por: Ivaldo Fernandes
1
Bárbaros foi o nome dado,
Pelos romanos de então,
Aos povos que tinham lado
Distante de sua nação.
Cultura e língua estranhas,
Causavam medo e campanhas.
2
Vindos do Reno e Danúbio,
Do Norte e do Báltico mar,
Vistula era seu interlúdio,
Germânia foi seu lugar.
De grupos bem divididos,
E povos desconhecidos.
5
Por muito tempo em harmonia,
Com Roma puderam viver,
Mas a chegada, um dia,
Dos hunos fez-se temer.
Empurrados para o Ocidente,
Trouxeram guerra pungente.
6
A devastação chegou,
Com sangue e com destruição,
O Império logo notou
A força da invasão.
Territórios foram tomados,
Romano foi derrotado.
7
A sipe, sua organização,
Era o clã de proteção.
Famílias em união,
Viviam como nação.
Ofensas eram vingadas,
Com guerras bem planejadas.
8
A assembleia decidia
Quem o rei poderia ser.
O guerreiro que ali surgia,
Prometia nunca ceder.
Fidelidade e riqueza,
Eram sua fortaleza.
9
Na economia, o cultivo,
De trigo e também cevada,
Gado em couro e carne vivo,
Era fonte consagrada.
Mas a pilhagem fazia,
Parte de sua valia.
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Sua religião marcante,
Era cheia de deuses mil,
Odin, guerreiro pujante,
Liderava o grande perfil.
Após a morte, acreditavam,
Que no paraíso ficavam.
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Aspectos de sua cultura,
Influenciaram depois,
A Idade Média em altura,
Com marcas que foram heróis.
Na arquitetura brilhante,
E religião fascinante.
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Burgúndios vieram também,
E os francos por toda a França.
Lombardos de força além,
Na Itália tinham pujança.
Os saxões na Britânia,
Criaram nova Germânia.
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Vândalos chegaram ao Norte,
Da África a conquistar,
Suevos, com grande aporte,
Foram terras colonizar.
Visigodos na Ibéria,
Formaram sua matéria.
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Os ostrogodos lutaram,
Na Itália, ao dominar,
Os mares por onde passaram,
Fizeram a guerra vingar.
Deixaram marcas eternas,
De suas lutas modernas.
15
A força de cada tribo,
Marcava a guerra constante,
Embora um tempo pacífico,
Se tornou devastante.
O mundo bárbaro cresceu,
E o Império Romano cedeu.
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A sipe fez união,
Nas lutas pela vitória,
Assim formavam nação,
Criando própria história.
Reis surgiam do combate,
Num cenário de embate.
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Suas tradições mantidas,
Em traços de lealdade,
Faziam guerras perdidas
Retornar com liberdade.
E na colheita, o sustento,
Complementava o intento.
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A pilhagem foi o meio,
De enriquecer o clã.
Por onde andava o esteio,
A riqueza logo vã.
Mas a cultura deixada,
É memória eternizada.
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O deus Odin, imortal,
Guiava a fé desses bravos,
Nos campos do ideal,
Guerreiros viravam sábios.
Valhalla era o destino,
Para quem morria divino.
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Sua arte trouxe à vida,
Um legado medieval,
Na religião erguida,
E no traço arquitetural.
O mundo bárbaro viveu,
Na cultura que floresceu.
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Por Roma foram chamados,
De bárbaros invasores,
Mas também eram lembrados,
Por seus atos conquistadores.
Hoje a história reflete,
O que o tempo não esquece.
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Os vândalos deram origem,
A palavra destruição,
Mas além dessa vertigem,
Tiveram contribuição.
A cultura disseminada,
Fez sua marca afirmada.
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Os francos firmaram base,
No reino da atual França.
Seu legado nunca se desfaz,
Foi raiz de muita herança.
Carlos Magno, o grande rei,
Fez história como lei.
24
Na Península Ibérica,
Os visigodos surgiram,
Com força sempre bélica,
Territórios assumiram.
Deixaram marcas profundas,
Nas terras que bem fecundas.
25
Assim os bárbaros, na história,
Tiveram papel marcante.
De guerra, arte e memória,
Se tornaram triunfantes.
Nos versos aqui cantados,
Ficam sempre eternizados.
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