por: Ivaldo Fernandes
1
Antes dos mares cruzados,
Das caravelas no cais,
Havia povos honrados
Por terras tão colossais.
Astecas, Maias, Incas,
Culturas fenomenais.
2
Os Astecas, destemidos,
No México floresceram,
Com exércitos temidos,
Seus impérios se ergueram.
De Texcoco a Tenochtitlán,
Novas eras viveram.
3
Sua força em confederações
Trazia glórias nas guerras,
Agregavam multidões
Aos seus domínios e terras.
Multiétnicos, cresceram,
Firmes como grandes serras.
4
O imperador governava
Com poder absoluto,
Sacerdote lhe guiava
Nos céus e no reduto.
Sob eles, os guerreiros,
Artesãos e o tributo.
5
Nos mercados, animação,
O cacau era riqueza.
Milho, tomate, algodão,
Ritos cheios de nobreza.
Com sementes, faziam
As trocas com sutileza.
6
Astrônomos fascinantes,
O céu tinham como guia.
Estudavam eclipsantes
Com fervor e maestria.
Sua fé nos sacrifícios,
Elevava a alma um dia.
7
Quetzalcóatl, serpente,
Criador do existir.
Huitzilopochtli, valente,
Com o Sol fazia luzir.
Suas crenças e oferendas
Vinham o ciclo cumprir.
8
Os Maias já ancestrais,
De grande sabedoria,
Foram povos colossais
Na ciência e na poesia.
Guatemala e Honduras
Sua marca hoje irradia.
9
Cidades independentes,
Cada uma com seus tratos.
Sacerdotes imponentes,
Com os nobres seus contratos.
Camponeses e escravos
Trabalhavam seus pactos.
10
Na roça, o milho brotava,
O algodão era fiado.
Com pedras preciosas dava
Artesanato esculpado.
Com comércio e astronomia
O saber era celebrado.
11
Seus deuses junto à colheita
Guiavam cada estação.
Chac com chuva satisfeita
Molhava cada grão.
Centeotl, deus do milho,
Trazia vida ao chão.
12
A pirâmide se erguia
A Kukulcan, com magia.
No céu, a astrologia,
Calculava o dia a dia.
Seu calendário brilhante
Era a sua garantia.
13
Os Incas no grande sul,
Cuzco foi seu coração.
Apu Inti com o Sol azul
Guiava sua nação.
Tahuantinsuyu crescia
Com firme administração.
14
Clãs de laços enlaçados
Seguiam o chefe Inca.
Nobres e guerreiros dados,
E o povo que nunca finca.
Com quipus, faziam contas,
E a produção não estanca.
15
Estradas se entrelaçavam
Por quatro mil extensões.
Os mensageiros marchavam
Levando grandes missões.
Comunicação precisa
Ligava suas nações.
16
A prata era moldada
A deuses como Mama Quilla.
A Viracocha ofertada
Era a fé que cintila.
Mas os espanhóis roubaram
Essa cultura tão rica e tranquila.
17
O milho e a batata, ali,
Era alimento essencial.
Sua vida persistia em si
Com trabalho fundamental.
Nos Andes, suas trilhas
Ainda guardam seu ideal.
18
A queda veio voraz,
Com guerras internas cruéis.
Pizarro trouxe o tempo audaz,
Com armas e papéis.
Tupac Amaru tombou,
Mas deixou os seus anéis.
19
No Brasil pré-colonial,
Tupis e outros irmãos
Pintavam seu ideal
Com flechas nas mãos.
Cerâmica marajoara
Resplendia nos sertões.
20
Não havia grandes reis,
Mas viviam bem unidos.
Organizavam suas leis,
Sem chefes estabelecidos.
Em harmonia viviam
Com saberes enriquecidos.
21
Das matas ao litoral,
A América era plural.
Sem fronteira ou mural,
O comércio era natural.
Conexões se expandiam
Com troca cultural.
22
E assim se ergue a lembrança
De um mundo antes do aço.
Com saber, fé e esperança,
Marcavam cada passo.
Os povos pré-colombianos
Têm história no compasso.
23
Astecas, com seus mercados,
Maias, sua matemática.
Incas e seus soldados,
Engenharia prática.
Todos juntos, ecoando
A glória emblemática.
24
A diversidade humana
Foi seu grande legado.
E hoje a ciência clama
Por um olhar mais integrado.
Honremos sua memória,
Com respeito cultivado.
Ajude-nos a divulgar compartilhando com os seus amigos!