por: Ivaldo Fernandes
1.
No Brasil tem muita história,
De justiça e desigualdade,
Uns são julgados com glória,
Outros sofrem na cidade,
Sem direito à vitória,
Vivendo na adversidade.
2.
Débora, a cabeleireira,
Pichou com batom no vidro,
Escreveu “Perdeu, mané”,
Fez um gesto bem subido,
Mas a lei foi ligeira,
E o STF foi ouvido.
3.
Quatorze anos de prisão,
Por um ato de vandalismo,
Mas será que a punição
Não é um exagero mesmo?
Tantos crimes em questão,
Ficam sem o devido prismo.
4.
Crimes contra o patrimônio,
Homicídios no país,
Trânsito que é um tédio,
Cibercrimes tão infeliz,
E a mulher, no seu domínio,
Sofre e não há quem a diz.
5.
Muitos crimes não são julgados,
Ficam lá no esquecimento,
Mas quando são relacionados
Aos que têm o pensamento
Contrário aos mais elevados,
Vão direto ao julgamento.
6.
Débora usou batom,
Não foi tinta, nem veneno,
Em minutos, o vidro,
Estava limpo, sereno,
Mas o STF, então,
Agiu como se fosse um leno.
7.
A estátua da Themis,
Símbolo da justiça,
Foi pichada com desdém,
Mas será que essa cúpula,
Tão cheia de poder,
Não esquece o povo, enfim?
8.
Bolsonaro, ex-presidente,
Tem apoiadores fiéis,
Mas hoje, na frente,
São perseguidos, críveis,
Parece que a mente,
Dos juízes é terrível.
9.
Se você apoia Bolsonaro,
Já é visto com desconfiança,
Mesmo que seja um cidadão raro,
Que luta com esperança,
A justiça é um caso bizarro,
Que não dá muita bonança.
10.
Mas e os crimes de colarinho,
Que ficam lá impunes?
E os que têm poderzinho,
Que não sofrem nem um grunes?
A justiça é um caminho,
Que só pega os comuns.
11.
Débora é uma mulher,
Trabalhadora, lutadora,
Mas por um gesto qualquer,
Virou ré primária,
Enquanto outros, por ter,
Poder, fogem da fila.
12.
Oito de janeiro,
Dia de grande confusão,
Muitos foram ao terreiro,
Protestar com coração,
Mas a lei, num estrangeiro,
Agiu com punição.
13.
A democracia é frágil,
Precisa ser defendida,
Mas será que o judiciário,
Não age com medida?
Pois o que é mais ágil,
É a mão que é temida.
14.
Barroso, em Nova Iorque,
Foi importunado, é verdade,
Mas a frase que ele disse,
Virou caso de cidade,
E Débora, que o riscou,
Virou caso de autoridade.
15.
“Perdeu, mané”, a frase,
Ecoou pelo país,
Foi motivo de desagravo,
Mas também de infeliz,
Pois quem a usou, na fase,
Virou réu, sem raiz.
16.
A justiça tem dois pesos,
E duas medidas também,
Uns são tratados a beijos,
Outros, nem se quer convém,
E o povo, sem apegos,
Vê tudo e não tem ninguém.
17.
Débora é um símbolo,
De uma luta desigual,
Pois quem tem mais carisma,
Não sofre o mesmo mal,
E o povo, no seu ímpeto,
Vê a justiça sem ideal.
18.
Crimes de corrupção,
Ficam lá sem punição,
Mas pichar uma estátua,
Virou caso de nação,
E a cabeleireira, sua,
Virou caso de prisão.
19.
Será que a justiça,
Não está um pouco cega?
Pois quem tem mais riqueza,
Não sofre na pelega,
E o pobre, na tristeza,
É quem mais sofre e entrega.
20.
O STF é forte,
Tem poder e razão,
Mas será que a sorte,
Não é só pra quem tem dom?
Pois quem é de outra sorte,
Não tem a mesma unção.
21.
Débora é uma mulher,
Que lutou com o que tinha,
Mas a justiça, a ferir,
Não viu que ela era mínima,
E a condenou a vir,
Réu de uma causa íntima.
22.
O Brasil é um país,
De contrastes e dor,
Uns vivem no paraíso,
Outros, sem nenhum valor,
E a justiça, no seu aviso,
Não trata com igualdor.
23.
A democracia é linda,
Mas precisa ser cuidada,
Pois quando ela é ferida,
Fica a alma machucada,
E a justiça, na medida,
Não é sempre aplicada.
24.
Débora é um caso,
Que reflete o Brasil,
Onde o pobre é o laço,
E o rico, o mais sutil,
E a justiça, no espaço,
Não trata igual, varonil.
25.
Será que o STF,
Não está um pouco errado?
Pois quem tem mais poder,
Não é condenado,
E o pobre, a sofrer,
É sempre castigado.
26.
A estátua da Themis,
É símbolo de justiça,
Mas será que ela vê,
A dor que nos fustiga?
Pois quem tem mais fé,
É quem mais se intriga.
27.
Débora é um exemplo,
De uma luta sem fim,
Pois quem tem mais templo,
Não sofre assim,
E o povo, no seu exemplo,
Vê o que há de ruim.
28.
O Brasil é um país,
De beleza e de dor,
Onde o pobre é infeliz,
E o rico, com amor,
Vive no seu país,
Sem sentir o calor.
29.
A justiça é cega,
Dizem por aí,
Mas será que ela entrega,
O que promete ali?
Pois quem tem mais nega,
Não sofre por aqui.
30.
Débora é um caso,
Que nos faz refletir,
Pois quem tem mais laço,
Não sofre a punir,
E o pobre, no seu espaço,
É quem mais vai cair.
31.
O STF é forte,
Mas será que é justo?
Pois quem tem mais sorte,
Não sofre o mesmo custo,
E o pobre, na sua corte,
É quem paga o ajusto.
32.
A democracia é bela,
Mas precisa ser cuidada,
Pois quando ela é janela,
Fica a alma machucada,
E a justiça, na janela,
Não é sempre aplicada.
33.
Débora é um símbolo,
De uma luta sem fim,
Pois quem tem mais ímpeto,
Não sofre assim,
E o povo, no seu ímpeto,
Vê o que há de ruim.
34.
O Brasil é um país,
De contrastes e dor,
Uns vivem no paraíso,
Outros, sem nenhum valor,
E a justiça, no seu aviso,
Não trata com igualdor.
35.
Que a justiça seja igual,
Para o pobre e o rico,
Pois o Brasil é um ideal,
Que precisa ser rico,
E o povo, no seu ideal,
Vive sonhando o mesmo fio.
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