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Alcorão afirma blasfêmia Jesus Filho de Deus



Introdução

O Alcorão, livro sagrado do Islã, rejeita veementemente a crença de que Jesus Cristo seja o Filho de Deus. Para os muçulmanos, essa afirmação constitui uma blasfêmia contra Deus (Allah), pois seria uma deturpação da unicidade divina (Tawhid). A oposição islâmica a essa ideia tem como base uma interpretação específica do conceito de filiação divina, muitas vezes associada a uma relação conjugal entre Deus e Maria, algo inaceitável dentro do monoteísmo islâmico.

A Perspectiva Islâmica sobre Deus e Jesus

No Islã, Deus é absolutamente único, indivisível e sem parceiros. Esse princípio, conhecido como Tawhid, é um dos pilares centrais da fé muçulmana. Qualquer noção que sugira divisão ou parceria dentro da essência divina é rejeitada. Assim, afirmar que Deus tem um Filho é interpretado como uma violação desse princípio fundamental.

O Alcorão declara explicitamente essa rejeição em diversas passagens, como em Surata 5:72-73:

"Com efeito, são blasfemos os que dizem: ‘Por certo, Deus é o Messias, filho de Maria’ (...) São blasfemos os que dizem: ‘Por certo, Deus é o terceiro de três’. Mas não há deus senão um só Deus." (Alcorão 5:72-73)

Além disso, na Surata 19:35, afirma-se:

"Não é próprio de Deus adotar um filho. Glorificado seja Ele! Quando decide uma coisa, basta-Lhe dizer: ‘Seja!’, e é."

A Interpretação Muçulmana da Filiação Divina

O entendimento islâmico do termo "Filho de Deus" parte da concepção de que tal designação implicaria uma relação biológica ou física. Essa ideia se baseia na percepção equivocada de que os cristãos acreditam que Deus gerou Jesus de forma humana, como um pai terreno gera um filho. No entanto, essa interpretação é incorreta, pois a doutrina cristã ensina que Jesus é Filho de Deus em um sentido espiritual e eterno, não biológico.

A teologia cristã afirma que a filiação de Jesus é única e transcendente. Ele não é filho de Deus por meio de um nascimento físico, mas porque compartilha da mesma essência divina do Pai. Esse conceito, no entanto, é mal compreendido pelo Islã, que rejeita qualquer possibilidade de associação entre Deus e um ser criado.

O Contexto Histórico e Cultural

A rejeição islâmica da filiação divina de Jesus também pode ser compreendida à luz do contexto em que o Islã surgiu. No século VII, a Península Arábica era dominada por crenças politeístas, e muitas religiões pagãs atribuíam descendentes aos seus deuses. Dessa forma, o Alcorão enfatizou fortemente a unicidade divina para se diferenciar dessas tradições.

Além disso, o cristianismo predominante na região incluía influências heterodoxas, como o nestorianismo e outras correntes que possuíam variações sobre a identidade de Cristo. Essas variações podem ter contribuído para a visão distorcida do cristianismo apresentada no Alcorão.

O Diálogo entre Cristãos e Muçulmanos

Para que o diálogo entre cristãos e muçulmanos seja produtivo, é essencial esclarecer as diferenças conceituais entre as duas religiões. O termo "Filho de Deus" não deve ser interpretado de forma literal ou biológica, mas sim como um título que reflete a natureza divina de Cristo dentro da doutrina trinitária cristã.

Muitos estudiosos cristãos e muçulmanos têm buscado maior compreensão mútua para evitar mal-entendidos teológicos. O respeito e o conhecimento aprofundado das crenças de cada tradição são fundamentais para o entendimento inter-religioso.

Conclusão

O Alcorão rejeita a ideia de que Jesus é o Filho de Deus porque interpreta essa afirmação de maneira equivocada, associando-a a uma concepção física ou conjugal, o que é incompatível com o monoteísmo islâmico. A doutrina cristã, no entanto, ensina que a filiação de Jesus é espiritual e eterna, sem implicações biológicas.

Para promover um diálogo respeitoso entre cristãos e muçulmanos, é essencial compreender essas diferenças teológicas e esclarecer as verdadeiras bases da fé cristã. Dessa forma, é possível construir pontes de entendimento entre as duas tradições religiosas.



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