HISTÓRIA DO CEARÁ | Verso Cordel
por: Ivaldo Fernandes
1
Bem antes dos europeus,
Já se via o Ceará,
Eram povos bem nativos,
Tabajaras e Potiguá,
Junto aos fortes Cariris,
Que a terra sabiam amar.
2
Na mata, caçavam peixes,
Viviam com harmonia,
Na dança e na cerâmica,
Se expressava a alegria,
Com rituais tão sagrados,
Tinham força e energia.
3
Muito antes de Cabral,
Do Brasil ser descoberto,
Espanhóis pisaram solo,
Na terra, deixaram certo,
Pinzón foi quem desembarca
E põe o Ceará perto.
4
No canto de Icapuí,
Pinzón o chão desvendava,
Já Diogo Lepe, ao norte,
Em Fortaleza chegava.
Mas o Tratado impede,
Que a história se firmava.
5
Veio então Pero Coelho,
No ano de mil seiscentos,
Ergueu o Forte São Tiago,
Buscando novos alentos.
Mas o calor das batalhas
Trouxe tempos turbulentos.
6
Depois, Martins Soares vem,
E o Ceará é anexado.
Forte São Sebastião,
Logo foi reconstruído,
O destino desse solo
Estava ali decidido.
7
Holandeses surgiram,
Em mil seiscentos trinta e sete,
Mas, por força dos nativos,
Perderam o que acomete.
Ainda assim, retornaram,
Com novas armas e flete.
8
O Forte Schoonenborch,
Às margens do rio Pagéu,
Foi erguido com poder
Sob o comando cruel.
Mas em mil seiscentos cinquenta,
A vitória enfim foi fiel.
9
Álvaro de Azevedo,
Liderança portuguesa,
Rechaçou os holandeses,
Com coragem e destreza.
Do Pagéu renasceu,
A Fortaleza com certeza.
10
Ceará, então capitania,
De Pernambuco, foi parte.
Separou-se do Maranhão,
Num destino a se notar.
Fortaleza cresceu firme,
Como força a prosperar.
11
Nossa Senhora da Assunção
Deu ao forte novo nome.
Era o alicerce vivo,
Do futuro que consome.
A vila logo cresceu,
Por grande povo, seu domo.
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Em mil setecentos noventa,
Autonomia chegou,
Foi capitania livre,
O Ceará se firmou.
Depois, em vinte e três,
A província se elevou.
13
Já no século seguinte,
Ceará, Terra da Luz,
Aboliu, antes da Lei,
Os grilhões que eram cruz.
José do Patrocínio,
Com glória, a chama conduz.
14
Secas foram castigando,
O sertanejo partiu,
Rumo à Amazônia vasta,
Novo sonho perseguiu.
Seringais eram promessa,
Mas a saudade o feriu.
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No Cariri, Padre Cícero,
Com política e com fé,
Liderou os jagunços,
Que quebraram o cordé.
Depuseram o Governo,
Mostrando o peso do pé.
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Nos anos de mil novecentos,
No quarenta e no cinquenta,
Açudes foram erguidos,
Pra curar da seca o tormento.
A esperança crescia,
Com água, chão e alento.
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Fortaleza, a capital,
Vem do nome do seu forte.
Com praias e belas gentes,
Rico é o seu recorte.
Cidade de mil encantos,
Sempre ao progresso suporte.
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O Ceará se firma,
Com bravura em seu lugar.
Dos índios à abolição,
Foi história a se contar.
Um povo cheio de fibra,
Sempre a vida a moldar.
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Hoje é Terra do Sol,
De belezas naturais.
Praias, serras, sertões,
E um povo de mil sinais.
Do trabalho e da cultura,
Fazem seus dias reais.
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Do jangadeiro valente,
Ao vaqueiro no sertão,
Cada um tem sua história,
Que pulsa no coração.
Ceará, Terra de Luz,
Eterna inspiração.
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Das canções de Luiz Gonzaga,
Às artes do mestre Vital,
Carrega em sua bagagem,
Riqueza sem igual.
É terra de muitos dons,
De povo especial.
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Do forró ao cordel,
A cultura vai se expandindo.
Nas feiras e nos mercados,
O Ceará vai sorrindo.
Com fé e muita coragem,
Seu legado vai seguindo.
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Fortaleza é a cidade
Que irradia o calor.
Seja no verão queimar,
Ou no inverno um frescor.
É símbolo do futuro,
De beleza e vigor.
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Assim se conta o destino,
Do chão desse Ceará.
Que viu tantos desbravarem,
E sempre a vida criar.
Dos seus filhos, o orgulho,
Sempre a história a brilhar.
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Do passado até o agora,
Esse solo tem seu jeito.
De bravar as tempestades,
Com coragem e respeito.
Ceará, Terra da Luz,
Teu coração é perfeito.
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