceu, porque é eterno; sempre existiu.”
(Adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. p. 1410.)
II – A RIQUEZA DOUTRINÁRIA DO
EVANGELHO DE JOÃO
1. A Cristotogia e a Trindade. A riqueza doutrinária do Evangelho de João é
simplesmente surpreendente. Já nos primeiros 34 versículos do primeiro capítulo
do Livro é possível encontrar revelações
claras e profundas acerca das principais
doutrinas da Bíblia.
A doutrina de Deus, dentro da compreensão da Trindade (“um só Deus,
eternamente subsistentemente em três
pessoas que, embora distintas, são iguais
em poder, glória e majestade”, conforme
nossa Declaração de Fé), levaria cerca de
três séculos para ser bem compreendida
e sistematizada pela cristandade, mas ali
estava, de maneira inequívoca, o registro
acerca das pessoas do Deus Pai, do
Deus Filho e do Deus Espírito Santo, com
indicação, inclusive, do papel primordial
de cada uma delas.
Depois de falar do Filho, como o Verbo que sempre esteve com o Pai, João
apresenta o Espírito Santo, aquele que
outro João, o Batista, viu “descer do céu
como uma pomba e repousar sobre ele”
(Jo 1.32). 0 Espírito é o que convence o
mundo do pecado, da justiça e do juízo
(Jo 16.8), tem papel imprescindíveL na
2. Cristo, o Deus Criador. João não
apenas refere-se a Cristo como um Ser
Divino, mas apresenta desde logo seus
principais atributos, como a eternidade, a Onipotência, a Onipresença e a
Onisciência, pois o situa “no princípio”,
na eternidade passada, agindo com e
como Deus: “No princípio era o Verbo, e
o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo 1.1).
Quando houve esse “princípio”, que
foi revelado a Moisés (Gn 1.1), Cristo já
existia como verdadeiro Deus, Eterno,
sem princípio: incriado, Ele, aliás, participou com o Pai e o Espírito da obra da
criação: “Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se
fez” (Jo 1.3). Cristo, portanto, é também
Deus Criador. Por isso, Gênesis registra a
ação plural: “Façamos o homem, à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança”
(Gn 1.26) e Paulo afirma que “ele [Cristol
é antes de todas as coisas, e todas as
coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).
3. Cristo no Antigo Testamento. O
discípulo amado também sintetizou, em
um versículo apenas, a livre e permanente
agência de Cristo desde o Éden e por todo
o Antigo Testamento até sua encarnação,
quando diz: “Nele, estava a vida e a vida
era a luz dos homens” (Jo 1.4). Um dos
exemplos está na declaração paulina
aos coríntios: “Ora, irmãos, não quero que
ignoreis que nossos pais estiveram todos
debaixo da nuvem; e todos passaram pelo
mar, e todos foram batizados em Moisés,
na nuvem e no mar, e todos comeram de
um mesmo manjar espiritual, e beberam
todos de uma mesma bebida espiritual,
porque bebiam da pedra espiritual que os
seguia; e a pedra era Cristo” (1 Co 10.1-4).
Cristo, portanto, não foi um mero
assistente junto ao Pai desde Adão. Seja
de forma teofânica. seja através de tipos,
o Deus Filho esteve presente em toda a
Antiga Aliança, aguardando o tempo em
que haveria de se manifestar, encarnado,para a obra prometida ainda no Éden: que
da semente da mulher nasceria um que
pisaria a cabeça da serpente (Gn 3.15)
SUBSÍDIO 2
Professor(a), explique neste tópico que
“enquanto na filosofia grega, o togos
significa princípio da razão que governa
o mundo, o pensamento; na cultura
hebraica, é outra forma de referir-se
a Deus. Assim, a descrição de Jesus
como o Verbo feita por João indica
que ele se refere a um ser humano
que conheceu e amou, mas ao mesmo
tempo o Criador do universo, a suprema
revelação de Deus, a Deidade encarnada (1.14). o retrato vivo da santidade
de Deus, o único em que tudo subsiste
(Cl 1.17). Para os Leitores judeus, afirmar
que Jesus é a encarnação de Deus
é blasfêmia. Para os Leitores gregos,
dizer que o “Verbo se fez carne” (1.14)
era inconcebível, Para João, o novo
entendimento sobre o Verbo eram as
Boas-Novas em Jesus Cristo.”
(Adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. p. 1410.)
III – CRISTOLOGIA: SINAIS, SERMÕES E DECLARAÇÕES
1. Os sinais miraculosos. 0 Evangelho
de João apresenta o Jesus homem manifestando sua glória como o Unigênito
do Pai (Jo 1,14). A completa humanidade
de Cristo em perfeita consonância com
sua completa divindade. As narrativas
dos milagres apresentam Jesus homem
de forma natural, como um convidado
comum para uma festa de casamento,
por exemplo, realizando sinais sobrenaturais, próprios de alguém absolutamente
incomum, divino, Todo-Poderoso, capaz
de transformar água em vinho (Jo 2.1-11)
e realizar inúmeros outros milagres, Tais
sinais tinham como finalidade demonstrar
sem prejuízo algum de sua completa
sujeição ao Pai através da encarnação (Fp
2.5-11), para cumprira obra de redenção
de todo aquele que nEle crer (Jo 3.14-
I8; l0.l-l8; 17,20).
Registrados por João, há mais seis
sinais: a cura do filho de um oficial do
rei (Jo 4.43-54), a cura de um paralítico
de Betesda (Jo 5.1-15), a multiplicação
de pães e peixes (6.1-15), Jesus andando
sobre as águas do Mar da Galileia (Jo
6,16-21), a cura de um cego de nascença
(Jo g.1-41) e a ressurreição de Lázaro (Jo
11.1-45). Muitos outros não estão escritos,
e, conforme disse João (em hipérboLe), se
tudo o que Jesus fez fosse escrito “nem
ainda o mundo todo poderia conter os
livros que se escrevessem” (Jo 21.25).
2. Os sermões cristológicos. É muito
importante considerar como as Escrituras
valorizam a exposição das doutrinas.
Os sinais são importantes, mas não são
suficientes. As multidões precisavam
não apenas crer no Messias como
Deus, capaz de realizar milagres, mas
como o necessário e suficiente Salvador e Senhor. Isso está muito claro nas
mensagens de Jesus, a começar pelo
sermão que pregou para Nicodemos.
A primeira coisa que fez esse fariseu,
príncipe dos judeus, foi reconhecer que
Jesus era um “mestre vindo de Deus”,
justamente por causa dos sinais (Jo 3.2).
Mas era imperativo que Nicodemos
reconhecesse sua necessidade pessoal
de salvação. Como diz Matthew Henry,
“Não era suficiente que ele admirasse
os milagres de Cristo, e reconhecesse
sua missão; ele devia nascer de novo”.
Por isso Jesus disse-lhe logo: “Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer de novo não pode ver o
Reino de Deus” (Jo 3.3). Que declaração
fundamental!
A mesma revelação do aspecto salvífico
de seu ministério Ele apresentaria
no sermão pregado à mulher samaritana
(Jo 4.4-42) e em outros cinco sermões
registrados por João (Jo 5.16-47; 6.37-44:
8.12-30 e 10.1-21). Com isso Jesus nos deu
o exemplo de que é preciso pregar, pois
a “fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra
de Deus” (Rm 10.17).
3. As declarações divinas. Além dos
sinais e dos sermões, o Evangelho de
João traz sete declarações de Jesus que
revelam sua deidade. Em todas elas, Ele
se apresenta como o “EU SOU’, o mesmo
Deus que se manifestou a Moisés como
“o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e
o Deus de Jacó” (Êx 3.14,15)-
Em João esse Deus Único e Eterno
se revela nas figuras do “pão da vida” (Jo
6.35), da “luz do mundo” (Jo 8.12), da “porta”
(Jo 10.9), do “bom Pastor” (Jo 10.11,14),
da “ressurreição e a vida” (Jo 11.25), do
“caminho, e a verdade, e a vida” (14.6) e
da “videira” (Jo 15.1,5).
SUBSÍDIO 3
“Prezado(a) professorta) dê uma olhada,
juntamente com seus alunos, no sumário da revista. Depois, explique que
“João registrou oito sinais específicos
ou milagres que provam a natureza do
poder e do amor de Jesus. Vemos seu
poder sobre todas as coisas criadas e seu
amor por todas as pessoas. Enfatize aos
alunos que estes sinais nos encorajam a
crer nEle.’ Conclua afirmando que Jesus
está vivo e continua operando milagres.
(Adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. p. 1410.)
CONCLUSÃO
João é o Evangelho do Filho de Deus,
Sua riqueza doutrinária, os sinais, sermões e declarações nos apresentam a
Cristo como o Verbo que se fez carne
para ser nosso Libertador, Provedor,
Guia, Sustentador, Protetor, Doador da
vida, Garantidor da eternidade.
Que o conheçamos mais e desfrutemos
de suas virtudes e maravilhosas bênçãos,
para que permaneçamos firmes na fé e,
ao final, tomemos posse da vida eterna.
HORA DA REVISÃO
1. Qual a finalidade dos sinais segundo
João?
Os sinais tinham como finalidade
demonstrar que Jesus e o Pai são
um para cumprira obra de redenção
de todo aqueLes que nEle crer.
2. Segundo a lição, quantos sinais
foram registrados por João?
João registrou oito sinais.
3. Os sinais são importantes, mas eles
são suficientes?
Os sinais são importantes, mas
não são suficientes. É preciso crer
em Jesus como único e suficiente
Salvador.
4. Qual a primeira coisa que Nicodemos fez ao encontrar com Jesus?
Foi reconhecer que Jesus era um “mestre vindo de Deus”.
5. Além dos sinais e dos sermões, o
que mais o Evangelho de João traz?
João traz sete declarações de Jesus
que revelam sua deidade.