por: Ivaldo Fernandes
1.
Nas terras do Oriente,
Onde o sol ardente brilha,
Vivia um povo valente,
Com sangue em cada trilha.
Os assírios, tão pungentes,
Marcaram forte a sua ilha.
2.
Eram camponeses servos,
Presos à terra que aravam.
Viviam sob os desmandos,
Dos senhores que mandavam.
A vila era o seu nervo,
Mas poucos nela reinavam.
3.
As cidades destacadas,
Como Assur e Nínive,
Tinham normas estipuladas,
Sob o jugo que as define.
Eram vilas obrigadas,
A pagar tudo ao regime.
4.
Na Assíria, o rei regia,
Todo o povo e religião.
Com poder que não se via,
Em nenhuma outra nação.
Diziam que ele trazia,
Os decretos da criação.
5.
Era homem separado,
Do convívio dos mortais.
Apenas um designado,
Podia vê-lo nos portais.
Ao príncipe era vedado,
Sem presságios celestiais.
6.
O rei jejuava e orava,
Para os deuses apaziguar.
Numa cabana ficava,
Para a ira dos céus sanar.
Se um eclipse despontava,
O reino vinha a mudar.
7.
O eclipse era o terror,
O presságio mais temido.
Anunciava o amargor,
De um reinado destruído.
Por cem dias, um pastor,
Ficava o trono investido.
8.
Após o prazo encerrado,
O rei ao trono voltava.
O suplente, condenado,
Com a morte se pagava.
Era assim que o jurado,
Aos deuses se entregava.
9.
A violência dos assírios,
Era parte da missão.
Diziam que os domicílios,
Vinham da ordem divina, então.
E assim seus sacrifícios,
Justificavam a opressão.
10.
Salmanasar foi soberano,
De grande e dura conquista.
Com terror tão desumano,
Fez sua fama de belicista.
Cegou milhares num plano,
Para conter qualquer lista.
11.
Os assírios praticavam,
A mais cruel das ações.
Em sangue se sustentavam,
Roubando terras e nações.
Com força se destacavam,
Impondo severas prisões.
12.
Era a guerra seu ofício,
Seu governo era opressor.
A justiça e o sacrifício,
De Hamurabi era o fervor.
O código dava início,
Ao controle aterrador.
13.
Os deuses eram temidos,
No templo e na batalha.
E os reis eram ungidos,
Pela fé que não falha.
Se os sinais eram sentidos,
O reino a força entalha.
14.
A terra era o sustento,
Mas pertencia ao senhor.
Cada servo no momento,
Obedecia ao superior.
E o imposto era o tormento,
Que ceifava o lavrador.
15.
As cidades prosperavam,
Com impostos e comércio.
Os palácios se elevavam,
Sob um custo controverso.
E os deuses observavam,
Todo o ciclo tão perverso.
16.
O rei vivia isolado,
Com poder quase divino.
Era ele venerado,
Desde o adulto ao menino.
E quem fosse condenado,
Jamais fugia ao destino.
17.
A conquista era o norte,
De toda ação planejada.
A espada trazia a sorte,
De uma vida conquistada.
Quem lutava contra a morte,
Tinha a terra arrasada.
18.
O exército era imenso,
Bem treinado e destemido.
Com terror deixava denso,
O ar de um povo oprimido.
Quem caía nesse cerco,
Era escravo reduzido.
19.
A Assíria foi temida,
Por seu modo tão cruel.
Deixava a terra abatida,
Sob o peso de um anel.
Seu poder, como uma vida,
Era forjado no fel.
20.
Mas apesar da opressão,
Deixou marcas na história.
Sua força e ambição,
Construíram a memória.
E na violenta missão,
Ergueram grande vitória.
21.
Os templos que construíram,
Eram cheios de esplendor.
Os assírios difundiram,
A fé em meio ao terror.
As muralhas refletiram,
O seu domínio maior.
22.
Na cidade de Assur,
Sua cultura se expandia.
Mesmo sob o céu tão duro,
O saber sobrevivia.
Da escrita ao templo puro,
Muito o mundo herdaria.
23.
Os assírios revelaram,
O poder de um ideal.
Mas também demonstraram,
O preço do seu sinal.
Na força que implantaram,
Havia dor sem igual.
24.
Sua queda foi marcada,
Por revoltas e invasões.
A Assíria foi calada,
Sob novas pressões.
Mas a história foi guardada,
Nas memórias das nações.
25.
Que o cordel nos ensine,
Sobre o tempo já vivido.
A história que define,
O que foi tão dividido.
Do poder que desatina,
Ao saber tão aprendido.
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