Tebas, situada a cerca de 670 km ao sul do atual Cairo, foi a antiga capital do Alto Egito e um dos centros religiosos mais importantes da civilização egípcia. Conhecida pelos egípcios como Nô-Amom — “cidade de Amom” — ela abrigava a tríade divina formada por Amom, Mut (deusa-mãe) e Khonsu (deus-lua).
A influência de Amom cresceu quando ele foi identificado com Rá, o deus-sol, passando a ser adorado como Amom-Rá, o “deus dos deuses”. Tebas tornou-se símbolo de esplendor no mundo antigo e permanece até hoje como o mais impressionante conjunto de ruínas do Egito.
Tebas, como a antiga Babilônia, era dividida pelo rio Nilo. Na margem oriental, ficava a cidade dos vivos — uma metrópole vibrante, com palácios, casas nobres, comércio e movimentados portos que recebiam mercadorias da Ásia e do Mediterrâneo. Era também o local dos grandiosos templos, entre eles o Templo de Amom (Carnaque) e o Templo de Luxor, ligados por uma avenida de 2 km ladeada por esfinges, jardins e palmeiras.
O Templo de Carnaque, o maior já construído, media 366 m de comprimento por 103 m de largura, cercado por um muro de 24 m de altura. Já o Templo de Luxor, com sua entrada decorada por pilones de 24 m de altura, trazia nas paredes cenas de batalhas antigas. Ambos eram dedicados à tríade tebana e abrigavam complexos rituais religiosos.
Na margem ocidental, localizava-se a Cidade dos Mortos, com necrópoles, mastabas, pirâmides e tumbas escavadas nas rochas. Era ali que os mortos eram sepultados após serem transportados em barcas pelo Nilo. A região se estende por 5 km até os penhascos líbios, incluindo os famosos Vales dos Reis e das Rainhas.
Entre os achados arqueológicos, destaca-se a tumba do faraó Tutancâmon, descoberta por Howard Carter. O túmulo continha quatro aposentos, incluindo o “quarto do tesouro”, guardado pela imagem do deus Anúbis. Ali foram encontrados relíquias riquíssimas, incluindo um ataúde de ouro maciço com 828 kg, peças finíssimas de marfim, linho, alabastro, pedras preciosas e instrumentos reais, como o cetro e o malho.
A máscara mortuária de ouro do jovem rei, adornada com lápis-lazúli e outras gemas, é considerada uma das peças mais belas da arte egípcia. Os féretros canópicos de ouro com miniaturas internas continham as vísceras do rei, protegidas por figuras femininas divinas com asas protetoras — lembrando a simbologia da arca da aliança mencionada na Bíblia.
A Bíblia menciona Tebas (Nô-Amom) como alvo do juízo divino (Jr 46:25; Ez 30:14), destacando seu poder e sua queda. Foi, sem dúvida, uma cidade grandiosa cujo legado permanece até hoje em templos, tumbas e na história da humanidade.
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