O tanque de Siloé é um dos locais mais importantes e conhecidos da Jerusalém bíblica. Localizado no vale de Tiropeão, no extremo inferior do canal subterrâneo de Ezequias — conhecido também como túnel de Siloé —, o tanque recebia a água trazida do manancial de Giom, ou da Virgem, através desse túnel com cerca de 530 metros de extensão. A água que fluía mansamente por esse caminho é mencionada no livro de Isaías: “As águas de Siloé, que fluem mansamente” (Is 8:6), destacando a suavidade e o significado espiritual da fonte.
O túnel de Siloé foi construído para proteger o abastecimento de água da cidade de Jerusalém em tempos de cerco, desviando o fluxo do manancial para dentro dos muros da cidade. A água chegava ao tanque de Siloé, localizado do outro lado do vale Cedrom, onde era armazenada e utilizada para diversos fins.
O tanque era amplamente usado pelos habitantes de Jerusalém, que o consideravam sagrado e de grande importância para rituais de purificação e para o abastecimento diário. A importância do local é ainda maior quando se recorda o episódio bíblico em que Jesus enviou um homem cego para lavar os olhos nas águas do tanque de Siloé, resultando na cura milagrosa (João 9:7).
As primeiras escavações significativas no local foram realizadas pelo Fundo de Exploração da Palestina entre os anos de 1896 e 1897. Os arqueólogos encontraram uma escadaria de 34 degraus que descia até o tanque, confirmando as descrições históricas.
A escada foi construída em duas partes distintas: uma feita de pedras duras e bem ajustadas, assentadas sobre um leito de lascas de pedra e argamassa de cal; e outra parte esculpida diretamente na rocha natural, que apresentava marcas de uso intenso, com os degraus bastante desgastados pelo trânsito de muitos pés ao longo dos séculos.
O contorno do tanque revelou que ele era originalmente duas vezes maior do que a área atualmente conhecida, indicando a grandiosidade da estrutura antiga.
Além do tanque em si, as escavações revelaram também as ruínas bem preservadas de um edifício abobadado, uma igreja construída pela imperatriz Eudóxia no século V. Próximo dali, foram encontradas também as estruturas de um mosteiro edificado no século XI, demonstrando a importância contínua do local ao longo da história cristã.
A área de Siloé é mencionada também no Novo Testamento, em Lucas 13:4, que relata a tragédia da torre de Siloé, que desabou e matou dezoito pessoas. Apesar da importância do evento, até hoje não foram encontrados vestígios definitivos da torre, mas a tradição e as referências bíblicas mantêm viva a memória do episódio.
O tanque de Siloé permanece um símbolo de purificação e de cura, tanto física quanto espiritual. A história da cura do cego mostra não apenas um milagre físico, mas também a luz da fé e da restauração espiritual, que simboliza o papel de Jerusalém como centro da revelação divina.
Com suas águas mansamente fluindo, o tanque de Siloé convida até hoje à reflexão sobre a importância da água como fonte de vida e renovação.
Ne 3:15 — Menciona a construção relacionada ao local.
Lucas 13:4 — Refere-se à tragédia da torre de Siloé.
João 9:11 — Relato da cura do cego nas águas de Siloé.
Ajude-nos a divulgar compartilhando com os seus amigos!