Betesda era o nome dado a um tanque famoso em Jerusalém, cercado por cinco pórticos, de onde brotava um manancial de água com propriedades especiais. Segundo o Evangelho de João (Jo 5:2), foi ali que Jesus realizou um dos seus milagres mais conhecidos: a cura do homem que esteve enfermo por 38 anos.
A localização exata de Betesda está ligada à Porta das Ovelhas, situada no setor noroeste da cidade antiga. Essa posição é confirmada por relatos históricos do escritor judeu romano Josefo e por autoridades antigas que indicam que o mercado principal de ovelhas ficava ao norte do templo de Jerusalém. Recentemente, arqueólogos localizaram o mercado árabe das ovelhas fora da Porta de Herodes, reforçando essa hipótese.
Em 1888, durante reparos na Igreja de Santa Ana, também situada no setor noroeste da cidade, uma grande represa foi descoberta. O professor Conrad Schick foi consultado para avaliar o achado e conduziu uma expedição arqueológica no local. Ele desenterrou dois grandes tanques com os famosos cinco pórticos descritos nas Escrituras.
As estruturas encontradas apresentam elementos arquitetônicos romanos, como fragmentos de colunas e capitéis, indicando que os tanques foram reconstruídos ou reformados num período um pouco posterior à época de Jesus. A construção possuía degraus em espiral que conduziam até a parte inferior, onde ficavam os tanques de água.
Um detalhe impressionante da escavação foi a descoberta de uma pintura em uma das paredes proeminentes de um dos pórticos, mostrando um anjo agitava as águas do tanque. Segundo a tradição da igreja primitiva, essa agitação angelical era o motivo da cura dos enfermos que esperavam dentro de Betesda.
Essa tradição bíblica reforça a importância espiritual e histórica do tanque como um local onde milagres aconteciam, e onde pessoas com diversas enfermidades buscavam esperança.
O tanque de Betesda não é apenas um símbolo de fé para o cristianismo, mas também um importante ponto para a arqueologia bíblica e estudos históricos sobre Jerusalém. A descoberta dos tanques e seus pórticos trouxe luz sobre a vida cotidiana da cidade antiga, sua infraestrutura hídrica e o contexto dos relatos evangélicos.
Para os interessados em história bíblica e turismo religioso, a área de Betesda é um local significativo que conecta passado e presente, fé e arqueologia.
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