Cafarnaum, conhecida como a “cidade de Jesus”, estava localizada na costa noroeste do mar da Galileia, em uma região atualmente chamada Tell Hum, no norte de Israel. Durante o século I, era o principal centro comercial e social da região, situada na importante rota entre a Síria e a Palestina, o que favorecia o trânsito de mercadorias e a cobrança de impostos alfandegários. Uma guarnição romana também estava estacionada ali.
Após sair de Nazaré, Jesus se estabeleceu em Cafarnaum, onde passou a maior parte de seu ministério público. Ele morou na casa de Pedro, convocou o publicano Mateus, e ali realizou milagres extraordinários, como curas, exorcismos e a ressurreição da filha de Jairo (Mateus 8:5; Lucas 7:1).
Jesus também ensinava nas sinagogas e pregava ao povo local. Apesar de tantos sinais, profetizou a queda de Cafarnaum por sua incredulidade (Mateus 11:23), o que se cumpriu ao longo dos séculos seguintes.
As escavações arqueológicas em Cafarnaum revelam um cenário fascinante. Montes de basalto negro, provenientes de antigas construções, estendem-se por 1,5 km ao longo da costa do mar da Galileia. Entre os achados, destaca-se uma estrutura octogonal, apontada por muitos como o local da casa de Pedro, embora arqueólogos a considerem um edifício comemorativo posterior.
O destaque das ruínas é a sinagoga de Cafarnaum, uma das mais bem preservadas da Galileia. A construção tem dois andares, mede 18 x 24 metros e é voltada para Jerusalém. Foi erguida com pedra calcária branca, em contraste com o basalto predominante na região.
No interior, há colunas laterais que sustentavam varandas superiores — provavelmente onde as mulheres assistiam aos cultos. A decoração interna é rica em figuras de pássaros, animais, plantas, criaturas mitológicas e motivos geométricos. Entre os símbolos religiosos estão o candelabro de sete braços (menorá), a estrela de seis pontas e um relevo da arca da aliança.
Em uma coluna, há uma inscrição em aramaico:
“HLPW, filho de Zebida, filho de Johanan, fez esta coluna. Que ele seja bendito.”
Segundo o Dr. Glueck, esses nomes se aproximam de Alfeu, Zebedeu e João, mencionados nos evangelhos como discípulos ou parentes dos discípulos de Jesus (Marcos 3:17-18).
Alguns acreditam que essa seja a sinagoga construída pelo centurião romano mencionado em Lucas 7:5. No entanto, a maioria dos arqueólogos aponta que o edifício atual foi erguido no século II ou III d.C., sobre as fundações da sinagoga original da época de Cristo, com base na arquitetura e na ornamentação decorativa.
Cafarnaum continua sendo um dos locais mais significativos da arqueologia bíblica, atraindo estudiosos e peregrinos que desejam explorar os vestígios da cidade onde Jesus viveu, pregou e operou maravilhas.
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