Localizada na fértil planície de Beqaa, entre as cordilheiras do Líbano e do Antilíbano, Baalbek abriga algumas das ruínas mais impressionantes do mundo antigo. No passado, foi chamada de Heliópolis, que significa “Cidade do Sol”, nome atribuído pelos gregos e romanos. Sua história se entrelaça com mitos e civilizações poderosas, tornando-se um verdadeiro ícone da arquitetura e da espiritualidade na Antiguidade.
As origens de Baalbek remontam às antigas lendas cananeias, nas quais Baal era considerado o deus que controlava o destino humano. Esse passado mítico tornou-se a base para a construção de uma cidade de adoração e peregrinação. Durante os primeiros séculos da era cristã, Baalbek viveu um período de grande prosperidade, destacando-se como centro religioso, político e cultural da região.
A monumentalidade das ruínas de Baalbek começou a tomar forma sob o reinado do imperador Antonino Pio (138–161 d.C.), sendo continuada por outros imperadores romanos, como Septímio Severo e Caracala. Os templos foram erguidos em honra a Júpiter, Baco e Baal, com o objetivo de impressionar o Oriente com o poder e a sofisticação de Roma. Com colunas gigantescas e proporções colossais, os romanos criaram ali uma síntese entre a grandeza imperial e a devoção solar.
Durante o reinado de Constantino, o primeiro imperador cristão, os templos foram convertidos em igrejas. Contudo, em 634 d.C., com a conquista árabe da cidade, toda a área do templo foi transformada em uma fortaleza. Essa fortificação teve papel importante nas Cruzadas, sendo alvo de conflitos, saques e destruições ao longo dos séculos. Apesar disso, Baalbek sempre renascia das ruínas, como um testemunho da sua resiliência histórica.
Violentos terremotos em 1664 e 1750 causaram danos irreversíveis à estrutura da cidade, que entrou em declínio. No entanto, em 1751, os arquitetos ingleses Wood e Dawkings visitaram Baalbek e a revelaram ao mundo europeu. Em 1898, o imperador alemão Guilherme II visitou as ruínas e, impressionado, decidiu promover sua preservação. Logo após, enviou especialistas alemães para iniciar um grande trabalho de restauração.
Sob a direção de Otto Puchstein e Bruno Schulz, as escavações iniciaram em 1900 e foram concluídas em 1904, com toneladas de escombros removidas e importantes estruturas reveladas. Desde então, Baalbek tem sido restaurada e admirada por estudiosos, turistas e arqueólogos do mundo inteiro.
Baalbek é hoje considerada uma das ruínas mais magníficas do mundo mediterrâneo, ao lado de Palmira, Carnaque e o Pártenon. As principais estruturas são a Antecorte, a Grande Corte, o Templo do Sol (Júpiter-Baal) e o Templo de Baco. Apesar de suas dimensões — cerca de 280 por 198 metros —, a combinação de proporções gigantescas com detalhes refinados transmite uma sensação única de serenidade e reverência.
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