Lição 03 – Missões Transculturais no Antigo Testamento
TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Pouco e que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra.” (Is 49.6)
VERDADE PRÁTICA
O amor de Deus para com as nações deve ser o mesmo objetivo de todos os que militam pela salvação das almas perdidas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Is 42.5-7; 43.10-13 Os israelitas como servos e testemunhas de Deus
Terça – Ez 22.1-5 Os desvios, a desobediência, idolatrias e pecados morais dos israelitas
Quarta – Jo 4.42 Jesus: De Israel como o Salvador do Mundo
Quinta – Is 45.6,22; 49.6; 52.10 Profecias de restauração que incluem as nações entre os redimidos
Sexta – 1 Rs 17.8,9,23,24 Deus em busca de uma pessoa estrangeira por intermédio do profeta Elias
Sábado – Jn 1.1,2 Deus em busca de uma nação por intermédio do profeta Jonas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 17.8,9,17-22; Jonas 1.1,2
1 Reis 17
8- Então, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
9- Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.
17 – E, depois destas coisas, sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou.
18 – Então, ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares meu filho?
19 – E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama,
20- E clamou ao Senhor e disse: ó Senhor, meu Deus, também até a esta viúva, com quem eu moro, afligiste, matando-lhe seu filho?
21 – Então, se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, e disse: ó Senhor, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele.
22- E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.
Jonas 1
1- E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
2 – Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de estudar a perspectiva da Missão no Antigo Testamento. Para isso, temos como elementos importantes a nação de Israel e o amor de Deus manifestado a mulher estrangeira, a viúva de Sarepta, que Elias encontrou e o chamado de Deus a Jonas para ir a Nínive. Assim, podemos ver evidências no Antigo Testamento que se tornaram muito claras no Novo a respeito da obra missionária.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar Israel como um povo escolhido para um propósito missionário;
II) Demonstrar o amor de Deus para com outras nações;
III) Relacionar as alianças de Deus com a humanidade no Antigo Testamento.
B) Motivação: A perspectiva global de salvação está presente em todo o Antigo Testamento. Essa perspectiva não é periférica, mas intencional. Mesmo no Antigo Testamento, Deus já intencionava salvar outros povos. Esse propósito é compreendido a partir da vocação de Israel para ser um povo que revelasse o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.
C) Sugestão de Método: Chegamos à terceira lição. É muito importante fazer uma revisão do que já estudamos nas duas lições anteriores. Lembre que revisar é uma lei preciosa do ensino. 0 aluno precisa perceber com clareza o desenvolvimento do assunto ao longo do trimestre. Lembre-se de que na primeira lição abordamos o conceito de Grande Comissão e de Missões Transculturais, bem como uma visão global do Evangelho; na segunda lição, estudamos a natureza missionária de Deus, seu amor e sua implicação transcultural de sua missão. Assim, nesta lógica, vamos estudar, de maneira específica, a natureza missionária de Deus no Antigo Testamento.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O Senhor Jesus é a verdadeira interpretação do Antigo Testamento, de modo que em sua vida e ministério podemos perceber o cumprimento do plano de Salvação projetado por Deus desde o início do Antigo Testamento (Gn 3.15).
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “A Força Moral e Religiosa da religião nacional de Israel” localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito missão de Israel como testemunha da revelação de Deus ao mundo;
2) O texto “O Concerto de Deus com os Israelitas”, ao final do tópico três, amplia a reflexão a respeito das alianças de Deus com os israelitas.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos a natureza missionária de Deus por meio de sua relação com Abraão. Esta lição tem o propósito de considerar a nação de Israel como um povo escolhido, com um propósito missionário, e tomar como exemplo desse movimento missionário as narrativas bíblicas sobre Elias e a viúva de Sarepta, e a ida do profeta Jonas a Nínive e, finalmente, analisar as alianças de Deus com a humanidade a partir da nação de Israel, no Antigo Testamento. Contudo, o conceito de “missão”, da forma como o conhecemos hoje, não aparece com clareza no Antigo Testamento em relação a nação de Israel como povo escolhido de Deus.
PALAVRAS-CHAVES: ANTIGO TESTAMENTO
I – ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO
1- O plano de Deus. O Senhor nosso Deus planejou, desde os tempos antigos, que o testemunho de Jesus Cristo fosse proclamado a todos os habitantes da Terra (Gn 12.3; cf. Mt 24.14; 28.18- 20). Ou seja, a vontade divina era que todos os moradores da terra tivessem conhecimento a respeito da pessoa de Jesus. Nesse sentido, o meio planejado por Deus para o mundo conhecer o seu Filho passava por uma nação. O Pai chamou a nação de Israel para ser um povo missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser testemunhas de Deus (Is 42.5-7; 43.10-13).
2- A falha de Israel.
3- A contribuição de Israel para o mundo.
SINOPSE I
Embora Israel tenha falhado em sua missão, a nação contribuiu na revelação do plano de Deus ao mundo.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“A FORÇA MORAL E RELIGIOSA DA RELIGIÃO NACIONAL DE ISRAEL
A contracultura e o idealismo mencionados acima não foram assumidos abertamente e cumpridos superficialmente. Eles necessitaram de fundações profundas e seguras, convicções firmes, persuasões divinamente trabalhadas e uma coragem e lealdade que não hesitavam diante do perigo, da crítica, animosidade, ou do sofrimento. Nada disso falta na sociedade de crentes do Antigo Testamento – pelo menos não nos advogados e Líderes responsáveis.
[…] Deus revelou- se a Israel através de várias promessas incondicionais que nem o tempo nem as circunstâncias mudam. Sua real realização pode ser interrompida e adiada, mas as promessas são permanentes devido ao caráter imutável e fidelidade moral de Deus. Seu divino ‘Eu irei’ é sua garantia. As promessas são asseguradas a um povo que tenha fé. Deus permanece o Deus da promessa de Israel.
Essas promessas sagradas conferem tremendas responsabilidades a esse povo. Realmente, a ideia da promessa é tão importante e dinâmica que se torna fundamental na interpretação da organização do Antigo Testamento. Deus e Israel estão unidos irrevogavelmente em uma relação de promessa. Deus é o Deus de Israel; Israel é o povo de Deus» (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.120-21)
II – O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES
1- Os olhos de Deus sobre todos os povos. Johannes Blauw, erudito em Missiologia, que escreveu sobre os fundamentos do Antigo Testamento para Missões, afirma que desde o início Deus mantinha seus olhos em todas as nações e povos. Podemos perceber isso nos capítulos 40 a 55 do livro do profeta Isaías, na ida do profeta Elias a Sarepta e no livro do profeta Jonas. Nos livros proféticos encontramos profecias de restauração, incluindo um dia futuro no qual as nações estarão entre os redimidos (Is 45.6,22; 49.6; 52.10). Portanto, a preocupação de Deus para com as nações é clara no Antigo Testamento.
2- A viúva de Sarepta e o profeta Elias.
3- A Missão de Jonas em Nínive.
A Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), ao comentar o capítulo 3 do livro, destaca ter sido um dos despertamentos espirituais mais notáveis da história, quando o rei conclama a todos ao jejum e a oração e, por isso, o juízo não recaiu sobre eles. Como a cidade não foi condenada, em razão do arrependimento do povo, o profeta ficou profundamente indignado. Todavia, o Senhor o fez ver que Ele ama a humanidade toda (Jn 4.11).
SINOPSE II
Por meio do relato da viúva de Sarepta e de Jonas em Nínive, podemos testemunhar o amor de Deus pelas nações no Antigo Testamento.
III – ALIANÇAS ENTRE DEUS E A HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
1- Alianças de Deus. Com a queda do homem, toda a criação ficou sujeita ao pecado (Gn 3.1-6; Rm 8.20). Entretanto, Deus providenciou meios para redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida (1 Pe 1.19,20). Assim, Ele estabeleceu algumas alianças com o homem a fim de tornar conhecida a sua glória entre as nações e receber delas a legítima adoração. Por isso, há na Bíblia alianças denominadas condicionais e incondicionais entre Deus e a humanidade.
2- Aliança incondicional e condicional.
SINOPSE III
Há alianças condicionais e incondicionais na Bíblia que tornam conhecida a glória de Deus entre as nações.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS
um concerto é definido. um concerto é um acordo formal e obrigatório ou uma promessa entre duas partes. É como um contrato, mas, enquanto o contrato é um acordo legal que envolve termos específicos e requisitos, um concerto é um ‘acordo de vida’ em que as partes se comprometem uma com a outra. O casamento é uma forma de concerto. No caso do concerto de Deus com o seu povo, Ele promete ser o seu Deus, e eles prometem se reservar como o povo de Deus. O concerto se baseia nas leis e promessas de Deus para o povo e na fidelidade e obediência do povo a Deus.
Enquanto os israelitas permanecessem em seu acordo de vida com Deus, teriam um relacionamento especial com Ele e teriam a vida e o propósito que Deus tencionava para eles. Por meio do seu concerto com os israelitas, Deus desejava que as outras nações reconhecessem os benefícios de seguir o único Deus verdadeiro, e desejassem fazer parte da sua comunidade de fé (veja Dt 4.6, nota).
No futuro, por meio do Redentor prometido (isto é, o Salvador, Cristo) Deus convidaria as nações do mundo para também aceitar essas promessas. Nesse sentido, o concerto tinha uma ênfase missionária” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. 1° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 349-50).
CONCLUSÃO
Vimos que o plano de Deus abrange toda a humanidade. Seu alvo é revelar a sua glória a todos os povos. Por diversas vezes, Israel foi advertido pelos profetas para não guardar a mensagem de salvação somente para si, mas proclama-la “entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas” (Sl 96.3). Essa é uma raiz muito importante do Antigo Testamento para entender as missões no Novo, tema da próxima lição.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Para que Deus chamou o povo de Israel?
2- Em que Deus tornou Israel diante de outras nações?
3- Quais os dois exemplos bíblicos, de acordo com a lição, que mostram Deus interessado em pessoas e nações estrangeiras?
4- O que são as alianças incondicional e con
dicional?5- O que Deus estabeleceu com o homem e qual foi o propósito disso?