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Belvoir: O Castelo-Fortaleza dos Cruzados | Ivaldo Fernandes

Belvoir foi uma das mais famosas fortalezas construídas pelos cruzados durante a Idade Média. Localizado em uma das ladeiras mais pitorescas da região, ele se estende para o leste a partir do monte Moriá, elevando-se a 427 metros acima do vale do Jordão. Essa posição estratégica permitia uma visão ampla de grande parte do trajeto entre as cidades de Tiberíades e Bete-Seã.

Localização Estratégica e Controle de Rotas

O castelo de Belvoir dominava duas importantes estradas que subiam do vale do Jordão para o interior da região: uma passava pelo vale de Jezreel e a outra pelo vale do Tabor. Essa localização era vital para o controle das movimentações militares e comerciais na área. De sua torre mais alta, era possível observar as atividades que aconteciam nessas rotas, garantindo aos seus ocupantes uma vantagem significativa em termos de vigilância e defesa.

Durante o domínio romano, o local já abrigava uma fortificação conhecida como Forte de Agripina, indicando a importância estratégica do ponto desde tempos antigos.

A Era dos Cruzados em Belvoir

Em 1168, os cruzados adquiriram o local e transformaram-no em um dos seus castelos-fortalezas mais robustos. A construção seguiu padrões arquitetônicos militares da época, com muros grossos e torres de vigia, projetados para resistir a ataques prolongados.

Por mais de duas décadas, as forças muçulmanas evitaram confrontos diretos com o castelo, mantendo-se distantes e respeitando sua posição fortificada. Entretanto, em janeiro de 1191, a situação mudou drasticamente quando a torre oriental de Belvoir foi minada e destruída durante um cerco. Esse evento marcou o início do declínio da fortaleza.

Reconhecendo que a resistência seria inútil, os cruzados negociaram a paz, obtendo permissão para deixar o local e seguir em segurança até a cidade de Tiro, outro importante ponto cristão na região.

Destruição e Abandono

Após o abandono pelos cruzados, Belvoir enfrentou novos tempos. Em 1241, o castelo foi destruído e, com o passar do tempo, uma aldeia árabe foi estabelecida entre suas ruínas. Esse povoado perdurou até que, em 1948, o local foi completamente abandonado.

Escavações Modernas e Descobertas

Nos anos de 1966 e 1967, sob a direção do arqueólogo M. Ben-Dor e com o apoio da Autoridade Israelita de Parques Nacionais, iniciaram-se escavações arqueológicas em Belvoir. Os trabalhos revelaram muito sobre a estrutura da antiga fortaleza e a vida de seus habitantes.

Próximo às ruínas de uma igreja foram descobertos diversos ambientes que evidenciam a complexidade da fortificação: estábulos para animais, adegas para armazenamento de vinho ou alimentos, cisternas para coleta de água e uma cozinha. Destacou-se ainda um salão muito luxuoso, adornado com colunas e capitéis feitos de basalto negro, evidenciando a riqueza e o cuidado com a arquitetura e o conforto na fortaleza.

Conclusão

Belvoir representa um importante testemunho da época das Cruzadas, demonstrando a estratégia militar e a vida cotidiana em uma fortaleza medieval. Sua posição privilegiada e suas construções robustas fizeram dela um ponto vital para o controle da região do vale do Jordão. Apesar da destruição e abandono, as escavações modernas trouxeram à luz seu passado, ajudando a preservar a memória histórica desse local significativo.

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