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As Capitanias Hereditárias | Verso Cordel

As Capitanias Hereditárias | Verso Cordel

por: Ivaldo Fernandes

1.
Nos tempos de antigamente,
Portugal quis expandir,
Mandou criar capitanias,
Para o Brasil dividir.
Eram terras distribuídas,
Com um só fim: progredir.

2.
Faixas largas de domínio,
Do litoral ao sertão,
Dadas a nobres distintos,
Que aceitavam a missão.
Governar e povoar,
Sob a Coroa e a nação.

3.
Faltavam aos portugueses,
Recursos pra sustentar,
Uma colônia distante,
Que precisavam cuidar.
Chamaram, então, privados,
Para o modelo implantar.

4.
Eram quinze capitanias,
No início da empreitada.
Entre vilas e engenhos,
A missão foi delegada.
Com promessas de riquezas,
A terra seria explorada.

5.
Os donatários chegavam,
Com cartas pra governar.
Uma de doação,
Para as terras herdar.
Outra era o foral,
Com tributos pra pagar.

6.
Pelo foral se dizia,
Qual seria o rendimento.
O que ia pra Coroa,
E o que era sustento.
Era duro equilibrar,
Entre ganho e sofrimento.

7.
Mas as terras eram vastas,
E difíceis de manter.
Com ataques e revoltas,
Tudo podia ceder.
Nem todos os donatários,
Conseguiam prevalecer.

8.
Apenas duas vingaram,
São Vicente e Pernambuco.
Com engenhos de açúcar,
Que sustentavam o lucro.
Enquanto outras capitanias,
Entravam em grande luto.

9.
Os indígenas lutavam,
Pra sua terra guardar.
O donatário queria,
Sua ordem impor no lugar.
Mas a força era pequena,
Pra tudo administrar.

10.
Além da distância imensa,
Portugal era ausente.
E os nobres donatários,
Sofriam constantemente.
Sem recursos suficientes,
O fracasso era evidente.

11.
A hereditariedade,
Foi um ponto a questionar.
As terras iam aos filhos,
Mas não podiam negociar.
E com tanto descontrole,
A Coroa quis mudar.

12.
Em mil setecentos e cinquenta e nove,
O sistema começou a cair.
O Marquês de Pombal,
Resolveu intervir.
E a herança de terras,
Passou a não mais existir.

13.
As terras fracassadas,
Voltaram ao Rei de Lisboa.
Foram redesenhadas,
Na estratégia da pessoa.
Moldaram nossos estados,
Com a divisão que ecoa.

14.
Mas antes do fim completo,
Em mil quinhentos e quarenta e oito,
A Coroa nomeou,
Um governo mais afoito.
Tomé de Sousa assumiu,
Com comando bem disposto.

15.
O Governo-Geral surgiu,
Pra centralizar poder.
Tomé veio a liderar,
E o Brasil organizar.
A história tomou novo rumo,
Com a Coroa a mandar.

16.
As capitanias deixaram,
Marcas em nossa nação.
De vilas a grandes cidades,
Que cresceram com razão.
Apesar dos desafios,
Fizeram sua missão.

17.
Os donatários tentaram,
Mesmo com poucos recursos.
Entre índios e franceses,
Superaram os percursos.
Com sangue, suor e luta,
Deram os primeiros cursos.

18.
Os engenhos em Pernambuco,
Marcaram nossa história.
Com açúcar e trabalho,
Construíram nossa glória.
Mas a luta foi constante,
Entre derrota e vitória.

19.
São Vicente resistiu,
Com seu engenho e vigor.
No litoral paulista,
Foi colônia de valor.
Um exemplo de sucesso,
No sistema colonizador.

20.
O modelo fracassado,
Trouxe lições ao futuro.
Que a centralização,
Tornava o poder mais seguro.
E o Brasil começou,
A moldar um caminho puro.

21.
A divisão territorial,
Trazida pelas capitanias,
Ecoa em nossas fronteiras,
De formas que hoje guias.
Nos estados que conhecemos,
Há herança desses dias.

22.
Mesmo com tantas falhas,
As capitanias marcaram,
Um capítulo importante,
Que os livros registraram.
E na memória do povo,
Seus feitos sempre ficaram.

23.
Hoje ao olhar o passado,
Vemos o quanto mudou.
Do modelo hereditário,
Para o que aqui ficou.
Mas cada marco na história,
Mostra o quanto o Brasil lutou.

24.
As capitanias foram,
Tentativa de expansão.
Um reflexo do esforço,
De uma jovem nação.
Que mesmo em tempos difíceis,
Seguiu em transformação.

25.
E assim fechamos os versos,
Da história colonial.
Das capitanias herdadas,
Ao governo central.
Entre lutas e conquistas,
Se construiu o Brasil atual.


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