Lição 3 – CRENDO PARA INTERPRETAR A BÍBLIA


 DISCIPULADO CICLO 2

MEDITAÇÃO 

“Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados
pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21). 
 
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA 
 SEGUNDA – Provérbios 1.2-6 
 TERÇA – 2 Corintios 2.17 
 QUARTA-Salmos 119,105 
 QUINTA-Salmos 119.125 
 SEXTA – Neemías 8.2-9 

 SÁBADO – Romanos 10.8-10

TEXTO BÍBLICO BASE 

2 Pedro 1.19-21; 3.14-18 
19 – E temos, mui firme, a palavra dos profetas,
à qual bem fazeis em estar atentos, como a
urna luz que alumia em lugar escuro, até que
o dia esclareça, e a estrela da alva apareça
em vosso coração, 
20 – sabendo primeiramente isto: que nenhuma
profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 – porque a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo
Espirito Santo. 
2 Pedro 3
14 – Pelo que, amados, aguardando estas
coisas, procurai que dele sejais achados
imaculados e irrepreensíveis em paz 
15 – e tende por salvação a longanimidade de
nosso Senhor, como também o nosso
amado irmão Pauto vos escreveu, segundo
a sabedoria que lhe foi dada, 
16 – falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos dificeis de
entender, que os indoutos e inconstantes
torcem e igualmente as outras Escrituras,
para sua própria perdição. 
17 – Vós, portanto, amados, sabendo isto de
antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente
arrebatados e descaiais da vossa firmeza; 
18 – antes, crescei na graça e conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele
seja dada a glória, assim agora como no dia
da eternidade. Amém!.

INTERAGINDO COM O ALUNO 
Professor, esta aula talvez seja a mais importante desse 2o ciclo de curso, A maioria dos
erros teológicos, doutrinários e de interpretação
ocorrem porque muitos crentes não sabem interpretar as Escrituras. Você tem a oportunidade
singular de ajudar ao seu discipulando na leitura
e na interpretação das Escrituras. Sugerimos
adquirir duas obras importantes para auxiliarem
você na preparação dessa lição: Guia Básico
para Interpretação da Bíblia, de Robert H. Stein
e Hermenêutica Fácil e Descomplicada, do professor Esdras Costa Bentho. Ambas as obras
foram publicadas pela editora CPAD. 
A partir da leitura dessas obras, escolha
alguns exemplos de interpretação que os livros
mencionam para tornar a aula mais dinâmica.
Selecione passagens bíblicas que sejam exemplos de más e boas interpretações. Estimule os
alunos a adquirirem obras básicas de interpretação da Bíblia.

OBJETIVOS 
Sua aula deverá alcançar os seguintes objetivos: 
1 Demonstrar que a Bíblia é verdadeira
segundo a sua inspiração divina e sua
natureza humana. 
2 Elencar os pressupostos necessários para
a leitura e a interpretação das Escrituras. 
3 Apresentar as regras básicas para uma
interpretação satisfatória da Bíblia.

PROPOSTA PEDAGÓGICA 

Professor, para concluir a lição sugerimos
a seguinte atividade: Divida a classe em dois
grupos e classifique-os respectivamente de
grupo 1 e grupo 2. Peça ao grupo 1 para ler
silenciosamente Romanos 4.1-25; o grupo 2
para ler Tiago 2.14-26. Dê cinco minutos para
a leitura em grupo. Em seguida pergunte ao
grupo 1 o que entendeu sobre o termo “fé”
explicado pelo apóstolo Paulo. E ao grupo 2
o que entendeu do termo “fé” ensinado por
Tiago. Ouça com atenção as duas respostas.
Após ouvir as respostas, explique didaticamente que (1)o termo “fé”, escrito por Paulo
e Tiago, não significa “um conjunto de crenças” . (2) Paulo não se refere a “fé” como “mera
aceitação do fato” nem Tiago “uma verdadeira
confiança” . (3) Pelo contexto das passagens
bíblicas está claro que o apóstolo Paulo se
refere a “fé” como “uma verdadeira confiança”
(Rm 4.3,5) e Tiago como “aceitação do fato”
(Tg 2.14,19). Ou seja, o mesmo termo usado
pelos escritores recebe sentidos diferentes.

INTRODUÇÃO 

Uma grande conquista para os cristãos e,
consequentemente, para a sociedade ocidental,
foi o resgate do livre exame da Bíblia. Com o
advento da Reforma Protestante, em 1517, na
Idade Média, o clero da Igreja Oficial deixou
de ter a primazia na leitura e na interpretação
da Bíblia. Na Alemanha do século XVI, a Bíblia
foi traduzida para a língua nativa, um acontecimento extraordinário! Naquela época, só
as pessoas que sabiam o latim liam a Bíblia;
assim, a maioria dos habitantes da Europa que
não dominava a língua latina ficava excluída
da leitura bíblica.
Hoje é diferente, pelo menos aqui no Brasil e
na maioria dos países do Ocidente, pois temos
diversas traduções e versões da Bíblia à nossa
disposição. 0 livre exame da Bíblia está garantido!
Entretanto, um desafio surge para os cristãos de
todas as épocas: Como interpretar corretamente
as Escrituras? Eis o tema da nossa lição. 
 
1. A BÍBLIA É VERDADEIRA 
    1.1. Segundo a sua natureza divina.
Quando afirmarmos que a Bíblia é verdadeira,
nos referimos ao registro de Deus na história.
O Deus do Evangelho atuou e agiu por intermédio dos profetas do Antigo Testamento, dos
apóstolos do Novo Testamento, tendo em Jesus
Cristo, o seu Filho, a plena manifestação da sua
mensagem aos povos da terra (Hb 1.1). Ao falar
sobre o Deus do Evangelho, referimo-nos a sua
atuação no processo de revelação da mensagem divina ao ser humano. Deus comunicou-se
diretamente conosco, inspirando homens do
mundo da Bíblia. Ele inspirou pessoas a usar
a linguagem, a palavra, a lógica e, por isso,
nas Escrituras, Deus é a fonte criativa de toda
concepção humana sobre Ele mesmo. Logo
que falamos sobre Deus, discursamos a partir
do que foi revelado nas Escrituras. Então, a
Palavra deve regular a nossa ideia sobre Deus,
sobre a vida e sobre o mundo (2 Tm 3.16,17; Hb11.3). Por isso, a Bíblia é verdadeira! 
    1.2. Segundo a sua natureza humana.
Se Deus inspirou as pessoas da Bíblia para nos revelar o seu projeto (2 Pe 1.19-21), também é
verdade que essas pessoas contribuíram muito
para a organização das Escrituras. Do ponto
de vista da organização literária, encontramos
na Bíblia tipos, gêneros textuais e literários
presentes em nossa história moderna. Encontramos na Bíblia textos narrativos, descritivos,
argumentativos, bem como parábolas, narrativas, dramas, romances, poesias etc. Leia a
parábola de Jotão e perceba o estilo literário
desse texto (Jz 9.7-21).
Entretanto, a natureza humana manifesta
na Bíblia mostra-nos algumas dificuldades
para interpretá-la: a) a dificuldade temporal, a
Bíblia foi escrita num tempo diferente do nosso;
b) a dificuldade contextuai, isto é, a cultura,
a política e a economia dos povos da Bíblia
caracterizam uma civilização bem diferente da
nossa; c) a dificuldade linguística, o desafio de
traduzir expressões judaicas que não fazem
sentido na língua de outro povo. Então, o que
devemos fazer? 
     1.3. Uma tarefa necessária. Muitas pessoas cometem erros de interpretação da Bíblia
por não dominar o idioma nativo, em nosso
caso, a língua portuguesa. Você não precisa
dominar o hebraico, o aramaico e o grego para
compreender a Bíblia. Todavia, deve estar em dia
com o seu idioma e munir-se de boas versões
bíblicas em língua portuguesa. Com o tempo
você se interessará mais em aprender a Bíblia e
poderá adquirir Dicionários Bíblicos, bons Comentários Bíblicos e outros materiais de estudo
que auxiliarão você na compreensão desse livro maravilhoso. Entretanto, além de ler e estudar a
Bíblia, outro elemento indispensável é orar. Buscar
a orientação do Espírito Santo para nos conduzir
em nossos estudos é essencial para uma compreensão satisfatória e edificação da nossa vida
espiritual. O Santo Espírito ilumina-nos a mente e
enche o nosso coração com as riquezas de Deus
(Jo 14.16,17,26). Portanto, ore e estude! 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 1
 “Significado e formas literárias
É obvio que a nossa escolha de certas
palavras pode, às vezes, ser motivada menos
pelo desejo de informar e esclarecer do que
pela vontade de despertar e afetar as emoções
do leitor. Os escritores bíblicos, naturalmente,
estavam cônscios disso, de modo que escolheram as palavras e as formas literárias que melhor
poderiam transmitir o significado pretendido.
Em algumas oportunidades, como acontece
em Lucas 1.4, a intenção do autor era transmitir
uma informação segura. Assim, preferia lançar
mão da linguagem referencial, pois tratava-se
da melhor forma de transmitir o que desejava
naquele momento. Quando pretendia registrar
informações sobre as leis divinas, usava formas
legais, como encontradas nos livros de Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio. Às vezes, a
melhor forma era através de cartas ou epístolas.
Assim, encontramos várias na Bíblia, como, por
exemplo, as de Paulo, Pedro e João. Em outros
momentos, quando o propósito era compartilhar informações de natureza histórica, a melhor
forma era narrativa. Vários livros da Bíblia empregaram este gênero (de Gênesis à Ester e de
Mateus à Atos). Até mesmo na linguagem profética encontramos narrativa, como por exemplo,
em Jeremias 26—29; 32—45; 52; Ageu 1 —2;
Daniel 1 —6. 
  Outras formas literárias tendem a estar mais
próximas da linguagem não-referencial. Nesta
categoria encontram-se os livros de Salmos
e Cantares de Salomão. Vale, ainda, ressaltar
que em muitas narrativas há, também, poesia
(Êx 15; Jz 5; 1 Sm 2) e declarações emocionais.
Em alguns casos, no entanto, os textos contêm
elementos de ambos os tipos. Provérbios e os
livros proféticos são exemplos disso. 
  Está claro, portanto, que existem várias
formas literárias na Bíblia, cada uma com as
suas próprias regras de interpretação. Ao lançar
mão de cada gênero os autores submeteram-se
conscientemente às suas regras com o propósito de transmitir o significado pretendido. Eles
tinham também em mente que seus leitores
interpretariam os textos segundo as mesmas
regras. Se não estivermos cônscios disso,
correremos o risco de quase sempre fazer uma
interpretação incorreta” (STEIN, Robert H. Guia
Básico para a Interpretação da Bíblia. 1 .ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.81-83). 
 
2. PRESSUPOSTOS PARA
A LEITURA DA BÍBLIA 
    2.1. A existência de Deus. Na Bíblia, você
não verá nenhum versículo que procure provar
a existência de Deus. Essa questão sequer é
mencionada nas Escrituras. A Bíblia parte do
princípio de que Deus não somente existe,
Ele É (“ Eu Sou”, Êx 3.14). E chama de “tolo”
quem não acredita nesse princípio fundamental
(SI 53.1). O autor aos Hebreus declara que “de fato,
sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que Ele existe e que se torna galardoador
dos que o buscam” (Hb 11.6 – ARA). Um pressuposto
elementar para crermos e lermos a Bíblia é que
Deus é o Criador de todas as coisas.
2.2. Inspiração e Autoridade das Escrituras. Pela fé cremos que Deus revelou a sua
vontade nas Escrituras e que por isso ela é inspirada divinamente e tem autoridade para a nossa
prática de fé e vida. Para tanto, é preciso levar
a sério a interpretação coerente das Escrituras. 
   Quando nos referimos à doutrina da inspiração da Bíblia , baseamo-nos em
2 Timóteo 3.16 que diz que “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruírem justiça”.
Deus é o autor primeiro e, o homem, secundário.
Considerando que as Escrituras são inspiradas,
sua autoridade está sobre a nossa vida. Cremos
e concordamos que ela é Palavra de Deus para
nós, e que a partir dela revelamos ao mundo a
vontade de Deus de, por intermédio de seu Filho,
reconciliar o mundo consigo mesmo (2 Co 5.20). 
    2.3. Cristo, o centro das Escrituras. As
Escrituras dão testemunho do Filho, Jesus Cristo:
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter
nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39). É em Cristo que a antiga aliança,
anunciada com Abraão, registrada por Moisés
e confirmada em Davi, o rei de Israel, toma-se
nova, suficiente e perfeita aliança. Nele, a história
da aliança entre Deus e o seu povo chegou ao
apogeu dos tempos: “mas, vindo a plenitude
dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob lei, para remir os que estavam
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção
de filhos” (Gl 4.4,5). As Escrituras se completam
em torno desse assunto, fazendo com que a
revelação de Deus seja progressiva e dentro da
história humana. Não podemos perder de vista
que Cristo é o centro das Escrituras e todos os
livros da Bíblia devem ser interpretados sob o
ensino de Jesus. 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 2 
Professor, neste tópico, deixe claro a dificuldade que os crentes enfrentam para declarar a
sua fé na autoridade da Bíblia. Vivemos uma crise
profunda de autoridade em nossa sociedade:
na família, na educação, nas instituições públicas. Não seria diferente com a Bíblia. O erudito Cari F. H. Henry, diante desse problema, escreveu
que “a Bíblia não é o único lembrete importante
que afirma que os seres humanos encontram-se
diariamente em posição de relacionamento responsável para com o Deus soberano. O Criador
exibe sua autoridade no cosmos, na História e na
consciência interior, uma revelação do Deus vivo
que permeia a mente de todo ser humano (Rm
1,18-20; 2.12-15). A supressão rebelde dessa
‘genérica revelação divina’ não é bem-sucedida
em fazer cessar por completo o senso de temor
da derradeira responsabilidade divina (Rm 1.32).
Contudo, é a Bíblia, como ‘revelação especial’,
que de modo mais claro confronta nossa corrida
espiritualmente rebelde com a realidade e autoridade de Deus. Nas Escrituras, o caráter e a vontade de Deus, o significado da existência humana,
a natureza do reino espiritual e os propósitos de
Deus para os seres humanos de todas as épocas
estão expostos de forma propositadamente inteligível, de sorte que todos podem compreender.
A Bíblia proclama de maneira objetiva os critérios
pelos quais Deus julga as pessoas e as nações, e
os meios para a recuperação moral e a restauração à comunhão pessoal com Ele” (COMFORT,
Philip Wesley. A Origem da Bíblia. 1 .ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1998, p.31). 
 
3. REGRAS BÁSICAS DE
INTERPRETAÇÃO 
    3.1.0 Antigo Testamento é interpretado
pelo Novo.
Um erro comum na leitura da Bíblia
é ler um versículo isolado e tomá-lo para si
como palavra certa. Tal versículo está dentro
de um contexto e de uma história que, muitas
vezes interpretada adequadamente, significa o
sentido oposto do que a pessoa entendeu com
base apenas naquele versículo. Isso é muito
comum acontecer com a leitura isolada do
Antigo Testamento. Neste documento, muitos
versículos dão a ideia de batalhas, conquistas
e vitórias porque o povo de Israel tentava sobreviver como nação diante de outros povos
idólatras (Js 6.7; 1 Sm 17). Por isso, cenas de
violências, guerras e lutas pela sobrevivência da
vida estão presentes na Bíblia. Entretanto, o Novo
Testamento traz uma revelação muito mais plena.
O foco agora não é a guerra, as batalhas terrenas,
as vitórias ou as conquistas de um povo, mas um
ser humano que reconhece a suficiência da vida
em Jesus e vê nEle o significado da existência.
Isto é retratado na regra de ouro do Evangelho:
“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens
vos façam, fazei-lho também vós, porque esta
é a lei e os profetas” (Mt 7.12; cf. Mc 12.30,31).
O Novo Testamento é a chave do Antigo e Jesus,
o elemento interpretativo de toda a Bíblia. 
   3.2. Conhecer a intenção do autor sagrado. Todo livro tem um autor e todo autor
tem uma intenção ao escrever uma obra. Isso
não é diferente com a Bíblia nem com os seus
escritores, pois ela tem um autor que escreveu
para um público leitor. Por exemplo, quando o
apóstolo Paulo escreveu a Primeira Epístola aos
Coríntios (1 Coríntios), ele pensou nos crentes
daquela cidade, naquela época. Originalmente,
ele não escreveu para nós que vivemos no século
XXI, mas para os coríntios do primeiro século. Há
um lapso de aproximadamente 20 séculos entre
os coríntios e nós. Todavia, através do Espírito
Santo que conduziu o processo de revelação
de Deus, a Carta aos Coríntios chegou até nós.
Para lê-la, entendê-la e aplicá-la à nossa vida,
precisamos primeiramente resgatar o significado
original daquele texto. Para chegarmos nesse
ponto é necessário inicialmente responder três
perguntas: “Quem é o autor?”; “ Por que ele
escreveu a carta?” “Para quem ele escreveu a
carta?”. Tais perguntas ajudam a identificar três
identidades fundamentais para compreendermos
qualquer livro da Bíblia: o autor da carta ou livro
(por exemplo, o apóstolo Paulo); o propósito da
carta (responder dúvidas de caráter espiritual e
prático da igreja); o público destinatário (a igreja
local que vivia na cidade grega de Corinto). Portanto, devemos sempre interpretar o texto bíblico
à luz do seu contexto (passagens que vêm antes
e depois do texto em estudo). 
   3.3. Cada texto tem apenas um sentido,
mas muitas aplicações. O texto bíblico tem
somente um sentido original que o autor quis
revelar para o seu primeiro público leitor. Nem
sempre é possível recuperar esse sentido, seja
porque não há elementos no próprio texto que
possam esclarecer mais a passagem, ou porque a passagem é difícil e de complexa tradução.
Entretanto, uma vez descoberto o significado
primeiro do texto (com a pergunta “O que o autor
disse?”), podemos fazer uma série de aplicações
para os nossos dias (respondendo à pergunta:
“O que o texto diz hoje?”). Neste aspecto, o
Espírito Santo nos ilumina para aplicarmos a
Palavra de Deus a cada necessidade da nossa
vida. Portanto, a partir de um desejo genuíno por
conhecer a Palavra de Deus, estudando-a para
compreendê-la, o Santo Espírito nos auxiliará a
aplicá-la em nossas e à vidas das pessoas que
precisam da graça de Deus em Cristo Jesus. 
 
AUXÍLIO DIDÁTICO 3 
Sobre a importância das línguas originais
da Bíblia, “quando estamos lendo uma versão
portuguesa [da Bíblia], e encontramos uma
palavra que não conhecemos seu significado,
fazemos o quê? Recorremos a um dicionário
contemporâneo, da língua portuguesa. Mas
Paulo não conhecia o português. Desta forma,
não estamos tentando descobrir o que Paulo
quis dizer com uma determinada palavra, mas,
sim, o que o tradutor procurou transmitir. Por
isso, a interpretação mais garantida é feita pela
pessoa que utiliza o texto na língua original, e
não no português. Tendo isso em vista, podemos acrescentar que os tradutores das versões
bíblicas do português, como por exemplo, a
Revista e Atualizada, A Bíblia na Linguagem de
Hoje, A Nova Versão Internacional, possuíam
um conhecimento notável das línguas em que a
Bíblia foi escrita. Tinham um bom conhecimento,
portanto, dos autores bíblicos. Por isso, podemos
confiar nas traduções da Bíblia que possuímos
em nossa língua. Assim, ao estudarmos um texto,
é de grande importância a utilização de várias
traduções, para podermos comparar umas com
as outras” (STEIN, Robert H. Guia Básico para
a Interpretação da Bíblia. 1 ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1999, p.199).
 
 
CONCLUSÃO 

Nesta lição, estudamos as regras básicas
para interpretarmos a Palavra de Deus. Conhecer a Bíblia é muito importante para o nosso crescimento espiritual e pessoal. A Palavra de
Deus tem conselhos para nós. Não podemos nos
esquecer de que as Escrituras falam do Cristo
ressuscitado que nos trouxe vida em abundância
para vivermos plenamente. Por isso, labutamos
para compreender a Bíblia, pois acima de tudo,
estaremos compreendendo Jesus, a Palavra
Encarnada de Deus.

VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO 

1. Como o Deus dos Evangelhos atuou e agiu?
 O Deus do Evangelho atuou e agiu por
intermédio dos profetas do Antigo Testamento,
dos apóstolos do Novo Testamento, todavia,
tendo Jesus Cristo, o seu Filho, a plena manifestação da sua mensagem aos povos da
terra (Hb 1.1). 
 
2 . Cites algumas dificuldades, por conta da
própria natureza humana, para interpretarmos
a Bíblia. 
 A dificuldade temporal; a dificuldade
contextuai; a dificuldade linguística. 
 
3. Quais os pressupostos importantes para
uma leitura proveitosa da Bíblia? 
 A existência de Deus; Inspiração e
Autoridade das Escrituras; Cristo, o centro das
Escrituras. 
 
4. Cite um erro muito comum que as pessoas
cometem ao 1er a Bíblia. 
 Ler um versículo isolado e tomá-lo para
si como palavra certa.
 
 
5. Quantos sentidos tem um texto bíblico e
quantas aplicações são possíveis? 
O texto bíblico tem um sentido apenas
e várias aplicações. 

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