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Betel: A Casa de Deus | Ivaldo Fernandes

Betel, cujo nome significa “Casa de Deus”, é um dos locais mais importantes e simbólicos da história bíblica. Foi o lugar onde Abraão, patriarca dos israelitas, construiu seu segundo altar para adorar a Deus, confirmando a presença divina naquela região. Além disso, Betel é célebre por ser o local onde Jacó teve a visão dos anjos subindo e descendo por uma escada celestial, um episódio que marcou sua vida espiritual e sua missão como patriarca do povo escolhido (Gn 28:10-22).

A Visão e o Voto de Jacó

Após vinte anos de ausência, Jacó retornou a Betel para cumprir o voto que fizera a Deus, erguendo um altar em agradecimento e reconhecimento da revelação que recebera. Ele chamou o local de “El-Betel”, significando “Deus em Betel”, por ter sido ali que Deus se manifestou a ele em sonho. Betel, portanto, não era apenas uma cidade, mas um símbolo da presença e do pacto divino com Israel (Gn 35:1-7).

Profanação e História Arqueológica

A importância espiritual de Betel foi maculada no período do reino dividido, quando Jeroboão, rei de Israel, profanou o local ao construir um bezerro de ouro para que seu povo adorasse, desviando-os do culto a Deus em Jerusalém (1Rs 12:29). Esse ato marcou um período sombrio na história religiosa de Israel.

Betel também é um sítio arqueológico de grande relevância. O renomado arqueólogo dr. William F. Albright realizou sondagens no local em 1927. Mais tarde, em 1934, o dr. J. L. Kelso, do Seminário Teológico Pittsburgh-Xenia, junto com jovens arqueólogos, prosseguiu as escavações. Kelso retomou os trabalhos em 1954, revelando vestígios de ocupação humana desde cerca de 2000 a.C.

Ruínas e Destruições

Os achados arqueológicos indicam que Betel foi um povoado estabelecido por volta do ano 2000 a.C. A cidade sofreu um grande incêndio no século XIII a.C., possivelmente durante o turbulento período dos juízes ou na chegada dos israelitas sob Josué. O povoado foi reconstruído no século IX a.C., mas novamente destruído pelos assírios entre 724 e 722 a.C., durante o cerco a Samaria.

Mais tarde, Betel teve uma recuperação e prosperou até ser destruída por um incêndio em torno de 597 a.C., provavelmente causado pelo exército do rei Nabucodonosor da Babilônia. Na última parte do período persa, Betel foi reconstruída e continuou a prosperar até a destruição final pelos romanos em 70 d.C., durante a mesma campanha que destruiu Jerusalém.

Infraestrutura e Cultura

Entre as descobertas, destacam-se os muros da cidade, que eram considerados uns dos melhores da Palestina na época. Um sistema de drenagem bem construído, com pedras alinhadas e dois pisos de gesso, transportava a água da chuva e usada para fora dos muros, demonstrando o avanço da engenharia local.

Nos primeiros níveis das ruínas, arqueólogos encontraram muitos objetos relacionados ao culto cananeu. No entanto, após a conquista por Israel, não foram descobertos vestígios de imagens ou monumentos a deuses falsos, nem qualquer sinal do famoso bezerro de ouro, indicando um retorno ao culto a Deus conforme a tradição israelita.

Betel na Bíblia

Betel é mencionada em muitas passagens bíblicas, refletindo sua importância espiritual e histórica: desde Gênesis (12:8; 28:19) até os livros de Josué, Juízes, Reis, Crônicas e Profetas. Suas múltiplas referências confirmam que Betel foi um ponto central na história religiosa e política do povo de Israel por muitos séculos.

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Cidades Bíblicas Antigas

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