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O Escândalo dos Cartões | Verso Cordel

O Escândalo dos Cartões | Verso Cordel

 por: Ivaldo Fernandes

1
Vou contar com poesia,
Sem temer retaliação,
Um escândalo assombroso
Que envergonha a nação.
Cartões foram mal usados
Por gente da alta mão.

2
No ano dois mil e oito,
Rebentou a confusão,
Com cartões do Tesouro
Virou farra e ostentação,
Compraram de tudo um pouco
Com verba da União.

3
Cartão corporativo
Era pra serviço sério,
Mas virou fonte de luxo,
Num gasto desnecessário.
Pagavam hotéis caríssimos
Como se fosse ordinário.

4
Na lista dos que gastaram,
Tem ministro e assessor,
E até da Presidência
Saiu gasto sem pudor.
O povo ficou surpreso
Com tamanho desrespeito e dor.

5
A ministra Matilde Ribeiro,
Da Igualdade Racial,
Gastou mais que o permitido,
Num padrão anormal.
Saiu do cargo acuada
Com a pressão sem igual.

6
Também Orlando Silva
Foi nome mencionado,
Na época no Esporte,
Foi bem questionado.
Compras sem explicação
Deixaram o povo assustado.

7
A segurança de Lula
Usou mais de meio milhão,
Gastos com alimentação,
Com hotel e condução.
Sem detalhes revelados
Por “segredo da nação”.

8
Dona Marisa Letícia
Também foi citada ali,
Gastos em supermercado
Sem recibo pra exibir.
Com dinheiro do povo,
Sem ter como justificar.

9
Luciana Cardoso, filha
Do ex-presidente FHC,
Foi assessora do Senado
E usou também, você vê.
Teve compra suspeita,
E isso não se esquece.

10
Na Câmara e no Senado
Havia o mesmo esquema,
Cartões viraram senha
Pra gastar sem dilema.
Quem paga a conta, no fim,
É o povo no seu problema.

11
Lojas de grife e perfumes,
Comida pra cachorro, então,
Tudo saía do cofre
Da sofrida população.
Sem dó, sem prestação
Ou qualquer prestação.

12
Houve gasto em pet shop,
Em vinho e padaria,
Tudo sendo encoberto
Com a velha cortina fria.
Mas o povo indignado
Clamava por vigilância e vigia.

13
O Tribunal de Contas
Começou a investigar,
A Controladoria-Geral
Tentou também apurar.
Mas muito ficou trancado
Pra ninguém mais xeretar.

14
O governo Lula disse:
“É tudo muito normal,
São gastos da rotina,
Não há nada de ilegal.”
Mas na opinião do povo
Parecia bem imoral.

15
A oposição esperta
Também entrou na jogada,
Mas na era de FHC
Tinha farra igualmente armada.
A verdade é que o costume
Já vinha de caminhada.

16
O PSDB criticava,
Mas logo se revelou,
Que em sua administração
Também se extrapolou.
A corrupção, meus senhores,
A esquerda e a direita amou.

17
A imprensa nessa época
Fez grande cobertura,
Mostrando item por item
De toda a gastadura.
Mas sem punição firme
Não se fez a cura.

18
Alguns devolveram parte,
Outros pediram perdão,
Mas ninguém foi condenado
Com prisão ou punição.
No Brasil o mal compensa
Se tem boa posição.

19
O cartão corporativo
Ainda hoje existe, sim,
Mas com menos transparência,
Pois o povo já não afim.
De ver a elite gastando
Com luxo sem ter fim.

20
A lei até prevê gasto
Sem ter que publicar,
Quando o uso é de segurança
É possível omitir o lugar.
Mas virou esconderijo
Pra quem quer é se esbaldar.

21
O Ministério da Justiça
Também apareceu na lista,
Com despesas sem sentido
Pagas com verba otimista.
A farra era generalizada
Na elite governista.

22
Comida japonesa e vinhos,
Massagens e outros prazeres,
Tudo pago com imposto
Do povo e seus deveres.
Enquanto isso o povo chora
Sem saúde e com temores.

23
A CPI foi pedida,
Mas não foi instalada,
Faltou força e vontade
De deixar a coisa investigada.
Preferiram o silêncio
E a poeira embaixo da escada.

24
O escândalo dos cartões
Mostra a velha lição:
Quem governa esse país
Não respeita o cidadão.
Usam o poder do cargo
Pra luxar de coração.

25
Fecho aqui meu cordel
Com tristeza e emoção,
Pois a farra continua
Noutro nome ou função.
Só muda o figurino,
Mas não muda a corrupção.


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