Eziom-Geber foi uma das paradas dos israelitas durante a longa jornada do Egito até a Terra Prometida. Segundo Números 33:35, este foi o vigésimo acampamento do povo de Israel no deserto. Mas o local não ficou apenas na história do Êxodo — séculos depois, tornar-se-ia um dos mais importantes portos navais do rei Salomão, sendo mencionado diversas vezes nas Escrituras como base para sua marinha mercante.
Por muito tempo, o local exato de Eziom-Geber era desconhecido. Foi apenas em 1937, que o explorador Fritz Frank, pesquisando a área ao redor do Golfo de Ácaba, identificou um pequeno montículo chamado Tell el-Kheleifeh, a menos de 800 metros da costa. Ali encontrou fragmentos de alvenaria que julgou serem antigos o suficiente para pertencer à cidade bíblica.
Em 1938, o arqueólogo Dr. Nelson Glueck, partindo de Jerusalém, liderou uma expedição através do uádi el-Arabah, o imenso vale que se estende desde o sul do Mar Morto até o Golfo de Ácaba. Durante a travessia, encontrou restos de minas abandonadas, com montes de escória de ferro e cobre e galerias escavadas em rochas, o que sugeria intensa atividade metalúrgica antiga.
Ao chegar a Tell el-Kheleifeh, Glueck iniciou escavações que revelaram anzóis de cobre, vasos de cerâmica, ladrilhos e estruturas muradas datadas do século X a.C., precisamente a época de Salomão. Isso confirmou a identificação do local como a antiga Eziom-Geber.
Entre as maiores descobertas estava um alto forno de fundição extremamente sofisticado. Suas paredes de tijolos possuíam condutores de ventilação embutidos, que aproveitavam os fortes ventos do norte para alimentar o fogo — um sistema de ventilação natural comparado ao processo Bessemer do século XIX.
Glueck identificou que a cidade tinha:
Um distrito industrial com moldes de fundição
Um sistema de fortificação com muros em forma de casamata
Uma porta de entrada sólida
E áreas residenciais e comerciais claramente separadas
Segundo 1 Reis 9:26, Salomão construiu navios em Eziom-Geber, nas margens do mar Vermelho, perto de Elate, no território de Edom. Dali partiam embarcações que, junto com os fenícios, navegavam até Ofir, trazendo ouro, prata, marfim e outras riquezas. Isso transforma Eziom-Geber não apenas em um centro industrial, mas também em um grande entreposto naval do mundo antigo.
O Dr. Glueck declarou que Eziom-Geber foi uma cidade planejada com notável habilidade técnica, uma verdadeira zona industrial da Antiguidade. Ele escreveu:
“Eziom-Geber era a Pittsburgh da Palestina antiga, um centro metalúrgico e portuário sem comparação no antigo Oriente.”
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