Dibom foi em certo tempo a capital de Mesa, rei de Moabe, e está situada à beira da estrada, cerca de 5 km ao norte do rio Arnom. A cidade antiga ocupa as ladeiras de dois montículos adjacentes: o montículo do sul abriga uma cidadela e a aldeia atual, enquanto o montículo do norte permanece desocupado, o que favorece estudos arqueológicos. Ambos os montes são cercados por muros que aparentam ser muito antigos.
Dibom ganhou destaque na arqueologia em 1868, quando o dr. F. A. Cline foi alertado por um xeque árabe sobre uma pedra ovalada que se sobressaía do solo. A superfície da pedra apresentava uma inscrição em caracteres hebraicos, o que chamou a atenção de Cline para seu possível valor histórico. Ele tentou adquirir a pedra oferecendo 400 dólares, mas o xeque protelava a resposta.
A notícia da importância da pedra chegou ao renomado orientalista francês M. Clermont-Ganneau, que organizou a confecção de um fac-símile da inscrição para preservar seu conteúdo. Entretanto, os árabes, percebendo o interesse dos estrangeiros, aqueceram a pedra e a quebraram em muitos pedaços, distribuindo os fragmentos entre as famílias influentes da tribo local.
Com grande esforço, Clermont-Ganneau conseguiu adquirir quase todos os fragmentos, reconstituindo o monumento com a ajuda do fac-símile. A peça foi levada para o Museu do Louvre, em Paris, onde permanece. Réplicas foram enviadas ao Museu Britânico e outras instituições.
A pedra, feita de basalto negro, mede 1,17 metros de altura, 60 cm de largura e 36 cm de espessura, parecendo uma lápide sepulcral do século XIX. A superfície contém 34 linhas de escritura alfabética que narram a rebelião de Mesa contra Israel, complementando o relato bíblico (2 Reis 3:1).
Na inscrição, Mesa declara ser “filho de Quemos”, rei de Moabe, que governou por trinta anos, sucedendo ao pai. Ele afirma ter edificado um altar a Quemos para agradecer a libertação das mãos dos inimigos, incluindo o rei Onri de Israel, que havia oprimido Moabe. Mesa descreve como, durante seu reinado, conseguiu derrotar Israel e restaurar seu país.
As Escolas Americanas de Investigação Oriental iniciaram escavações importantes em Dibom em 1950, com várias temporadas de trabalhos. Até o momento, foram descobertos cinco muros da cidade, uma grande torre quadrada, inúmeros edifícios, trigo carbonizado e um pequeno fragmento de uma estela inscrita semelhante à Pedra Moabita.
Um dos muros tem entre 2,3 e 3,3 metros de espessura, sugerindo fortificação da época de Mesa. A ocupação da cidade é registrada desde a Idade do Bronze Antigo (3000–2000 a.C.) até o período árabe, com destaque para as fases da Idade do Bronze Médio e Tardio.
Dibom aparece nas Escrituras em diversos momentos (Nm 21:30; Js 13:9,17), mas a arqueologia mostra que no tempo da passagem dos israelitas era pouco mais que um nome. Posteriormente, tornou-se um centro importante sob o domínio de Moabe, como atesta a famosa inscrição de Mesa.
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