O Código de Hamurabi | Verso Cordel

 por: Ivaldo Fernandes

1.
Lá na antiga Babilônia,
Nas terras de Marduk,
Hamurabi fez as leis,
Justiça que a todos conduz.
No bloco estão escritas,
Com poder que reluz.

2.
De dois rios era o solo,
Tigre e Eufrates, o espaço,
Mesopotâmia era o nome,
Terra fértil e no compasso.
Código fez com justiça,
Num decreto sem cansaço.

3.
Duzentos e oitenta e dois,
Artigos bem divididos,
Regiam a sociedade,
Com direitos definidos.
Para ricos, para pobres,
Por todos eram seguidos.

4.
Era lei do "olho por olho",
Talião trazia o peso,
Se um dano fosse causado,
Reparar era o começo.
Mas sempre havia o poder,
De quem tinha mais endereço.

5.
Na estela está gravada,
A palavra de um rei,
Proteger os mais humildes,
Foi o que ele lá bem fez.
Mas a elite tinha força,
E ditava muita vez.

6.
Três classes coexistiam,
No solo de Babilônia.
Os awilum eram nobres,
Os mushkenum, a colônia,
E os wardum, pobres escravos,
Carregavam toda insônia.

7.
Entre normas trabalhistas,
E família bem regida,
As águas também falavam,
Eram parte dessa vida.
Diques e campos floriam,
Sob lei bem definida.

8.
Se um barqueiro negligente
Deixasse o barco afundar,
Pagava pelo seu erro,
Não podia se livrar.
A justiça era dura,
Pra ninguém querer falhar.

9.
A mulher tinha seu espaço,
Na lei de Hamurabi antiga,
Mas vivia limitada,
Sob regra que a investiga.
Divórcio e herança davam,
Mas o homem tinha a liga.

10.
Médicos eram julgados,
Pela prática que faziam,
Se a vida fosse tirada,
Pena dura recebiam.
A profissão era nobre,
Mas riscos também vinham.

11.
Artesãos tinham cuidado,
Com as obras que criavam,
Se uma casa desabasse,
E a vida ali tomasse,
A culpa era do pedreiro,
E a morte ele pagava.

12.
Os pastores e os campos,
Regidos pela escritura,
Se o rebanho fosse perdido,
Havia pena segura.
A terra era preciosa,
Na antiga agricultura.

13.
O comércio tinha lei,
Entre as partes negociadas,
Se um acordo fosse feito,
Era tudo bem selado.
Mas se houvesse desonra,
Havia quem fosse cobrado.

14.
A tal estela foi roubada,
Por invasores de Susa.
Alguns trechos apagaram,
De forma que muito acusa.
Mas no Louvre hoje brilha,
Como história que se excusa.

15.
Apesar de suas falhas,
Era avanço singular,
Trazendo ordem e regra,
Para o povo governar.
Hamurabi deixou marcas,
Que o tempo vai lembrar.

16.
Era código, mas diverso,
Sem a ideia moderna,
Misturava leis civis,
E justiça bem interna.
Cada classe era ouvida,
Mas o rico tinha a tenda.

17.
Os deuses eram chamados,
Para inspirar seu reinado,
Bel e Anu deram força,
Para o código sagrado.
A justiça era divina,
Pelo povo respeitado.

18.
Muitos séculos já passaram,
Mas a estela é um espelho,
De um mundo que buscava,
Pela justiça no esteio.
Hoje é fonte de estudos,
Do direito, grande meio.

19.
As penas muitas vezes,
Pareciam desiguais,
Mas na terra de Hamurabi,
Era o que se tinha mais.
Entre o forte e o fraco,
A lei dava seus sinais.

20.
Rios, terras e trabalho,
Tudo tinha um grande peso,
Na Mesopotâmia antiga,
Com seus dias de desprezo.
Mas a lei era um farol,
Contra o caos e o desprezo.

21.
Talião, sempre presente,
Trazia equilíbrio forte.
Na justiça de seu tempo,
Era ela o grande norte.
Mas a igualdade faltava,
Pra todos, a mesma sorte.

22.
Com martelo da razão,
Hamurabi ali julgava,
Quem roubasse ou mentisse,
Dura pena carregava.
O direito se formava,
E ao mundo se mostrava.

23.
Hoje vemos suas marcas,
No direito universal,
Mesmo em suas limitações,
Seu legado é sem igual.
Na estela está gravado,
O começo original.

24.
Na Babilônia distante,
Sob céu de estrela guia,
Hamurabi deu ao povo,
Uma lei que os conduzia.
O direito ali nascia,
Como um sol que se erguia.

25.
E assim o velho código,
Permanece a ensinar,
Que a justiça tem raízes,
No passado a se moldar.
Hamurabi, o legislador,
Para sempre vão lembrar.

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