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Susã: Capital do Antigo Elão e da Pérsia | Ivaldo Fernandes

Susã localizava-se a cerca de 320 km a leste da antiga Babilônia. Foi capital do antigo reino de Elão (ou Susiana) e, mais tarde, tornou-se capital de inverno dos reis persas. Essa cidade milenar se destaca no cenário bíblico por seu papel nos tempos de Daniel, Neemias, Ester e Assuero (Xerxes), sendo palco de importantes eventos políticos e espirituais do povo de Deus.

Escavações Francesas Revelam a Cidadela

As primeiras escavações em Susã foram iniciadas por arqueólogos franceses em 1852, com W. K. Loftus. Em 1884, M. Dieulafoy reiniciou os trabalhos, auxiliado por sua esposa. Posteriormente, Jacques Morgan e outros estudiosos deram continuidade às pesquisas. As ruínas, divididas em quatro grandes seções, cobrem uma área de quase 2.000 hectares, tornando a tarefa de escavá-la completamente praticamente impossível.

Dieulafoy descobriu uma impressionante fortaleza, identificada como a “cidadela de Susã”, mencionada no livro de Ester. Essa cidadela cobria 50 hectares e ficava elevada sobre o restante da cidade. Nela estavam a sala do trono, o palácio real, o harém, jardins, pátios internos e externos, colunas e escadarias.

A Sala do Trono e o Palácio de Ester

A majestosa sala do trono cobria quase meio hectare e era sustentada por 36 colunas com capitéis em forma de touros. Era o local onde o rei se assentava para tomar decisões e onde ocorreram eventos memoráveis, como o banquete descrito em Ester 1. O piso era composto por mosaicos de pedras preciosas, como pórfiro, mármore e madrepérola.

Ali caminhou a rainha Ester, quando ousadamente entrou para interceder por seu povo, mesmo sem ser chamada — arriscando a própria vida (Et 5:1-2). O jardim do palácio, mencionado em Ester 7, também foi identificado, sendo o lugar onde o rei Assuero refletiu sobre a maldade de Hamã.

Vestígios do Cotidiano e da Cultura Persa

Outros locais foram identificados com precisão: o “harém” ou casa das mulheres, o “palácio do rei”, e a “porta do palácio real”, onde se assentava Mardoqueu (Et 2:19; Et 6:10). Entre os escombros, Dieulafoy encontrou um dado quadrangular com números gravados, usado na prática do “pur” — sorteio feito por Hamã para determinar o dia do extermínio dos judeus (Et 3:7).

O Código de Hamurábi: Tesouro Jurídico da Antiguidade

Em 1901, a equipe de Morgan desenterrou em Susã a famosa Estela de Hamurábi, feita de diorito negro com 2,26 metros de altura. Nela estavam inscritos 282 estatutos legais em escrita cuneiforme. Este código é um dos mais antigos sistemas de leis conhecidos, sendo anterior a Moisés.

Apesar de suas semelhanças com a Lei Mosaica (Êx 21:18-19), o Código de Hamurábi era essencialmente civil, enquanto a Lei de Moisés incorporava princípios morais, espirituais e cerimoniais, tornando-se superior em profundidade ética e teológica.

Legado Histórico e Espiritual

As escavações em Susã não apenas confirmam a exatidão dos registros bíblicos, como também revelam a riqueza cultural, arquitetônica e legislativa do antigo império persa. A cidade de Susã continua sendo um testemunho silencioso da fidelidade de Deus e da importância da justiça entre os povos da Antiguidade.

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Cidades Bíblicas Antigas

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