Ascalom foi uma das cinco cidades confederadas dos filisteus, localizada estrategicamente na costa do mar Mediterrâneo, a cerca de 19 km ao norte de Gaza. A cidade se estendia em forma de arco aberto diante do mar, o que favorecia a navegação e o comércio. Por sua posição privilegiada, Ascalom era um importante porto comercial, onde navios de diversos países aportavam para comprar e transportar carregamentos de grãos e outros produtos.
A cidade floresceu como um centro comercial ativo, com destaque na troca de mercadorias e na atividade marítima. Seus cais antigos testemunharam o trânsito constante de embarcações fenícias, egípcias, gregas e romanas. O dinamismo de Ascalom atraiu comerciantes, artesãos e viajantes de todas as partes do mundo conhecido da época.
Um fato histórico notável é que Herodes, o Grande, rei da Judeia na época do nascimento de Jesus, nasceu em Ascalom. Mais tarde, ele investiu na cidade com grande entusiasmo, embelezando-a com edifícios suntuosos, avenidas colunadas e palácios luxuosos, demonstrando sua afinidade por sua terra natal e seu desejo de torná-la uma metrópole digna do Império Romano.
Nos anos de 1921 e 1922, os arqueólogos Dr. J. Garstang e W. J. Phythian-Adams realizaram escavações que trouxeram à luz importantes vestígios da longa e variada história de Ascalom. As escavações revelaram sinais claros da presença de cananeus, filisteus, macabeus, helênicos, romanos, cruzados e árabes.
Entre os achados mais significativos estavam um palácio de grande porte, construído por Herodes, e uma tumba artisticamente decorada, que chamaram a atenção pelo refinamento e pela importância histórica. Esses achados reforçam o papel da cidade como um elo cultural entre o Oriente e o Ocidente ao longo dos séculos.
Ascalom é mencionada várias vezes nas Escrituras Sagradas. Em Juízes 1:18, relata-se sua conquista temporária pelos israelitas. Em Juízes 14:19, Sansão matou trinta homens em Ascalom para pagar um desafio. Já em 1 Samuel 6:17, aparece como uma das cidades que enviaram ofertas ao Deus de Israel após o retorno da arca da aliança. Outros profetas, como Jeremias, Amós, Sofonias e Zacarias, também fazem referência à cidade, muitas vezes em contextos de juízo ou destruição (Jr 25:20; Jr 47:5; Am 1:8; Sf 2:4; Zc 9:5).
A cidade de Ascalom, com seu passado glorioso, permanece como um dos marcos mais representativos da civilização filisteia e da interação entre povos do Antigo Oriente Próximo. Suas ruínas continuam a ser um campo fértil para arqueólogos e historiadores que buscam compreender as complexas relações culturais, religiosas e políticas da região.
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