por: Ivaldo Fernandes
1.
Quando a lei se rompe ao meio,
E a força toma o poder,
Há quem pense ser do povo,
Mas o povo vai sofrer.
O autogolpe se apresenta,
Com desejo de manter.
2.
Na história já se viu isso,
Muitas vezes repetir,
Quando o líder usa o cargo,
Pra jamais dele sair.
Vargas trouxe ao nosso povo,
O Estado Novo a persistir.
3.
Em trinta e sete, em nossa terra,
Getúlio, então, governou.
Dissolveu o Parlamento,
E o poder concentrou.
Por nove anos se manteve,
E a oposição calou.
4.
Lá na Itália, Mussolini,
Com astúcia conquistou.
Alterou o Parlamento,
Com a força governou.
Acerbo foi sua lei,
E o fascismo implementou.
5.
A violência foi o meio,
Pra calar quem se opunha.
Com o rei a seu lado,
A oposição ficou miúda.
E assim o fascismo cresceu,
Sob ameaça aguda.
6.
Na França, Napoleão,
Foi além do permitido.
De presidente a ditador,
Com exército garantido.
E no golpe proclamou-se,
Imperador ungido.
7.
Carlos Napoleão III,
Ditadura ele impôs.
O povo nada podia,
Sob o ferro de seus grilhões.
Quarenta e sete anos depois,
Ecoava novas lições.
8.
Já no século vinte e um,
Novos golpes surgiriam.
Donald Trump no Capitólio,
Movimentos incitariam.
Mas sem força militar,
Os intentos não vingariam.
9.
Discursos inflamados,
Movem massas sem pensar.
Invadiram os salões,
Buscando ali mudar.
Mas o caos foi sem rumo,
E a farsa veio mostrar.
10.
Manifestantes vestidos,
Com chifres a ostentar.
Destruíram os espaços,
Mas sem nada conquistar.
A tragédia de outros tempos,
Viu-se ali se transformar.
11.
O autogolpe não começa,
De repente a se formar.
São anos de influência,
Pra sistema controlar.
Quando forças convergem juntas,
A lei tenta destroçar.
12.
Com apoio do Exército,
Ou da polícia a mando,
As instituições tombam,
Sob pretexto nefando.
E o povo assiste em medo,
O futuro desandando.
13.
Muitas vezes na crise,
Essas ações vêm brotar.
A pobreza é apontada,
Como um inimigo a calar.
E com discursos inflamados,
A democracia vão tirar.
14.
Foi assim em tempos frios,
De guerras e recessão.
Governos usaram golpes,
Para impor nova missão.
Mas no século atual,
Perdeu-se essa visão.
15.
Hoje, tentativas ocorrem,
Mas sem planejamento vão.
Faltam bases políticas,
E apoio da nação.
O que antes era tragédia,
Hoje se faz confusão.
16.
Porém, não se deve crer,
Que o perigo acabou.
Pois onde há concentração,
A liberdade se apagou.
A história nos ensina,
Pra que o erro não volte ao show.
17.
Nos tempos de Mussolini,
Era o medo que guiava.
Quem não seguisse o mando,
Logo se calava.
Hoje vemos tentativas,
Mas a reação as trava.
18.
Na história, os golpes ficam,
Pra lembrança e reflexão.
O povo deve estar atento,
Pra preservar a nação.
Democracia é frágil,
E depende da união.
19.
Seja Getúlio ou Napoleão,
Cada golpe tem seu jeito.
Uns com armas e discursos,
Outros com respaldo estreito.
Mas em todos, há o clamor,
De quem perdeu seus direitos.
20.
Trump tentou em nosso tempo,
Movimento a organizar.
Mas sem base sólida,
Nada conseguiu formar.
O Capitólio invadido,
Só conseguiu assustar.
21.
As farsas do século novo,
São ecos do que passou.
Na tragédia do passado,
O poder sempre triunfou.
Hoje, sem estrutura,
O autogolpe desandou.
22.
Mas o alerta se mantém,
Pois o risco é persistente.
Onde há forças convergindo,
E a lei é pouco presente.
A liberdade é quem sofre,
E o futuro é inclemente.
23.
Por isso é sempre bom lembrar,
Da história e suas lições.
Que a força não governa,
Sem romper corações.
E que o povo unido vence,
Contra as opressões.
24.
O autogolpe é o retrato,
Do poder que se destrói.
Quando líderes abusam,
De todo direito que dói.
É a farsa que termina,
Onde o povo se constrói.
25.
Que a história nos ensine,
A trilhar outro caminho.
Onde a lei seja forte,
E o governo, só o vizinho.
Pois só com democracia,
O futuro é mais clarinho.
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