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Grupos Negaram a Divindade de Jesus


Os Primeiros Grupos Religiosos da História a Negarem a Divindade de Jesus

Ao longo da história do cristianismo, diversas correntes e grupos surgiram com visões teológicas que contestaram ou reinterpretaram a divindade de Jesus Cristo. Três desses grupos são particularmente notáveis: os Ebionitas, os Monarquianistas Dinâmicos e os Arianistas. Cada um desses movimentos teve um papel crucial na formação das disputas teológicas que marcaram o cristianismo primitivo. Abaixo, discutiremos as principais características dessas correntes e suas divergências em relação à doutrina da divindade de Cristo.

Os Ebionitas

Os ebionitas foram um dos primeiros grupos a desafiar a divindade de Jesus. Surgiram no século I e são geralmente considerados uma seita judaica dentro do cristianismo primitivo. A principal crença dos ebionitas era que Jesus era um ser humano comum, nascido de uma virgem, mas não possuía uma natureza divina. Para eles, Jesus era simplesmente um homem ungido por Deus, mas não o Filho de Deus em um sentido divino.

Além disso, os ebionitas rejeitavam a ideia de que Jesus tivesse uma existência pré-existente, acreditando que ele se tornara o Messias por sua fidelidade a Deus. Sua visão cristológica se alinhava com uma interpretação mais judaica, que enfatizava o monoteísmo estrito, negando qualquer ideia de que Jesus fosse igual a Deus. O grupo também se opunha à doutrina da Trindade, que viria a ser um ponto central da fé cristã ortodoxa no futuro.

Os Monarquianistas Dinâmicos

Os Monarquianistas Dinâmicos, também conhecidos como os "Sabelianos" em algumas tradições, eram um grupo cristão do século II que acreditava que Deus era uma única pessoa e que a divindade de Jesus não podia ser entendida como separada da natureza de Deus Pai. Eles negavam a doutrina da Trindade, que mais tarde se tornaria central no cristianismo ortodoxo.

Para os monarquianistas dinâmicos, Jesus não era uma pessoa divina distinta, mas simplesmente o modo pelo qual Deus se revelou no mundo. De acordo com essa visão, Jesus era um ser humano comum até o momento em que foi "adotado" como Filho de Deus, o que significava que sua divindade não era eterna nem intrínseca. Em vez disso, ele era um homem possuído pelo Espírito de Deus, o que explicava seus milagres e ensinamentos. Essa visão negava a pré-existência de Cristo e a ideia de que ele era consubstancial ao Pai, uma posição que geraria sérios conflitos teológicos durante os primeiros concílios da igreja.

Os Arianistas

Os arianistas, seguidores de Ário, um presbítero de Alexandria, foram um dos grupos mais influentes e controversos no século IV. Ário ensinava que Jesus era uma criatura criada por Deus Pai e, portanto, não era eterno nem igual a Deus em essência. Essa visão teológica ficou conhecida como o "Arianismo". De acordo com Ário, havia um tempo em que o Filho de Deus não existia, e que sua criação foi um ato de Deus para salvar a humanidade.

A doutrina ariana entrou em conflito direto com a visão ortodoxa defendida por figuras como Atanásio de Alexandria, que afirmava a consubstancialidade do Pai e do Filho, ou seja, que ambos eram da mesma substância divina. O Arianismo, com sua ênfase na subordinação de Jesus ao Pai, foi considerado herético pela Igreja em vários concílios, incluindo o Concílio de Nicéia, em 325 d.C. Apesar disso, o Arianismo teve grande influência no cristianismo oriental por vários séculos e foi adotado por vários líderes políticos e religiosos em diversas regiões.

Conclusão

A negação da divindade de Jesus por esses grupos teve um impacto duradouro nas discussões teológicas da Igreja Primitiva. Embora essas correntes teológicas tenham sido eventualmente rejeitadas pelos concílios ecumênicos, elas desempenharam um papel fundamental na definição da ortodoxia cristã, ajudando a consolidar a doutrina da Trindade e a entender a natureza única de Cristo. A história dos ebionitas, monarquianistas dinâmicos e arianistas é um lembrete das complexas disputas teológicas que ajudaram a moldar o cristianismo em suas formas atuais e das diferentes formas de compreensão que surgiram ao longo do tempo sobre a identidade e a divindade de Jesus Cristo.



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