As "Testemunhas-de-jeová" formam uma das seitas que mais crescem atualmente. Em face do seu proselitismo incontrolável, e do grande mal causado por seus ensinos à vida do crente, necessário se faz estudá-la.
Charles Taze Russell, fundador da seita "Testemunhas de Jeová", nasceu no Estado da Pensilvânia, Estados Unidos, no ano de 1854. Perturbado pela doutrina das penas eternas, tornou-se simpatizante da doutrina adventista, a qual abraçou posteriormente. Como Russell possuía pontos de vista muito pessoais, principalmente quanto à maneira e ao objetivo da vinda de Cristo, não demorou haver divergência entre seus pontos de vista e os dos líderes adventistas. Nessa época, em parceria com um adventista de nome N.H. Barbour, escreveu um livro. Essa amizade, porém, durou pouco, pois logo se separaram, após uma acalorada discussão quanto à doutrina da expiação. Um ano após, em 1872, Russell lança os fundamentos do seu movimento, inicialmente com os nomes "Torre de Vigia de Sião" e "Arauto da Presença de Cristo".
Russell vivia em freqüentes choques com as
autoridades e os tribunais, dos quais nem sempre se saía bem. Censurou as
igrejas e seus líderes como porta-vozes do engano e como instrumentos do diabo.
Para preparação dos seus discípulos, escreveu uma obra intitulada Estudos nas
Escrituras, sobre a qual o próprio Russell declarou ousadamente que seria
melhor que ela fosse lida do que lida a Bíblia sozinha. Contudo, mais tarde,
ele mesmo chamou de "imaturos" alguns de seus escritos primitivos.
Russell foi um homem de mau procedimento. Casou-se em
1879. Várias vezes foi levado ao tribunal por sua própria esposa, em face de
maus tratos que sofria dele. Não podendo ela suportá-lo mais, abandonou-o em
1887, dele divorciando-se em 1913. Viu-se muitas vezes em apuros com a justiça
devido a escândalos financeiros.
Charles Taze Russell morreu a 9 de novembro de 1916,
sendo substituído pelo juiz Joseph Franklin Rutherford.
Rutherford excedeu em muito a atuação do próprio Russell, fundador da seita. Logo no princípio da sua gestão, fundou a revista Despertai, com uma tiragem mensal que vai a um milhão de exemplares. Esteve por vários meses na cadeia por causa de alegadas "atividades antiamericanas", no inicio da entrada dos Estados Unidos na Primeira Grande Guerra. Isto contribuía mais para que Rutherford e seus seguidores tivessem maior ódio da "organização do diabo" (como tratavam toda e qualquer espécie de organização política ou religiosa que se opunha aos seus ensinos e às doutrinas). Rutherford morreu a 8 de janeiro de 1942, com 72 anos de idade.
Com a morte de Rutherford, Nathan H. Knorr assumiu a os liderança da seita. No início do seu mandato escreveu um ensaio com o título: "Testemunhas-de-jeová dos Tempos Modernos", com a afirmação: "Deus Jeová é o organizador de suas testemunhas sobre a terra". Prosseguindo, diz que o nome da organização deriva-se da passagem de Isaías 43.10: "Vós sois minhas testemunhas, diz Jeová".
As Testemunhas-de-jeová demonstram um zelo incomum em
tornarem conhecidas as suas doutrinas, pelo que se dedicam ao máximo à venda de
livros e revistas, de porta em porta. Além de se dedicarem com afinco a esse
trabalho, quase todos dão uma parcela de cooperação na disseminação das
doutrinas da seita. W.J. Schenell, extestemunha", diz que as
"testemunhas" ficam sob constantes pressões e com medo mortal dos
seus líderes. Por exemplo: se não venderem suficiente literatura, serão
rebaixados à "classe de maus servos", ou "servos inúteis".
Já em 1949, o Anuário das Igrejas Americanas trazia o
seguinte: "As testemunhas-de-jeová têm grupos em quase todas as cidades
dos Estados Unidos, bem como em outras partes do mundo, com o propósito de
estudar a Bíblia. Não fazem relatório de seus membros, nem anotam a assistência
às reuniões. Reúnem-se em salões alugados e não constróem templos para o seu
próprio uso".
A maior parte dos seus esforços é gasta procurando
alcançar pessoas já membros de igrejas evangélicas, cujos preceitos eles põem
em dúvida por meio de ensinos subversivos. Enviam os seus representantes para
os campos missionários estrangeiros, onde, às vezes, entram em conflito com as
autoridades.
Poucos aspectos da doutrina cristã têm sofrido tantos
ataques das "testemunhas-de-jeová" quanto a doutrina da Trindade. O
que eles pensam e dizem sobre este tema é abundantemente mostrado nos seus
livros, revistas e palestras, como vemos a seguir.
"Satanás deu origem à doutrina
da trindade" (Seja Deus
Verdadeiro, p. 81).
"Um contemporâneo de Teófilo na África
Setentrional, o escritor latino chamado Tertuliano, da cidade de Cartago,
defronte a Itália, escreveu uma defesa de sua religião e introduziu nos seus
escritos a palavra trinitas, que quer dizer 'trindade'. Daquele tempo em diante
a doutrina trinitária veio a infectar cada vez mais a crença dos cristãos
professos. Tal doutrina é absolutamente alheia ao verdadeiro Cristianismo. Nem
se encontra a palavra trias nas inspiradas Escrituras gregas cristãs, tampouco
se acha a palavra trinitas, nem mesmo na tradução latina da Bíblia, a
Vulgata" (Que tem Feito a Religião Pela Humanidade? p. 261).
"Ninrode casou-se com sua mãe Semíramis, e
assim, num sentido, ele é seu próprio pai e seu próprio filho. Aqui está a
origem da doutrina da trindade" (Russell, Estudos nas Escrituras).
O ensino jeovista de que Tertuliano inventou a
doutrina da Trindade é injusto, tendencioso e mau. Viria ao caso perguntarmos:
"Newton inventou a lei da gravidade ou simplesmente elucidou-a?" A
mesma pergunta deve ser feita quanto à pessoa de
Tertuliano relativamente à doutrina da Trindade:
"Tertuliano inventou a doutrina da Trindade ou simplesmente
interpretou-a?"
Por exemplo, o fato de Martinho Lutero ter defendido
a doutrina da justificação pela fé e a do sacerdócio universal dos crentes não
significa que ele as inventou.
É evidente que a palavra trindade não se encontra na
Bíblia, como também nela não se encontram expressões como
"testemunhasde-jeová" e "Salão do Reino", porém, a Bíblia
contém a idéia básica da doutrina da Trindade. Não descartamos a possibilidade
de que Tertuliano tenha sido o primeiro dos escritores da Igreja a usar a
palavra Trindade (três em um), com o objetivo de dar forma a uma verdade
implícita do Gênesis ao Apocalipse. Devemos ter em mente, no entanto, que
descobrir uma verdade não é a mesma coisa que inventar a verdade. A verdade não
se inventa, descobre-se.
a.
Criação do homem (Gn 1.26).
b.
Conclusão divina quanto à capacidade do
conhecimento do homem a respeito do bem e do mal (Gn 3.22).
c.
Confusão das línguas, em Babel (Gn 11.7).
d.
Visão e chamamento de Isaías (Is 6.8).
e.
Batismo de Jesus no Jordão (Mt 3.16,17).
f.
A Grande Comissão de Jesus (Mt 28.19).
g.
Distribuição dos dons espirituais (1 Co
12.4-6).
h.
Bênção apostólica (2 Co 13.13).
i.
Descrição paulina da unidade da fé (Ef 4.4-6).
j.
Eleição dos santos (1 Pe 1.2).
1. Exortação de Judas (Jd vv.20,21).
m. Dedicatória das cartas às sete
igrejas da Ásia (Ap 1.4,5).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, títulos
divinos são atribuídos às três Pessoas da Trindade: a) a respeito do Pai (Êx
20.2); b) a respeito do Filho (Jo 20.28); c) a respeito do Espírito Santo (At
5.3,4).
•
Onipresente
•
Onipotente
•
Onisciente
•
Criador
•
Eterno
•
Santo
•
Santificador
•
Fonte da vida eterna
•
Mestre
•
Capacitado a ressuscitar mortos
•
Inspirador
•
Dos profetas
•
Salvador
•
Supridor de ministros à Igreja
O Pai |
O Filho |
O Espírito |
Jr 23.24 |
Ef 1.20-23 |
Sl 139.7 |
Gn 17.1 |
Ap 1.8 |
Rm 15.19 |
At 15.18 |
Jo 21.17 |
1 Co 2.10 |
Gn 1.1 |
Jo 1.3 |
Jó 33.4 |
Rm 16.26 |
Ap 22.13 |
Hb 9.14 |
Ap 4.8 |
At 3.14 |
Jo 1.33 |
Jd 24.25 |
Hb 2.11 |
1 Pe 1.2 |
Rm 6.23 |
Jo 10.28 |
Gl 6.8 |
Is 48.17 |
Mt 23.8 |
Jo 14.26 |
1 Co 6.14 |
Jo 2.19 |
1 Pe 3.18 |
Quanto à Pessoa de Cristo, a doutrina das
"testemunhas-dejeová" é essencialmente ariana, e se identifica muito
bem com diferentes correntes heréticas surgidas nos primeiros séculos da
história da Igreja.
Quanto à Pessoa e à divindade de Jesus Cristo, dizem
os jeovistas:
"Este [Jesus Cristo], não era Jeová Deus, mas
estava 'existindo na forma de Deus'. Como assim? Ele era uma pessoa espiritual,
assim como 'Deus é Espírito'; era poderoso, mas não Todo-poderoso como o é
Jeová Deus: também ele existia antes de todas as outras criaturas de Deus
porque foi o primeiro filho que Jeová Deus trouxe à existência. Por isso é
chamado 'o Filho unigênito' de Deus, porque Deus não teve associado ao trazer à
existência o seu unigênito Filho... Ele não é o autor da criação de Deus; mas,
depois de Deus o haver criado como primogênito, usou-o como seu obreiro
associado ao trazer à existência todo o resto da criação" (Seja Deus
Verdadeiro, pp. 34,35).
a. não
é Deus;
b. em
sua vida humana foi simplesmente uma pessoa espiritual;
c. não
é Todo-poderoso;
d. foi
criado pelo Pai, como criadas foram as demais coisas;
e. não
é o autor da Criação.
a. Cristo
é Deus (Jo 1.1; 10.30,33,38; 14.9,11; 20.28; Rm 9.5; Cl 1.15; 2.9; Fp 2.6; Hb
1.3; 2 Co 5.19; 1 Pe 1.2; 1 Jo 5.2; Is 9.6).
b. Cristo
é Todo-poderoso (Mt 28.18; Ap 1.8).
c. Cristo
não foi criado, pois é eterno (Jo 1.18; 6.57; 8.19,58; 10.30,38; 14.7,9,10,20;
16.28; 17.21).
d. Cristo
é o autor da Criação (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2,10; Ap3.14).
Muitas afirmações feitas no Antigo Testamento a
respeito de Jeová são cumpridas e interpretadas no Novo Testamento,
referindo-se a Jesus Cristo. Compare:
Isaías 40.3,4 com Lucas
1.68,69,76 Êxodo 3.14 com João
8.56-58
Jeremias 17.10 com Apocalipse
2.23
Isaías 60.19 com Lucas 2.32
Isaías 6.10 com João 12.37-41
Isaías 8.12,13 com 1 Pedro
3.14,15
Isaías 8.13,14 com 1 Pedro 2.7,8
Números 21.6,7 com 1 Coríntios
10.9
Salmos 23.1 com João 10.11; 1 Pedro
5.4
Ezequiel 34.11,12 com Lucas
19.10
Deuteronômio 6.16 com Mateus 4.10.
•
O Primeiro e o Último (Is 41.4; Cl 1.15,18; Ap
1.17; 21.6).
•
Senhor dos senhores (Ap 17.14).
•
Senhor de todos e Senhor da Glória (At 10.36; 1
Co 2.8).
•
Rei dos reis (Is 6.1-5; Jo 12.41; 1 Tm 6.15).
•
Juiz (Mt 16.27; 25.31,32; 2 Tm 4.1; At 17.31).
•Pastor (SI 23.1; Jo 10.11,12).
•
Cabeça da Igreja (Ef 1.22).
•
Verdadeira Luz (Lc 1.78,79; Jo 1.4,9).
•
Fundamento da Igreja (Is 28.16; Mt 16.18).
•
O Caminho (Jo 14.6; Hb 10.19,20). •A Vida(Jo
11.25; 1 Jo 5.11,12).
•
Perdoador de pecados (SI 103.3; Mc 2.5; Lc
7.48,50).
•
Preservador de tudo (Hb 1.3; Cl 1.17).
•
Doador do Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5).
•
Onipresente (Ef 1.20-23).
•
Onipotente (Ap 1.8).
•
Onisciente (Jo 21.17).
•
Santificador(Hb2.11).
•
Mestre (Lc 21.15; Gl 1.12).
•
Ressuscitador de si mesmo (Jo 2.19).
•
Inspirador dos profetas (1 Pe 1.17).
•
Supridor de ministros à Igreja (Ef 4.11).
•
Salvador (Tt 3.4-6).
Na. Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas
Cristãs, versão bíblica forjada pelas "testemunhas-de-jeová", lê-se
João 1.1, assim: "No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e
a Palavra era um deus". Note o final da expressão: "... um
deus".
Entre as famosas traduções da Bíblia conhecidas hoje,
pelo menos «dezenove delas afirmam que "A Palavra era Deus"; não
"deus" com "dl" minúsculo, ou "um deus" qualquer.
Veja, por exemplo:
• KING JAMES VERSION - A Palavra era Deus.
• THE NEW INTERNATIONAL VERSION (A
Nova Versão
Internacional) - A Palavra era Deus.
• ROTHERHAM - A Palavra era Deus.
• DOUAY - A Palavra era Deus.
• JERUSALÉM BIBLE (A Bíblia de Jerusalém) - A
Palavra era Deus.
• AMERICAN STANDARD VERSION (Versão Padrão
Americana) - e a Palavra era Deus.
• REVISED STANDARD VERSION (Versão Padrão Revista)
- e a Palavra era Deus.
• YOUNG'S LITERAL TRANSLATION OF THE BIBLE (Tradução
Literal da Bíblia, de Young) - e a
Palavra era Deus.
• THE NEW LIFE TESTAMENT (O Testamento da Nova
Vida) - a Palavra era Deus.
• MODERN KING JAMES VERSION (Versão Moderna da
King
James) - a Palavra era Deus.
• NEW TRANSLATION - DARB Y (Nova Tradução) - a
Palavra era Deus.
• NUMERIC ENGLISH NEW TESTAMENT - a Palavra era
Deus.
• THE NEW AMERICAN STANDARD BIBLE (A Nova Bíblia
Padrão Americana) - e a Palavra era Deus.
• THE NEW TESTAMENT IN MODERN SPEECH -WEYMOUTH (O
Novo Testamento em Linguagem Moderna) - e a Palavra era Deus.
• THE NEW TESTAMENT IN BASIC ENGLISH (O Novo
Testamento em Inglês Básico) - e a
Palavra era Deus.
• THE NEW TESTAMENT IN MODERN ENGLISH -MONTGOMERY
(O Novo Testamento em Inglês Moderno)
- e a Palavra era Deus.
• THE NEW TESTAMENT IN ENGLISH (Phillips) - essa
Palavra estava com Deus e era Deus.
• THE BERKLEY VERSION (A Versão de Berkley) - e a
Palavra era Deus.
• EMPHATIC DIAGLOTT (Publicação das testemunhas-de-jeová)
- e o Logos era Deus.
• AN EXPANDED TRANSLATION - WEST (Uma Tradução
Ampliada) - e a Palavra era, quanto à
sua essência, divindade absoluta.
• THE AMPLIFIED BIBLE (A Bíblia Ampliada) - e a
Palavra era o próprio Deus.
• LIVING BIBLE (A Bíblia Viva) - antes que algo
mais existisse, existia Cristo com Deus. Ele sempre tem vivido e é Ele o
próprio Deus.
•
LAMSA - E Deus era essa Palavra.
Quatro traduções não ensinam claramente a divindade
de Cristo, conforme João 1.1. São elas:
• MOFATT - O Logos era divino.
• TODAVS ENGLISH VERSION (Versão em Inglês de
Hoje) - e Ele era o mesmo que Deus.
• GOODSPEED - A Palavra era divina.
• NEW ENGLISH BIBLE (Nova Bíblia Inglesa) - e o
que Deus era,
a Palavra era.
Apenas quatro traduções, negam a divindade de Cristo
em João 1.1. São elas:
• THE NEW WORLD TRANSLATION OF THE HOLY SCRIPTURES
(Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas) - e a Palavra era um deus.
• EMPHATIC DIAGLOTT (tradução interlinear do
grego) - e um deus era a Palavra.
• THE KINGDOM INTERLINEAR OF THE SCRIPTURES
(Tradução do Reino, Interlinear, das Escrituras Gregas) - e
deus era a Palavra.
• THE KINGDOM INTERLINEAR (A Interlinear do Reino)
- e a Palavra era um deus.
Todas estas últimas quatro versões citadas são
publicadas e distribuídas pelas testemunhas-de-jeová.
Das dezenove traduções mencionadas, que afirmam que
"a Palavra era Deus", pelo menos treze delas foram feitas por
piedosos cristãos. Quanto aos tradutores das versões citadas pelas
testemunhas-de-jeová, as quais afirmam que "a Palavra era um deus",
põese em dúvida a sanidade espiritual dos seus tradutores, inclusive se tinham
mesmo algum conhecimento das línguas originais das Escrituras. De maneira
especial, a Emphatic Diaglott, citada pelas "testemunhas" com maior
freqüência, foi feita por Benjamin Wilson, cristadelfiano, membro de uma seita
falsa.
A esperteza das "testemunhas" não conhece
limites, seja quando têm de torcer a Bíblia, seja falsificando as traduções ou
interpolando textos de obras alheias.
Em um artigo intitulado "Uma Tradução Errada e
Chocante", o doutor Julios R. Mantey, escreve:
"A Manual Grammar
of the Greek New Testament, do qual sou coautor, é citado pelos tradutores do
apêndice da Tradução do Reino,
Interlinear, das Escrituras Gregas.
Eles citaram-me fora do contexto. Apuradas pesquisas descobriram ultimamente
abundante e convincente evidência de que a tradução de João 1.1 por 'deus era a
Palavra' ou 'a Palavra era um deus' não tem qualquer apoio gramatical."
Em carta de 11 de julho de 1974, encaminhada à
Sociedade Torre de Vigia, quartel-general das testemunhas-de-jeová, escreve o
doutor Mantey: "Não existe qualquer afirmação na nossa gramática que
alguma vez quisesse implicar que 'um deus' era a tradução admissível em João
1.1... Não revela erudição, nem mesmo é razoável traduzir João 1.1 por 'a
Palavra era um deus'. A ordem das palavras tornou obsoleta e incorreta tal
tradução. A vossa citação da regra de Colwell é inadequada, porque indica
apenas parte das suas conclusões... Ambos os eruditos escreveram que, quando
pretendiam dar a idéia indefinida, os escritores dos Evangelhos colocavam
regularmente o nome predicativo depois do verbo, e tanto Colwell como Harner
afirmaram que Theos, em João 1.1, não é indefinido e não deve ser traduzido por
'um deus. Os escritores da Torre de Vigia parecem ser os únicos a advogar tal
tradução agora. A evidência contra eles parece de 99%.
"Em vista dos fatos precedentes, principalmente
por me terdes citado fora do contexto, peço-vos por meio desta que não volteis
a citar A Manual Grammar ofthe Greek New Testament, como fazeis há 24 anos.
Peço ainda que, de agora em diante, não me citeis, nem a mim nem a esta obra,
em qualquer das vossas publicações.
"Também, que pública e imediatamente apresenteis
desculpas na revista Torre de Vigia, uma vez que as minhas palavras não tiveram
nenhuma relevância no que toca à ausência do artigo antes de Theos, em João
1.1", conclui o doutor Mantey.
Se João 1.1 quisesse dizer "a Palavra era um
deus", o apóstolo teria usado no grego a palavra theios, que significa
"um deus", um ser meio divino; em vez de Theos (Deus), que João usou
conscientemente.
O doutor James L. Boyer, do Seminário Teológico da Graça, de Winona Lake, Indiana, Estados Unidos, escreveu: "Para um estudante familiarizado com a língua grega, João 1.1 é a expressão mais forte possível da absoluta divindade da Palavra, muito mais do que seria com o uso do artigo. O fato de não ser usado o artigo no grego descreve, qualifica e enfatiza a natureza e a característica do substantivo usado. O emprego do artigo particulariza e identifica, aponta para o indivíduo. Se João tivesse escrito o artigo definido com a palavra Deus, teria significado que a Palavra e Deus eram o mesmo indivíduo, uma negação da Trindade. Mas ao empregar a Palavra Deus sem o artigo, diz qual é o caráter da Palavra. Ele é Deus. Ele é alguém cujo caráter é descrito pela palavra Deus".
Embora nada de proveitoso haja no sistema doutrinário das testemunhas-de-jeová, existem aspectos nele que são por demais absurdos. Queremos nos referir em particular a alguns desses aspectos da sua doutrina escatológica, ou seja, a doutrina das últimas coisas.
Afirmam as testemunhas-de-jeová:
"Cristo Jesus vem, não em forma humana, mas como
criatura espiritual e gloriosa... Ele vem, portanto, desta vez, não em
humilhação, não na semelhança dos homens, mas em sua glória, e todos os anjos
com ele.
"Alguns podem citar as palavras dos anjos: 'Esse Jesus que dentre vós foi recebido no céu, assim virá do modo como o vistes ir para o céu' (At 1.11). Notem, porém, que este texto não diz que ele virá com a mesma aparência, ou no mesmo corpo, mas somente do mesmo modo" (Seja Deus Verdadeiro, pp. 184,185).
"A batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso
(o Armagedom) terminará em 1914, com a derrocada completa do governo do
mundo... e o pleno estabelecimento do reino de Cristo" (Russell, Estudos
nas Escrituras, vol. II, pp. 101,170).
Segundo o ensino de Russell, Cristo voltou à Terra e
começou o seu governo de paz no ano de 1914.
"Na primavera de 1918, veio o Senhor, e começou o juízo, primeiro da 'casa de Deus' e depois das nações deste mundo" (Seja Deus Verdadeiro, p. 284).
Ensinar que Cristo será invisível
por ocasião da sua segunda vinda, e que Ele estará dotado de outro corpo que
não seja o corpo da sua ressurreição, é ensino contrário a muitas passagens das
Escrituras, dentre as quais se destacam Zacarias 12.10; Mateus 24.30 e
Apocalipse 6.15-17.
Quanto ao dia em que se dará a vinda de Cristo, diz
Mateus 24.36: "A respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos
dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai". — Como, pois, o saberão essas
falsas testemunhas-de-Jeová?
Vendo fracassada a sua previsão quanto à segunda
vinda de Cristo, Russell arquitetou uma alteração à sua falsa teoria: "A
data era correta, porém, equivoquei-me quanto à forma; o reino não terá caráter
material e visível, como havia anunciado, mas será espiritual e invisível"
(Seja Deus Verdadeiro, pp. 22,25).
Tendo chegado a data anunciada por Russell, em lugar da paz milenária do reino de Cristo, rebentou no mundo a Primeira Guerra Mundial, que enlutou milhares e milhares de famílias em toda a Terra.
A escatologia russelita é mais uma prova inconteste
de quão herética é a seita das testemunhas-de-jeová. Ao contrário da
escatologia russelita, a Bíblia apresenta os eventos escatológicos na seguinte
ordem:
a.
O arrebatamento da Igreja.
b.
O comparecimento dos crentes diante do Tribunal
de Cristo,
as Bodas do Cordeiro no céu, e a
Grande Tribulação na Terra.
c.
Batalha do Armagedom.
d.
Manifestação de Cristo em glória com os seus
santos e anjos.
e.
Julgamento das nações.
f.
Prisão de Satanás por mil anos.
g.
Inauguração do reino milenar de Cristo na Terra.
h.
Soltura de Satanás por um breve espaço de tempo,
mas logo será novamente preso para todo o sempre, i. Juízo do Grande Trono
Branco, j. Estabelecimento de novo céu e da nova Terra.
Ninguém em sã consciência se atreveria a afirmar que
já tenha ocorrido qualquer um desses eventos na Terra. Quando ocorreu o
arrebatamento da Igreja? Onde estão agora o novo céu e a nova Terra?
Diante de todo este disparate e desrespeito
demonstrado por parte das testemunhas-de-jeová quanto à Palavra de Deus, vale a
pena lembrar as palavras de Apocalipse 22.18,19:
"Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa, e das coisas que se acham escritas neste livro".
A doutrina das testemunhas-de-jeová forma uma grande miscelânea mais bem identificada pela desordem e pela negação que lhe são peculiares. Atente para os seguintes aspectos desta doutrina:
"Os cientistas e cirurgiões não foram capazes de
encontrar no homem nenhuma prova determinante de imortalidade. Não podem
encontrar nenhuma evidência indicativa de que o homem possui uma alma
imortal... Assim, vemos que a pretensão de que o homem possui uma alma imortal,
e que, portanto, difere das bestas, não é bíblica" (Seja Deus Verdadeiro,
pp. 56,59).
"A doutrina de um inferno ardente onde os
iníquos, depois da morte, são torturados para sempre, não pode ser verdadeira,
principalmente por quatro razões: 1) está inteiramente fora das Escrituras; 2)
é irracional; 3) é contrária ao amor de Deus; 4) é repugnante à justiça"
(Seja Deus Verdadeiro, p. 79).
"Em Apocalipse 14.1,3, a Bíblia é terminante ao
predizer que o total final da igreja celeste será de 144.000, segundo o decreto
de Deus" (Seja Deus Verdadeiro, p. 112). Daí surgiu o falso ensino de que
só 144.000 salvos irão para o céu.
A doutrina das "testemunhas" quanto à alma
humana apóia-se em teorias de homens sem Deus. O inequívoco testemunho das
Escrituras é que o homem não só foi feito alma vivente, mas também possui uma
alma imortal, o que o faz diferente das demais criaturas da Terra.
É evidente que "alma" na Bíblia nem sempre
significa a mesma coisa, e que a variação do seu significado depende muito das
circunstâncias em que a palavra é usada, como por exemplo mostram os seguintes
casos:
a. A
alma como o próprio sangue (Lv 17.14).
b. A
alma como a pessoa em si mesma (Gn 46.22). c A alma como
a própria vida (Lv 22.3).
d. A
alma como o espírito e o coração (Dt 2.30).
e. A alma como elemento distinto do espírito e do corpo (Hb 4.12; 1TS5.23; JÓ 12.10; 27.3; 1 Pe 2.11; Mt 10.28).
A palavra "inferno" na Bíblia tem
significados que variam de acordo com o texto em que é citado. Há quatro
palavras na Bíblia na Edição Revista e Atualizada, que são traduzidas por
"inferno":
• Sheol
- o mundo dos mortos (Dt 32.22; SI 9.17; etc).
• Hades
- é a forma grega para o hebraico Sheol, e significa o lugar das almas que
partiram deste mundo (Mt 11.23; Lc 10.15; Ap
6.8).
• Geena - termo usado para designar um lugar de suplício
eterno (Mt 5.22,29,30; Lc 12.5).
• Tártaro - o mais profundo do abismo no Hades;
significa encerrar no suplício eterno (2 Pe 2.4; Dn 12.2).
Nenhuma destas palavras significa
"sepultura". A palavra hebraica para "sepultar" é queber
(Gn 50.5), e a grega é mnemeion. E verdade que a palavra hebraica sheol algumas
vezes está traduzida como "sepultura" em algumas de nossas Bíblias em
português, mas isso se dá por força de uma tradução equivocada.
Quanto às quatro alegações das
"testemunhas", de que a doutrina referente ao inferno não pode ser
verdadeira, respondemos: 1) E um assunto largamente tratado ao longo da Bíblia
Sagrada. 2) Ainda que irracional à mente embotada das "testemunhas",
não o é à mente do crente que crê na veracidade das Escrituras. 3) É compatível
com o amor de Deus, que hoje apela aos homens. 4) É compatível com a justiça
divina, que tem reservado o céu para os salvos e o inferno para os pecadores
impenitentes.
O ensino jeovista de que só 144.000 salvos formarão a
igreja triunfante é contrário às seguintes passagens das Escrituras:
•
"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde
também aguarda-mos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3.20).
• "Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação" (Ap 7.9,10).
As "testemunhas" têm suas mentes entorpecidas pelo erro, perversão e engano do diabo. De tanto blasfemarem de Deus e da sua Palavra é-lhes quase impossível se deixarem iluminar pela luz do Evangelho. Eles foram programados, "educados" e robotizados para crerem nas mentiras e embustes de Russell, Rutherford e Knorr, líderes jeovistas. Todos, em vida, dizendo-se detentores de conhecimentos que os faziam mestres do hebraico e do grego, línguas originais da Bíblia, foram desmascarados e levados à vergonha pública por parte de tribunais de suas épocas.
Na impossibilidade de encontrar na Bíblia respaldo
para os absurdos cridos e defendidos pelo jeovismo, alguns líderes desta seita
manipularam a tradução de uma bíblia cheia de heresias, como forma de
sacralizar os seus erros e embustes. Essa tradução recebeu o nome de Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.
Por muitos anos foram mantidos em sigilo os nomes dos
autores dessa tradução de fundo de quintal. Em um julgamento, em 1954, na
Escócia, respondeu a "testemunha" F.W. Franz que a razão de tal sigilo
era porque o comitê de tradução queria que ela permanecesse anônima, e não
buscava qualquer glória ou honra Para a obra da tradução, ostentando nomes
ligados a ela. Mas o senhor William
Cetnar, que trabalhou por vários anos
na sede da
Sociedade Torre de Vigia, quartel-general das
testemunhas-dejeová, no Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos, analisa o
problema e conclui dizendo que o anonimato dos tradutores da citada bíblia tem
duplo significado: 1) As qualificações dos tradutores não podiam ser verificadas
e avaliadas. 2) Não havia ninguém que assumisse a responsabilidade pela
tradução. E a seguir, cita os nomes de Nathan
H. Knorr, A. D. Schroeder, G. D.
Gangas, M. Henschel, e do próprio F.
W. Franz, como tradutores da citada
bíblia, conforme dizem as "testemunhas", traduzida diretamente dos
originais hebraico e grego
(?).
F.W. Franz, que se dizia mestre em hebraico,
demonstrou absoluta ignorância quanto ao manejo da citada língua. Veja, por
exemplo, a troca de perguntas e respostas entre o Procurador da Coroa Escocesa
e o próprio Franz, retiradas de uma peça do julgamento sofrido por Franz em
novembro de 1954, na Escócia:
P. Também se familiarizou com o
hebraico?
R. Sim...
P. Portanto, tem instrumentos lingüísticos
substanciais à sua disposição?
R. Sim, para uso do meu trabalho
bíblico.
P. Penso que o senhor é capaz de ler e seguir a Bíblia
em hebraico, grego, latim, espanhol, português, alemão e francês... R. Sim
(Prova de Acusação p. 7)...
P. O senhor mesmo lê e fala hebraico,
não é verdade?
R. Eu não falo hebraico.
P. Não fala?
R. Não.
P. Pode, o senhor mesmo, traduzir
isto para o hebraico?
R. O quê?
P. Este quarto versículo do segundo
capítulo de Gênesis.
R. O senhor quer dizer, aqui?
P. Sim.
R. Não, eu não tentaria fazer isso
(Prova da acusação, p. 61).
(Não nos esqueçamos de que Franz é apontado entre os tradutores da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagrada, a Bíblia jeovista.)
Em 1912, o reverendo J.J. Ross, na época pastoreando
a Igreja Batista de James Street, em Hamilton, Ontário, no Canadá, foi
processado por Charles Russell (o pai espiritual das "testemunhas-dejeová"),
por haver publicado um panfleto: Alguns Fatos Sobre o Pretenso Pastor Charles
T. Russell, no qual Ross garantia que Russell era ignorante no que diz respeito
à língua grega; o que Russell considerou difamatório. No final do processo o reverendo
Ross foi absolvido, ficando provadas as acusações feitas contra Russell.
A seguinte transcrição foi retirada ou trasladada dos
autos do citado processo, e registra perguntas feitas pelo advogado Staunton
(advogado de Ross) a Russell:
P. O senhor conhece o alfabeto grego?
R. Oh! Sim!
P. O senhor poderia me dizer os nomes
dessas letras se as visse?
R. Algumas delas; talvez me enganasse
com outras.
P. Poderia me dizer os nomes dessas que estão no alto
da página 447, que tenho em mãos?
R. Bem, não sei se seria capaz.
P. O senhor não conhece essas letras?
Veja se as conhece.
R. "Meu caminho..."
(Ele foi interrompido nesse ponto e não lhe permitiram explicar.) P. O senhor conhece a língua grega? R. Não.
Os incidentes aqui citados poderiam ser de nenhuma
importância, caso não soubéssemos que as testemunhas-de-jeová, feitas sob medida,
possuem as mesmas habilidades de seus mestres quanto à aplicação do velho
truque que os faz passar por conhecedores das línguas originais da Bíblia.
Dizer que sabem grego é uma coisa; proválo é coisa bem diferente.
Veja um método infalível de provar como as
testemunhas-dejeová nada conhecem de grego. Tome um Novo Testamento grego, e
peça que qualquer um deles designe um determinado texto (João 3.16 é um
exemplo). Facilmente você descobrirá que as testemunhas-dejeová, a despeito de
"sinceras", estão redondamente equivocadas e presas pelo engano do
deus deste século, que, com sua astúcia, tem cegado o entendimento dos homens,
de sorte que não sejam iluminados pela luz do Evangelho.
Conteúdo retirado do livro: Seitas e Heresias - Raimundo de Oliveira