Cesaréia Marítima foi a capital romana da Judéia durante o período do Novo Testamento. Localizada na costa do mar Mediterrâneo, a cidade ficava a cerca de 51 km ao norte de Jope (atual Jafa) e 96 km a noroeste de Jerusalém. A cidade foi idealizada e construída por Herodes, o Grande, entre os anos 25 a.C. e 13 a.C., e dedicada em honra ao imperador César Augusto. Desde sua fundação, Cesaréia tornou-se não apenas um porto marítimo estratégico, mas também um centro político, comercial e cultural, sendo chamada por muitos de “a pequena Roma”.
Cesaréia desempenhou um papel central na história do cristianismo primitivo. Foi ali que Filipe, o evangelista, viveu (Atos 21:8). O apóstolo Paulo permaneceu preso na cidade por dois anos (Atos 24–26), onde defendeu sua fé perante Félix, Festo e o rei Agripa. Além disso, foi nessa cidade que Pedro pregou para Cornélio, o centurião romano, o que marcou a abertura do evangelho aos gentios (Atos 10).
Após séculos de importância, Cesaréia foi conquistada e destruída em 1256 pelo sultão Bibars do Egito. Seus muros foram demolidos e a maioria dos edifícios desfeitos. Por muitos séculos, o local permaneceu em ruínas, com fragmentos de colunas, portas de mármore e castelos parcialmente enterrados pela areia ou submersos nas águas rasas do Mediterrâneo.
Hoje, a cidade é escavada pelo Departamento de Antiguidades de Israel, e os achados arqueológicos são extraordinários. Entre os principais estão:
Um castelo dos cruzados, ainda imponente;
Um teatro romano bem conservado;
Um anfiteatro e um hipódromo;
O piso de uma antiga sinagoga judaica, possivelmente ligada a Cornélio.
Um dos achados mais importantes em Cesaréia Marítima foi uma pedra inscrita com os nomes de Pôncio Pilatos e Tibério César — a primeira evidência arqueológica direta de Pilatos, governador romano que ordenou a crucificação de Jesus.
Também foi descoberto um grande templo dedicado a César, contendo uma estátua monumental do imperador. Em 1960, a expedição Link traçou o contorno do porto de Herodes, confirmando os relatos de Flávio Josefo sobre a grandeza da engenharia romana no local. A parte superior dos quebra-mares artificiais ainda é visível acima da água, e explorações submarinas trouxeram detalhes fascinantes sobre sua construção.
Hoje, Cesaréia Marítima é um dos sítios mais visitados de arqueologia bíblica em Israel, sendo parada obrigatória para estudiosos, cristãos e turistas. A cidade é símbolo da presença romana na Terra Santa, cenário de eventos marcantes no livro de Atos dos Apóstolos, e uma ponte entre a história secular e o mundo da fé.
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