A soteriologia, ou doutrina da salvação, é um tema central para a fé cristã. Entretanto, ao longo da história, diversas concepções inadequadas sobre a salvação surgiram, deturpando o ensinamento bíblico. Neste estudo, abordaremos algumas dessas doutrinas errôneas na antiguidade e na atualidade.
A crença na reencarnação é uma das mais antigas, originária do Hinduísmo e também presente no Budismo, Jainismo e Sikhismo. No Ocidente, essa ideia se difundiu entre os kardecistas, Hare Krishnas e outras correntes esotéricas. Segundo essa visão, a salvação ocorre através de múltiplas vidas, onde a alma evolui moralmente até alcançar um estado de perfeição.
No entanto, essa crença contradiz a Bíblia, que ensina que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo" (Hb 9.27). Além disso, Jesus rejeitou a noção de que as aflições humanas são resultado de vidas passadas (Jo 9.1-3). O ensino cristão afirma que a salvação vem exclusivamente por meio da fé em Cristo (Ef 2.8-9).
Os galacionistas eram judeus cristãos legalistas que insistiam na observância da Lei Mosaica como requisito para a salvação (At 15.1). Eles se opuseram a Paulo, que ensinava que a justificação vem somente pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei (Gl 2.16).
Esse erro continua relevante hoje em grupos que misturam fé cristã com legalismo religioso, impondo regras e tradições humanas como meio de salvação.
Os gnósticos defendiam uma visão dualista, onde o mundo material era mau e o espiritual era bom. Eles ensinavam que a salvação vinha pelo conhecimento secreto (gnōsis), acessível apenas a uma elite espiritual.
A Bíblia refuta essa ideia, mostrando que Deus deseja que todos sejam salvos (1Tm 2.4) e que a salvação não é restrita a um grupo seleto, mas está disponível para todos que creem em Cristo (Jo 3.16).
Essa heresia foi ensinada por Pelágio (354-420 d.C.), que negava o pecado original e afirmava que o ser humano poderia alcançar a salvação por suas próprias forças, sem a necessidade da graça divina.
A Bíblia ensina que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23) e que a salvação é unicamente pela graça, mediante a fé (Ef 2.8-9). Nenhum ser humano pode se salvar por suas obras.
Arius (256-336 d.C.) ensinava que Jesus não era Deus, mas uma criatura elevada. Isso impactava a soteriologia, pois negava a divindade de Cristo e, consequentemente, sua capacidade de salvar.
A Bíblia ensina que Jesus é plenamente Deus (Jo 1.1; Cl 2.9) e que somente Deus pode salvar (Is 43.11). O sacrifício de Cristo tem valor infinito porque Ele é o próprio Deus encarnado.
No Islã, a salvação depende das boas obras do indivíduo superarem suas más ações. Além disso, Allah não ama os pecadores, mas apenas os piedosos (Alcorão 2.190, 276).
A Bíblia, no entanto, ensina que Deus ama toda a humanidade (Jo 3.16) e que a salvação é pela fé em Jesus Cristo, não por méritos pessoais (Rm 10.9-10).
Esse grupo ensina que a salvação está ligada à organização da Torre de Vigia. Apenas 144.000 vão para o céu, enquanto os demais fiéis viverão na Terra.
A Bíblia, porém, ensina que todos os que creem em Jesus são filhos de Deus (Jo 1.12) e que a salvação não é limitada a um número específico de pessoas (Rm 8.9).
Os mórmons ensinam uma salvação baseada na fé em Jesus, mas também na obediência a ordenanças e na aceitação de Joseph Smith como profeta.
A Bíblia, no entanto, declara que Jesus é o único caminho para a salvação (Jo 14.6) e que ela não depende de méritos humanos, mas da graça divina (Ef 2.8-9).
Essa crença ensina que todos serão salvos, independentemente da fé em Cristo. Algumas vertentes acreditam que até Satanás será restaurado.
A Bíblia rejeita essa ideia, afirmando que aqueles que rejeitam Cristo enfrentarão condenação eterna (Mt 25.46; Ap 20.15).
Essa doutrina ensina que a salvação inclui prosperidade material e saúde perfeita, negando o sofrimento cristão.
A Bíblia ensina que os cristãos podem enfrentar tribulações (Jo 16.33) e que a verdadeira salvação está na vida eterna, não na prosperidade terrena (1Tm 6.9-10).
O Espiritismo ensina que a salvação ocorre por meio da evolução espiritual através de múltiplas reencarnações e práticas mediúnicas.
A Bíblia condena qualquer forma de comunicação com os mortos (Dt 18.10-12) e afirma que a salvação é unicamente pela fé em Cristo (At 4.12).
Embora o Catolicismo ensine a fé em Cristo, ele adiciona elementos como as indulgências e o purgatório, sugerindo que a salvação pode ser auxiliada por méritos humanos e sofrimentos após a morte.
A Bíblia ensina que o sacrifício de Cristo é suficiente para a purificação dos pecados (Hb 10.14) e que, após a morte, segue-se o juízo (Hb 9.27), sem menção a um estado intermediário de purificação.
A verdadeira salvação bíblica é exclusivamente pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo, sem a necessidade de obras, rituais ou intermediários humanos (Ef 2.8-9). Qualquer ensino que negue essa verdade distorce a mensagem do Evangelho e conduz as pessoas ao erro.
Os cristãos devem estar atentos às falsas doutrinas e permanecer firmes na fé apostólica, que proclama Cristo como o único e suficiente Salvador da humanidade (At 4.12; Jo 14.6).