Hamate, conhecida hoje como Hama, é uma cidade antiga situada ao norte de Baalbek, na margem do rio Orontes. Em tempos bíblicos, Hamate foi a cidade real dos heteus, um povo importante na região do Antigo Oriente Médio. A cidade é frequentemente mencionada na Bíblia como o limite norte ideal do território de Israel.
O rei de Hamate enviou presentes a Davi após sua vitória sobre o rei de Zobá (2 Samuel 8:6), demonstrando a importância política e estratégica da cidade na época. Embora Israel tenha controlado a região de Hamate apenas em períodos breves — sob os reinados de Davi, Salomão e Jeroboão II — esse domínio parece ter sido mais simbólico do que efetivo, refletindo a influência da cidade mais do que o controle direto.
Hoje, a moderna cidade de Hama possui cerca de 100 mil habitantes e está construída ao redor de um montículo antigo que se eleva 40 metros acima do nível do rio Orontes. Esse montículo é uma lembrança viva da longa história da cidade, que remonta ao período neolítico.
Em 1812, o explorador Burckhardt descobriu uma inscrição hieroglífica em Hamate, que posteriormente, em 1872, foi adquirida pelo pesquisador inglês D. Wright para o museu de Constantinopla. Essa inscrição tornou-se acessível para estudos científicos, fornecendo dados valiosos sobre a antiga cidade.
Em 1871, inscrições dos heteus foram encontradas em monumentos da região, embora outras descobertas feitas posteriormente tenham sido de menor relevância. O grande avanço no conhecimento sobre Hamate veio com as escavações dinamarquesas lideradas pelo professor H. Ingholt, entre 1932 e 1938.
As escavações de Ingholt revelaram doze níveis diferentes de ocupação da cidade, com o mais antigo datando do período neolítico. Esses achados mostram que Hamate teve uma longa e contínua história habitacional.
Períodos importantes para a cidade incluem o antigo período babilônico (1830–1550 a.C.) e a época de Amarna, por volta de 1300 a.C., momentos em que a cidade teve grande atividade política, econômica e cultural.
Embora o trabalho arqueológico ainda não tenha sido completamente concluído, as descobertas até agora lançam luz sobre a importância histórica e cultural da cidade, mostrando que Hamate foi um centro significativo durante vários milênios.
Além de 2 Samuel 8:6, Hamate é mencionada em diversos outros textos bíblicos, frequentemente como um ponto de referência geográfica para o norte do território israelita ou em contextos históricos envolvendo os reinos de Israel e Judá. Exemplos incluem Números 13:21, Números 34:8, Josué 13:5, 2 Reis 14:28, Isaías 36:19, Jeremias 49:23 e Ezequiel 48:1.
Essas passagens mostram que Hamate esteve sempre presente na memória histórica e religiosa do povo bíblico, representando um marco nas fronteiras e nas relações políticas da região.
Hamate, com sua rica história, sua relevância bíblica e arqueológica, continua a ser um ponto crucial para entender a história do Antigo Oriente Médio. Suas ruínas antigas, camadas arqueológicas e inscrições descobertas ajudam a reconstruir o passado desta importante cidade dos heteus, que marcou tanto a história de Israel quanto a das civilizações vizinhas.
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