A Bíblia menciona diversos gigantes ao longo de suas páginas, mas poucos são tão intrigantes quanto Ogue, rei de Basã. Este homem colossal, descendente dos antigos Refains, foi um dos últimos gigantes mencionados na história de Israel. No entanto, ele não foi o único. Antes dele, existiram outros gigantes, como os temidos anaquins e os poderosos descendentes de Nefilim.
A origem dos gigantes remonta a um dos relatos mais enigmáticos da Bíblia, em Gênesis 6:4:
"Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes foram os valentes que houve na antiguidade, os varões de renome."
Esses gigantes, chamados Nefilim, eram seres de grande estatura e força. Muitos estudiosos associam essa passagem a uma união entre seres espirituais e humanos, resultando em uma linhagem de guerreiros temíveis.
Com o tempo, outras raças gigantescas surgiram, como os Anaquins, uma tribo de gigantes que habitava Canaã. Quando os espiões israelitas foram explorar a terra prometida, eles relataram o terror que sentiram ao ver esses homens colossais:
"Vimos ali os gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos." (Números 13:33)
Os anaquins eram tão imponentes que as cidades cananeias, como Hebrom, estavam fortificadas para protegê-las dos próprios habitantes gigantes. Apesar do medo inicial, Josué e Calebe acreditaram que, com a ajuda de Deus, poderiam vencê-los. Mais tarde, durante a conquista de Canaã, os anaquins foram derrotados e expulsos para as regiões costeiras e montanhosas.
Entre os gigantes mais famosos da Bíblia, Ogue, rei de Basã, se destaca como um dos últimos sobreviventes dos Refains. Em Deuteronômio 3:11, há um detalhe impressionante sobre sua estatura:
"Porque só Ogue, rei de Basã, restou dos gigantes. Eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá, dos filhos de Amom? Seu comprimento é de nove côvados, e a sua largura de quatro côvados, segundo o côvado de um homem."
O tamanho desse leito de ferro é estimado em 4 metros de comprimento por 1,80 metros de largura, sugerindo que Ogue poderia ter mais de 3 metros de altura! Sua grandeza não era apenas física, mas também militar. Ele governava Basã, uma terra fértil e estratégica a leste do rio Jordão.
Quando os israelitas se aproximaram de sua terra, Ogue não hesitou em enfrentá-los. Porém, Deus assegurou a Moisés que a vitória estava garantida:
"Não o temas, porque a sua mão tenho dado a ele, e a todo o seu povo, e a sua terra; e far-lhe-ás como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom." (Deuteronômio 3:2)
Os israelitas, liderados por Moisés, enfrentaram Ogue e seu exército em Edrei. Apesar do poder e da imponência do rei gigante, ele foi derrotado, e os israelitas tomaram posse de suas terras.
Séculos depois, outro gigante aterrorizaria Israel: Golias de Gate. Em 1 Samuel 17, ele é descrito como um guerreiro filisteu com cerca de 2,90 metros de altura. Vestindo uma armadura pesada e empunhando uma lança gigantesca, Golias desafiava os exércitos de Israel diariamente, pedindo um único guerreiro para enfrentá-lo em combate singular.
Davi, ainda jovem e pastor de ovelhas, aceitou o desafio. Armado apenas com uma funda e algumas pedras, ele declarou sua fé em Deus e lançou uma pedra certeira na testa de Golias, derrubando o gigante. Com a própria espada do inimigo, Davi decapitou Golias, garantindo uma vitória marcante para Israel.
Além de Golias, a Bíblia menciona outros gigantes filisteus, descendentes dos Refaítas, como:
Com a destruição dos últimos descendentes dos gigantes, a presença dessas figuras colossais foi desaparecendo da narrativa bíblica. Os Refains, Anaquins e Nefilim foram erradicados ou absorvidos por outras populações.
A história dos gigantes na Bíblia nos ensina sobre a coragem e a fé do povo de Deus ao enfrentar desafios que pareciam impossíveis. Desde os temíveis Nefilim até o colossal Ogue e o guerreiro Golias, cada um deles representava um obstáculo superado pela confiança em Deus.
Hoje, embora os gigantes bíblicos sejam considerados lendas por muitos, sua presença nas Escrituras continua inspirando aqueles que enfrentam desafios gigantescos na vida, lembrando que, com fé, até os maiores inimigos podem ser derrotados.