Jabneel, também chamada de Jâmnia ou Jabne, aparece em diversos momentos cruciais da história bíblica e judaica. Mencionada em Josué 15:11 e 19:33, situava-se a cerca de 6 km do mar Mediterrâneo e 14 km a nordeste de Asdode, o que lhe dava importância estratégica e comercial na costa sul de Canaã.
Durante o reinado de Uzias (783–742 a.C.), Jabneel foi recapturada das mãos dos filisteus, após o rei abrir uma brecha nos muros da cidade (2Crônicas 26:6). Mais tarde, os sírios gregos usaram Jabneel como base de operações contra os judeus da dinastia dos asmoneus, durante o período das guerras dos Macabeus (1Macabeus 5:58). Em 147 a.C., Simão Macabeu reconquistou Jabneel, incorporando-a ao crescente reino judeu da época.
Com a ascensão de Herodes, o Grande, ao trono da Judeia, Jabneel foi incorporada ao seu reino. Ele presenteou a cidade à sua irmã, Siloé. Contudo, mais tarde, Marco Antônio a deu de presente à rainha Cleópatra do Egito como parte de sua aliança política e amorosa com ela. Após a derrota de Antônio para Otaviano (futuro imperador Augusto), Jabneel voltou ao controle de Herodes.
A destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C., sob o comando do general Tito, marcou um ponto de virada para o judaísmo. O imperador permitiu que fosse fundada uma colônia judaica em Jabneel, transformando-a no novo centro espiritual e acadêmico do povo judeu em exílio.
Ali, muitos rolos sagrados da Torá foram preservados e estudados. Foi em Jabneel que se reuniu o famoso Sínodo de Jâmnia, por volta do ano 100 d.C., onde foi estabelecido o cânon das Escrituras Hebraicas, confirmando os 39 livros que hoje compõem o Antigo Testamento protestante.
Durante a Segunda Revolta Judaica liderada por Bar Kokhba em 132 d.C., Jabneel foi gradualmente abandonada como centro religioso e intelectual. O foco da vida judaica transferiu-se então para o norte da Palestina, especialmente para cidades da Galileia, como Safade, Tiberíades, Merom e Bete-Searim, onde o judaísmo floresceria por séculos.
Acredita-se que a antiga Jabneel esteja localizada no montículo de Yabneh. Embora nenhuma escavação oficial tenha sido feita, arqueólogos encontraram fragmentos de cerâmica da Idade do Ferro e do período persa, além de restos de estruturas e tumbas dos períodos romano e bizantino.
Esses vestígios reforçam a importância contínua da cidade por muitos séculos, tanto como centro político quanto espiritual.
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