por: Ivaldo Fernandes
1.
No reinado de Luís Rei,
Na França, um tempo sombrio,
O povo sofria a lei,
Do imposto que era um fio.
Enquanto o luxo reinava,
A pobreza só crescia frio.
2.
A nobreza, sem impostos,
Na corte vivia bem,
Clero e nobres impunham postos,
Sobre o povo que não tem.
E o terceiro estado, pobre,
Pagava tudo e além.
3.
Camponeses na labuta,
Com o arado na mão,
Burgueses viam a luta,
Pelos campos, pelo pão.
Sem direito ou esperança,
Reclamavam sua ação.
4.
No castelo de Versalhes,
Maria Antonieta vivia,
Entre festas e detalhes,
O pão faltava ao dia.
Enquanto a fome gemia,
A corte se divertia.
5.
A França estava endividada,
De guerras sem solução,
Com a conta acumulada,
Só restava ao pobre chão.
Os nobres não contribuíam,
Mas queriam proteção.
6.
Propostas de imposto novo,
Pra dividir o fardo enfim,
Foram negadas ao povo,
Pelos nobres até o fim.
E o rei, temendo a revolta,
Negou o rumo do sim.
7.
Com a crise se agravando,
A fome bateu mais forte,
O rei ficou convocando,
Os Estados, num suporte.
Mas o clero e a nobreza,
Votavam sem mudar sorte.
8.
Cada estado tinha um voto,
E o terceiro perdia,
Com a maioria no coto,
O poder se repartia.
A injustiça só crescia,
E o povo já não dormia.
9.
Os deputados se uniram,
De um modo bem diferente,
Para lutar decidiram,
Numa sala independente.
A Assembleia Constituinte,
Se formou ali valente.
10.
Em julho veio a Bastilha,
Um marco da rebeldia,
O povo, força que brilha,
Derrubou quem o oprimia.
Com coragem e justiça,
Mudava-se a França fria.
11.
A Bastilha simboliza,
O começo da virada,
Onde a força se organiza,
E a luta é bem tramada.
Com a bandeira erguida,
A revolta foi guiada.
12.
Os direitos conquistados,
Eram o grande desejo,
Liberdade e igualdade,
Era o povo em lampejo.
E a fraternidade veio,
Pra selar o mesmo ensejo.
13.
Contra os reis e os privilégios,
A França se levantava,
O clamor fez seus colégios,
Onde a razão reinava.
E a monarquia antiga,
Aos poucos desmoronava.
14.
O rei tentou resistir,
Com a força militar,
Mas o povo a persistir,
Veio firme a protestar.
A justiça em sua causa,
Fez seu ânimo aumentar.
15.
A Assembleia promulgou,
Uma carta dos direitos,
Onde a razão se mostrou,
Derrubando velhos feitos.
Com o povo soberano,
Conquistaram os eleitos.
16.
O feudalismo caía,
E o poder se dividia,
A França que renascia,
Sob nova alforria.
Porém, a guerra e o sangue,
Logo a história cobria.
17.
Vieram tempos difíceis,
Com revoltas e tiranos,
A República nascia,
Entre atos soberanos.
Mas a luta continuava,
A cada um dos humanos.
18.
De um lado havia excessos,
De outro, reação brutal,
Entre guilhotinas e processos,
Muitos conheceram o mal.
Mas o sonho de mudança,
Transformou o ideal.
19.
No fim, a Revolução,
Trouxe sua herança clara,
Mudou toda a direção,
Com coragem que não para.
E inspirou o mundo inteiro,
Com justiça que se encara.
20.
Os direitos proclamados,
Liberdade enfim venceu,
Os homens foram iguais tratados,
E a ideia então cresceu.
Na história humana brilha,
O que a França concebeu.
21.
A Revolução Francesa,
Foi marco na humanidade,
Um exemplo de grandeza,
Pela tal fraternidade.
E até hoje sua chama,
Ilumina a sociedade.
22.
Que o legado permaneça,
Para o povo e os seus direitos,
Que a justiça prevaleça,
Corrigindo os seus defeitos.
E a França nos relembra,
Os valores mais perfeitos.
23.
A liberdade é conquista,
Que não se pode calar,
Contra tiranos da lista,
É preciso sempre lutar.
A Revolução Francesa,
Nunca deixa de inspirar.
24.
Que a igualdade vigore,
Como a justiça deseja,
Que o egoísmo não devore,
O que a razão preveja.
O futuro é nosso campo,
E a união que proteja.
25.
Assim termina o cordel,
Da França e sua ação,
Que lutou num grande papel,
Pela justa condição.
E deixou a humanidade,
Um legado de emoção.
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