Conhecida na Bíblia como Selá — que significa “rocha” —, Petra está situada ao sul e ligeiramente a leste do mar Morto, em uma das regiões mais remotas e inacessíveis da terra. A antiga cidade foi construída em um profundo vale entre montanhas, cercada por imensos penhascos de quartzo e granito multicoloridos, que conferem ao local uma beleza única e impressionante.
A cidade de Petra parece um anfiteatro natural, oculto pelas formações rochosas, o que contribuiu para sua proteção e mistério por séculos. O único acesso possível à cidade é através do famoso Siq, um estreito desfiladeiro com cerca de 1,5 km de comprimento, cujas paredes podem ultrapassar os 90 metros de altura. Em determinados pontos, a largura é tão estreita que chega a apenas 3,7 metros, dando ao viajante a sensação de estar entrando em um mundo secreto e sagrado.
A primeira grande estrutura visível ao sair do Siq é o impressionante El-Khazne (“a Tesouraria”), com 46 metros de altura, inteiramente talhada na rocha em estilo coríntio helenístico. Sua fachada inclui colunas, frisos e uma urna esculpida, que, segundo as lendas locais, conteria os “tesouros do faraó”. No interior do edifício encontra-se um modesto túmulo, mas sem qualquer ornamentação. Muitos estudiosos acreditam que esse local foi o mausoléu de algum rei nabateu, talvez Aretas, o Filhellene (87–62 a.C.).
Avançando pela cidade, encontram-se por mais de 1,5 km palácios, templos, teatros, praças, mercados, casas e centenas de tumbas talhadas diretamente nas encostas rochosas. Entre os destaques está uma tumba com quatro obeliscos piramidais sobre a entrada e o grande teatro que podia acomodar milhares de espectadores.
Ao norte da cidade, sobre uma elevação rochosa, localiza-se um dos mais impressionantes “lugares altos” da antiguidade. Com 14 m de comprimento por 7 m de largura, o local é acessado por uma escadaria também esculpida na rocha. No topo, está um altar de sacrifícios com uma cavidade para fogo e um espaço separado para o abate de animais. Nesse local, os nabateus realizavam cultos ao deus Dushara, representado por uma pedra negra.
Petra ficou esquecida até ser redescoberta por exploradores europeus no século XIX. Em 1934, uma escavação liderada pela expedição Marchett com o apoio do Dr. William Albright revelou detalhes do local alto de sacrifícios. Desde então, escavações contínuas revelaram o esplendor da cidade.
O Dr. Nelson Glueck, renomado arqueólogo, afirmou:
"Ainda em seu estado atual de ruinosa elegância, Petra continua sendo um monumento inesquecível ao engenho criativo dos antigos edomitas e, mais tarde, dos nabateus."
Petra pertenceu aos edomitas, e mais tarde aos nabateus, povo que fundou um reino que durou até 106 d.C., quando foi anexado por Roma. Um dos reis nabateus, Aretas IV, é mencionado por Paulo em 2 Coríntios 11:32, como aquele que tentou prendê-lo em Damasco.
Petra permanece como um testemunho silencioso da glória passada de uma civilização que talhou uma cidade inteira na rocha — um verdadeiro milagre da engenharia antiga.
Ajude-nos a divulgar compartilhando com os seus amigos!