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A Importância Estratégica de Láquis | Ivaldo Fernandes

Láquis, conhecida hoje como Tell ed-Duweir, foi uma cidade fortificada de grande importância no Sefelá, as terras baixas da Judéia. Situava-se a cerca de 48 km a sudoeste de Jerusalém, numa posição estratégica que controlava rotas importantes. Durante a conquista de Canaã, conforme narrado em Josué 10:32-33, os israelitas sob a liderança de Josué tomaram Láquis após um cerco de apenas um dia. A cidade foi capturada sem ser destruída, mostrando seu valor militar e econômico para a região.

Fortificações e Resistência

Mais tarde, o rei Roboão, filho de Salomão, reforçou as defesas de Láquis, tornando-a “muito forte” (2 Crônicas 11:9-12). Essa fortificação demonstrava a importância contínua da cidade como bastião na Judéia contra invasões. Durante a campanha de Senaqueribe em 701 a.C., Láquis foi uma das cidades conquistadas pelo exército assírio na Síria e Palestina. Em Nínive, o rei Senaqueribe mandou esculpir em 13 painéis detalhados a tomada de Láquis, que compõem um dos mais extensos e ricos registros visuais de batalha da antiguidade.

As Escavações de Láquis

Entre 1932 e 1938, J. L. Starkey e sua equipe conduziram escavações em Tell ed-Duweir, revelando descobertas arqueológicas de grande relevância. A principal delas foi a descoberta das famosas “Cartas de Láquis”: 21 documentos escritos em tinta de carvão encontrados entre cinzas no depósito da guarda junto à porta da cidade. Essas cartas foram escritas por um oficial chamado Hosaías, um subalterno do exército durante o turbulento período dos últimos anos do profeta Jeremias, por volta de 588 a.C.

O Contexto Histórico das Cartas

As cartas refletem o clima de tensão política e social que precedeu a queda de Láquis e, posteriormente, a queda de Jerusalém. Muitas das mensagens falam sobre sinais militares, dificuldades enfrentadas, e a ansiedade diante da iminente invasão babilônica. Em uma das cartas, Hosaías relata que esperavam sinais de Láquis, pois não conseguiam ver Azeca, outra cidade fortificada que resistia à invasão (Jeremias 34:7).

A Relação com Jeremias e a Literatura Bíblica

As cartas mencionam líderes enfraquecendo o ânimo dos soldados, um tema que dialoga diretamente com Jeremias 38:4, onde os líderes pedem a morte do profeta por “desencorajar os soldados”. Elas representam um registro contemporâneo às profecias de Jeremias, confirmando o ambiente político e social descrito nas Escrituras. Baruque, o escriba de Jeremias, teria utilizado tinta semelhante para registrar as palavras do profeta, confirmando a autenticidade e o valor histórico das cartas.

O Valor Arqueológico e Teológico das Cartas

Segundo o professor Haupert, da Moravian College, as Cartas de Láquis têm uma importância incomparável, pois fornecem uma conexão direta com o Antigo Testamento, oferecendo uma “nova seção da literatura bíblica” que complementa o livro de Jeremias. O Dr. Albright reforça essa ideia, destacando que essas cartas situam-se exatamente no tempo de Jeremias, com detalhes que confirmam as condições sociais e políticas da época.

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