O Poço de Jacó é considerado um dos lugares mais autênticos da história bíblica. Localiza-se cerca de 800 metros ao sul da antiga Sicar, no caminho que sobe de Jerusalém para o norte, na região entre os montes Gerizim e Ebal, na atual Cisjordânia. Próximo dali está também a tumba de José, filho de Jacó, em terras que ele adquiriu séculos antes.
O poço é venerado por samaritanos, judeus, cristãos e muçulmanos. Cada uma dessas tradições religiosas reconhece o local como o mesmo poço escavado por Jacó, patriarca de Israel. Isso é confirmado pelas palavras da mulher samaritana que conversou com Jesus:
“O nosso pai Jacó [...] nos deu este poço” (João 4:12).
A tradição samaritana em relação ao poço remonta a mais de 23 séculos. Já a tradição cristã é registrada a partir do ano 333 d.C., com a visita do Peregrino de Bordeaux, e ganhou expressão com a construção de uma igreja no século IV, que foi posteriormente reconstruída pelos cruzados no século XII. As ruínas dessa igreja ainda podem ser vistas no local.
O poço tem sido objeto de investigações arqueológicas desde o século XIX. Em 1838, o explorador Edward Robinson redescobriu a abertura do poço e mediu sua profundidade em cerca de 32 metros. No entanto, o acúmulo de detritos e o mau uso por turistas reduziu essa profundidade para 20 metros em medições posteriores. Com escavações cuidadosas, o poço foi limpo e recuperou sua profundidade original.
A estrutura do poço tem aproximadamente 2,3 metros de circunferência. A parte superior é de alvenaria, enquanto a inferior foi escavada diretamente na rocha calcária. O uso constante do poço no passado é visível pelas fendas profundas nas bordas, marcadas pelas cordas usadas para puxar água.
O poço de Jacó não é apenas uma cisterna; ele também é alimentado por uma fonte subterrânea, o que o torna um manancial de água corrente. A água é fria, clara e refrescante, sendo um símbolo da vida abundante que Jesus ofereceu durante seu ministério.
Foi nesse poço, à beira do caminho, que Jesus teve o célebre diálogo com a mulher samaritana (João 4). Ele revelou a ela sua identidade como o Messias e proclamou:
“Quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede” (João 4:14).
Essa afirmação tornou o poço não apenas um lugar histórico, mas também um símbolo espiritual eterno da salvação e da vida eterna que Cristo oferece.
Hoje, o poço está localizado no interior de uma igreja moderna construída pela Igreja Ortodoxa Grega, após a aquisição da propriedade no final do século XIX. A igreja foi finalizada após décadas de construção e continua sendo um destino de peregrinação para cristãos de todo o mundo.
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