Rabá, também conhecida como Rabá-Amom, foi a capital do antigo reino dos amonitas, povo descendente de Amom, filho de Ló, conforme narrado na Bíblia (Dt 3:11). A cidade antiga ficava situada onde hoje está a capital da Jordânia, a moderna cidade de Amã. A tradição atribui a fundação da cidade aos filhos de Amom, que lhe deram o nome do pai, consolidando a importância histórica e cultural do local na antiguidade.
Rabá desempenhou um papel crucial nos conflitos entre os amonitas e os israelitas. Um dos episódios mais marcantes da história bíblica envolvendo a cidade foi o cerco ordenado por Davi. O general Joabe teve que sitiar Rabá por dois anos antes que a cidade fosse finalmente conquistada. A queda de Rabá marcou um ponto decisivo para o controle israelita da região (2Sm 11:1).
Outro evento famoso associado a Rabá é a morte de Uria, o heteu, marido de Bate-Seba. Ele foi enviado por Davi para a linha de frente em Rabá, onde acabou morrendo em batalha, uma ação que permitiu a Davi tomar Bate-Seba como esposa (2Sm 11:16-17).
Durante muitos séculos, o que restou de Rabá ficou praticamente abandonado, transformando-se num campo de ruínas. Hoje, a cidade antiga está parcialmente enterrada sob a moderna Amã, mas alguns vestígios importantes permanecem visíveis e foram estudados por arqueólogos.
Um dos monumentos romanos mais impressionantes encontrados é o anfiteatro, escavado na encosta íngreme de uma rocha, que podia acomodar cerca de 6 mil pessoas. Embora a plataforma e a platéia tenham desaparecido, os assentos ainda permanecem intactos, oferecendo um vislumbre da grandiosidade da cidade durante a era romana.
Além do anfiteatro, em diversos pontos da atual Amã podem ser vistos restos de colunas antigas e locais de banhos públicos romanos, que indicam a importância da cidade no Império Romano.
As principais ruínas arqueológicas de Rabá-Amom localizam-se no alto da colina da cidadela que domina a cidade moderna. Nesta área, encontram-se restos que datam do período romano, entre eles um impressionante templo, que revela a importância religiosa e cultural da cidade durante essa época.
Porém, apesar dos muitos achados romanos, as descobertas referentes ao período amonita, da época de Davi, ainda são escassas. O que se encontrou até o momento de mais antigo é um trecho do muro da cidade, situado na esquina noroeste da cidadela. Este muro, datado da Idade do Ferro, possivelmente pertence ao período do grande rei Davi, confirmando a ocupação da área na antiguidade.
Rabá aparece em várias passagens bíblicas que destacam sua relevância política e militar. Além dos livros de Deuteronômio e Samuel, a cidade é mencionada em outras partes das Escrituras, como em Jeremias, Ezequiel e Amós (Jr 49:2; Ez 21:20; Am 1:14), demonstrando que foi um centro de resistência e conflito constante entre os povos vizinhos de Israel.
A sua transformação em Amã, uma metrópole moderna, mantém viva a memória de um local que foi palco de batalhas decisivas e que guardou a história de povos antigos, cujas influências ainda ecoam no Oriente Médio contemporâneo.
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