Siquém situa-se perto da moderna aldeia de Balata, no território da Cisjordânia, ao norte da estrada principal, em um vale fértil e formoso entre os montes Ebal e Gerizim. Este local foi palco de inúmeros eventos bíblicos e históricos relevantes, tornando-se uma das cidades mais significativas da antiga Palestina.
Foi em Siquém que Abraão, o patriarca da fé, chegou pela primeira vez quando entrou em Canaã, conforme relatado em Gênesis 12:6-7. Ali, Deus lhe apareceu e prometeu dar aquela terra à sua descendência. Esse momento marca o início da presença hebraica na Terra Prometida.
Mais tarde, Jacó também passou por Siquém. Ele comprou um campo, armou suas tendas e ergueu um altar ao Senhor, conforme Gênesis 33:18-20. Nesse local, acredita-se que Jacó tenha cavado um poço — conhecido até hoje como o “Poço de Jacó”, mencionado inclusive no diálogo entre Jesus e a mulher samaritana em João 4:6.
Os irmãos de José apascentaram seus rebanhos nas campinas de Siquém, e foi nesse local que José foi vendido como escravo (Gênesis 37). Após o êxodo e a conquista de Canaã, os ossos de José foram enterrados ali (Josué 24:32), cumprindo a promessa feita aos seus descendentes. Em Siquém, Josué também reuniu todas as tribos de Israel para renovar a aliança com Deus (Josué 24:1-25).
Siquém teve destaque também no período da monarquia. Foi lá que Roboão, filho de Salomão, foi coroado rei, e ali mesmo o reino foi dividido, com Jeroboão estabelecendo a capital do reino do Norte (1 Reis 12:1-25). A cidade tornou-se, então, símbolo da cisão política e espiritual de Israel.
A importância de Siquém também é destacada pela arqueologia. Carl Watzinger iniciou escavações no local entre 1907 e 1909. Posteriormente, Ernest Sellin continuou o trabalho em 1913 e 1934. A partir de 1956, a Expedição Drew-McConnick, liderada por G. Ernest Wright, intensificou as pesquisas.
Os achados incluem templos, moedas, ferramentas, peças de alvenaria e construções maciças que comprovam relatos bíblicos. Destaca-se um muro da Idade do Bronze Médio com uma grande porta que pode ter sido a mesma mencionada em Gênesis 34. Dentro da cidade, foi encontrado um edifício com paredes de 5 metros de espessura, provavelmente a “torre de Siquém”, destruída por Abimeleque (Juízes 9:46-49).
Nas proximidades, foi desenterrado um grande templo identificado como sendo dedicado a Baal-Berite, uma divindade cananeia mencionada nas Escrituras. Esse achado ajuda a contextualizar a idolatria presente em Israel durante o período dos juízes.
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