por: Ivaldo Fernandes
Nas terras dos Pirineus,
Há um povo a resistir,
Com língua, cultura e sonhos,
E um legado a persistir.
Os Bascos lutam por ser,
Sem jamais se omitir.
1
Sete regiões os compõem,
Em suas fronteiras guardadas.
Hegoalde e Iparralde,
Por nações fragmentadas.
Na Espanha e na França,
Identidades marcadas.
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Desde os tempos mais antigos,
Na Península a habitar,
Os Bascos se mantiveram,
Sem jamais se entregar.
Nem Roma pôde vencê-los,
Nem o tempo os apagar.
3
Sua língua milenar,
Mais antiga da nação,
Resiste forte e altiva,
Às mudanças e à opressão.
No século dezesseis,
Escrita ganha expressão.
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Mas, com a unificação,
Dos reinos no seu redor,
O País Basco sofreu,
Com a força do invasor.
E a luta por liberdade,
Ganhou tom ainda maior.
5
Franco veio com seu peso,
Com ditadura a impor.
Vasconço foi proibido,
O idioma em desamor.
Mas o espírito basco,
Cresceu ainda mais fervor.
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Em Guernica, destruição,
Por bombas a recair.
Nazistas a bombardear,
O povo a resistir.
O sofrimento moldava,
Um sonho por existir.
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Surgia então o ETA,
Com armas a protestar.
Em 1959,
Decidiram se juntar.
Socialistas e bascos,
Pelo direito a lutar.
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A luta armada crescia,
Com apoio da região.
Era o grito de um povo,
Contra a dominação.
Por liberdade e vida,
Nascia a revolução.
9
Porém, o tempo passava,
E Franco não mais reinou.
A Espanha constitucional,
Novos direitos firmou.
Autonomia aos Basco,
A cultura respeitou.
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O ETA perde apoio,
Mas resiste ao passar.
Declara tréguas ao tempo,
Volta ao fogo a disparar.
A paz, tão desejada,
Difícil de alcançar.
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Em 2006, a trégua,
Durou pouco a resistir.
O conflito continuava,
Sem um fim a se seguir.
Os Basco ainda sonhavam,
Com o direito a existir.
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O Partido Nacionalista,
Um novo plano lançou.
Com plebiscitos previstos,
Autonomia propôs.
Mas a Espanha, reticente,
Negou e logo encerrou.
13
Zapatero se opõe,
Ao plano que se desenha.
O País Basco insiste,
Na liberdade que almeja.
A luta segue em debate,
Sem clareza na resenha.
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Por séculos, a cultura,
Foi razão pra resistência.
O orgulho de um povo,
Sua maior existência.
E o desejo por união,
Reafirma a persistência.
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Na Espanha, entre montanhas,
Os Basco seguem a lutar.
Por um futuro autônomo,
Que possam eles traçar.
Sonham com independência,
Sem seu rumo abandonar.
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Na França, o Iparralde,
Segue um caminho distinto.
Menos voz na resistência,
Mas não deixam de seu instinto.
A cultura basca vive,
Mesmo em solos tão distintos.
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Sete terras que se unem,
Na memória e coração.
Cada vila, cada canto,
Guarda viva a tradição.
E o espírito basco vibra,
Com fervor e emoção.
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Os plebiscitos esperados,
Talvez tragam nova era.
Entre o ETA e o governo,
A tensão ainda impera.
Mas o povo basco aguarda,
A liberdade que espera.
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A língua é seu estandarte,
Sua força a conduzir.
Mesmo contra o esquecimento,
Conseguem sempre persistir.
Vasconço é mais que palavra,
É a alma a reluzir.
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Entre guerras e promessas,
A luta se prolongou.
Mas o sonho de autonomia,
Nunca o povo abandonou.
Pois sua história é marcada,
Pelo orgulho que restou.
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Que a paz enfim renasça,
Nas montanhas a brotar.
E que o País Basco possa,
Seu destino traçar.
Sem violência ou opressão,
Somente livres a cantar.
22
Do ETA às novas forças,
A história foi marcada.
Mas o futuro almejado,
É uma nação pacificada.
Com direitos assegurados,
E cultura preservada.
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No verde das paisagens,
Há uma força a brilhar.
O povo basco resiste,
Sem jamais se calar.
E o cordel aqui termina,
Com seu legado a exaltar.
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Sete terras, um só povo,
Na história a persistir.
Com cultura e resistência,
Conseguem sempre insistir.
O País Basco é exemplo,
De coragem para existir.
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