Discipulando ciclo 1
MEDITAÇÃO
significando de que morte havia de
morrer. Respondeu-lhe a multidão:
Nós temos ouvido da lei que o Cristo
permanece para sempre, e como
dizes tu que convém que o Filho
do Homem seja levantado? Quem é
esse Filho do Homem?” (Jo 12.32-34).
SÁBADO – Efésios 2.11-22
TEXTO BÍBLICO BASE
sobre toda a terra até à hora nona.
grande voz. dizendo: Eloi. Eloi. lemá sabactâni? Isso, traduzido, é Deus meu. Deus
meu. por que me desamparaste?
isso, diziam: Eis que chama por Elias.
esponja em vinagre e. pondo-a numa cana,
deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos
se virá Elias tirá-lo,
expirou.
de alto a baixo.
dele, vendo que assim clamando expirara,
disse: Verdadeiramente, este homem era
o Filho de Deus.
40 – E também ali estavam algumas mulheres. olhando de longe, entre as quais
também Maria Madalena, e Maria, mãe de
Tiago, o menor, e de José, e Salomé.
ORIENTAÇÃO
AO PROFESSOR
Salvador, Jesus Cristo. Incompreendida pelos gregos e escândalo para os
judeus, a morte do Filho de Deus delineia-se como um dos acontecimentos
mais paradoxais da história. A grandeza
revelada na fraqueza, a inocência demonstrada na execução arbitrária e o
abrir mão do poder para sofrer os danos
de um processo desonesto e injusto.
Essas são apenas algumas das questões difíceis de ser compreendidas por
qualquer pessoa que analise o fato sem
a visão do propósito divino. Lamentavelmente, a morte do Senhor Jesus tem
sido banalizada em muitas pregações
atuais, ora servindo a objetivos que
nada têm com os revelados na Bíblia,
ora esquecida das mensagens, pois a
autoajuda, infelizmente, vem tomando
o espaço da pregação escriturística. É
preciso resgatar a mensagem da cruz,
tal como nos apresenta a Bíblia, tanto
nos hinos, pregações como nas aulas e
demais momentos de ensino.
os seguintes objetivos:
da cruz”;
3Traduzir o valor do sacrifício de Cristo no
processo da redenção de todas as coisas
e, principalmente, da humanidade.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
próprio mundo, o poder sempre foi algo
ambicionado. As pessoas querem ter a
sensação de que dominam e mandam.
Em se tratando de liderança espera-se,
por exemplo, que o líder seja alguém que
ofereça segurança aos seus liderados,
dando-lhes plena certeza de que tudo
correrá bem, e que todos os percalços
serão administrados. Até aqui, tudo bem.
As dúvidas surgem a partir do momento
em que passamos a pensar da seguinte
forma: E se a missão desse líder for justamente realizar aquilo que normalmente
é encarado como derrota? E se a lógica
dessa liderança não for a mesma do mundo corporativo e empresarial? Bem, nesse
caso será preciso entender tal perspectiva
para só então poder avaliá-la.
Essa é tarefa dessa aula. Levar os
alunos a refletir acerca do fato de que a
lógica divina é contrária à humana, logo, a
compreensão do milagre da encarnação,
e também da morte, do Senhor só pode
ser motivo de alegria a partir de uma visão do Reino. Questione-os assim: Como
padecer tendo condição de evitar? Como
apresentar-se como servo quando se é
Deus? Como submeter-se aos mortais
cuja vida foi dada por você mesmo? Como
permitir que alguém exerça autoridade sobre a sua vida, quando o poder ostentado
pela pessoa foi dado por você mesmo?
É exatamente assim que Jesus agiu em
relação às pessoas de sua época. Sendo
rico, se fez pobre. Tendo todo o poder,
não o exerceu, mas sofreu como um ser
humano sem prerrogativa alguma. Preso
e entregue às autoridades romanas pelos
próprios judeus, Ele não apenas padeceu
de forma horrenda, mas ainda intercedeu
ao Pai que perdoasse as pessoas que o
maltrataram e humilharam.
INTRODUÇÃO
coisas de Deus”. Esse ditado possui grande
similaridade com o texto de 1 Coríntios 2.14 que diz: “Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente”. Sem dúvida alguma a
morte de Jesus enquadra-se nessa perspectiva. Esperado com pompa nasceu em
meio à simplicidade. Aguardado como rei
nos moldes dos grandes soberanos do
mundo antigo, manifestou-se como filho
de um humilde carpinteiro de Nazaré. Pensado como imortal, apresentou-se como
um ser humano comum, sujeito a todas as
agruras da humanidade, tendo uma das
mortes mais dolorosas e humilhantes do
mundo antigo. Como entender tal personagem como a mais importante e central
de todo o universo? Realmente é difícil
para a mentalidade humana “natural” ou
racionalista. Essa é a nossa aula de hoje.
MORTE DE CRISTO
morte é consequência direta do pecado
(Rm 6.23). Quando o Criador advertiu ao
casal progenitor, Ele disse que no dia em
que eles desobedecessem, morreríam (Gn 2.17). Como se sabe, eles não “morreram” no dia em que comeram, mas além da separação e da barreira colocadas entre si e
também em relação ao Criador, passaram,
gradativamente, a decair, culminando na
morte física.
trazendo com esse ato de rebelião a morte,
houve uma ruptura radical entre Deus e a
humanidade (Is 59 2; Rm 5.12,17). Tal separação marcou a trajetória humana até o
nascimento de Jesus que, ao encarnar-se,
inaugura um novo tempo (Jo 1.11-13,17; Hb10.19-23). Enquanto o Filho de Deus não
vinha, o Criador oferecera várias possibilidades de arrependimento aos seres
humanos (Hb 1.1-3).
humanidade. Conforme a epístola aos
Hebreus informa, “quase todas as coisas,
segundo a lei, se purificam com sangue;
e sem derramamento de sangue não há
remissão” (Hb 9.22). Como o sistema legislativo do Antigo Testamento estipulava
que era necessário expiar os pecados através de sacrifícios de animais (Hb 8.1-10.18),
e posteriormente se concluiu que tais
sacrifícios nada mudavam em termos de
condição diante de Deus (e muito menos
do pecador em termos de arrependimento), houve a necessidade de um sacrifício
único e definitivo (Rm 5.8-11; Hb 7.18,19;
10,12). Esse foi o cumprimento total da lei
a que Jesus se referira, dizendo que “até
que o céu e a terra passem, nem um jota
ou um til se omitirá da Lei sem que tudo
seja cumprido” (Mt 5.18). Deus oferecera o
sistema e somente Ele podia encerrá-lo (Jo 1.17; Hb 10.19-23). De igual forma, o pecado
entrou no mundo através de um homem
e somente um novo representante da humanidade poderia vencê-lo (Rm 5.12-21).
Dessa forma vemos claramente a atuação
de Deus e da humanidade em uma única
pessoa. Deus executando, em Jesus, a justiça que cobrara e, ao mesmo tempo,
mostrando à humanidade, igualmente em
seu Filho, que era possível resistir ao pecado deixando de fazer a própria vontade
para fazer a do Pai (Mt 3.15; Jo 6.38).
deve começar pelo Antigo Testamento,
onde descobrimos, nas ações e palavras divinas, a natureza redentora de
Deus. Descobrimos tipos e predições
específicos daquEle que estava para
vir e do que Ele estava para fazer. Parte
de nossas descobertas provém da terminologia empregada no Antigo Testamento para descrever a salvação, tanto
a natural quanto a espiritual” (PECOTA,
Daniel B. A “Obra Salvifica de Cristo”. In
HORTON. Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma perspectiva pentecostal.
i.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 1996, P 335)-
O mesmo autor diz que todo “relacionamento interrompido clama por reconciliação, O Novo Testamento ensina com
clareza que a obra salvifica de Cristo é
um trabalho de reconciliação. Pela sua
morte, Ele removeu todas as barreiras
entre Deus e nós” (Ibid., p.355).
mesmo tempo, poder. É interessante pensar acerca do fato de que o sacrifício de
Jesus na cruz reúne, em si, o extremo dos
sentimentos. O apóstolo Paulo afirma que
“a palavra da cruz é loucura para os que
perecem; mas para nós. que somos salvos,
é o poder de Deus” (1 Co 1.18). Loucura
era um dos diagnósticos mais sombrios
da antiguidade, pois tirava a pessoa do
convívio da família, submetendo-a a um
estilo de vida extremamente precário e sofrido. Contrariamente, o poder, desde
sempre foi, e ainda o é, um dos maiores
desejos da frágil humanidade. O paradoxo
da cruz é que ela, instrumento de execução, torna-se, na perspectiva divina, e dos
que acolheram a palavra do Evangelho,
uma manifestação do “poder de Deus” (1Co 1.27-31),
uma de suas mensagens, ao falar de sua
morte e de como ela se daria, Jesus foi
interpelado pela sua audiência com a
seguinte objeção: “Nós temos ouvido da
lei que o Cristo permanece para sempre, e
como dizes tu que convém que o Filho do
Homem seja levantado? Quem é esse Filho
do Homem?” (Jo 12.34). Como já foi dito em
lições anteriores, o grave problema dos judeus era alimentar uma expectativa irreal
acerca do Cristo ou Messias. Enquanto eles
esperavam um rei político que reconstruísse o templo e restabelecesse o culto
judaico, o Enviado de Deus encerraria tal
sistema oferecendo-se, Ele próprio, como
sacrifício (Hb 7.22-28; 9.23-28; 10.11-18).
Além disso, havia também uma cláusula
gravíssima, na lei, para quem fosse executado com morte de cruz (Gl 3.13). Dai o
porquê de o judeu achar a pregação da
cruz um escândalo (1 Co 1.23).
é do conhecimento de todos, os gregos
supervalorizavam o conhecimento e a filosofia. Quem nunca ouviu falar da retórica
grega destilada através de uma oratória
impecável? Assim se formavam as escolas
de filosofia. Quanto mais poderoso, eloquente, persuasivo e convincente fosse o
argumento, mais adeptos se amealhavam
para aquela escola. Assim, quando o apóstolo Paulo fala que os “gregos buscam sabedoria” e que, de sua boca eles ouviríam
apenas a pregação acerca de “Cristo crucificado”, na verdade, ele está revelando
que se recusa a fazer um discurso cuja fé
das pessoas se apoiem em sua oratória e não no Evangelho (1 Co 1.22,23 cf. 2.1-5). O
que os gregos achavam loucura, explica-
-se pelo fato de que, na mitologia grega,
os humanos foram alçados à condição de
divindades, sendo os chamados semideuses. Uma mistura híbrida que resultara em
um ser imortal. Falar de um Deus que deixa
a condição de imortalidade submetendo-
-se a mortalidade é algo que equivale a
loucura para a mente racionalista grega.
Além do mais, para algumas correntes da
filosofia grega, o corpo era por si mesmo,
algo ruim e, portanto, a prisão da alma.
Logo, não havia nenhum sentido em um
Deus tornar-se um ser humano.
duplo nos ouvintes. Para aqueles que a
aceitam, significa salvação; para aqueles que a rejeitam, significa destruição.
Não existe nenhum meio termo: uma
pessoa é salva ou não. Paulo fala com
mais precisão daqueles que ‘perecem’
e dos ‘salvos’. A salvação não é experimentada em sua plenitude nesta vida,
nem a destruição espiritual é irreversível nesta vida. Existe um aspecto
escatológico para cada situação; tanto
a salvação quanto o julgamento têm
aspectos presentes e futuros” (PALMA,
Anthony. “1 Coríntios”. In ARRINGTON,
French L; STRONSTAD, Roger (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, i.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2003, p.937). Anthony Palma diz ainda
que para “os judeus e gregos, a mensagem era ‘loucura’ (v.18). Era loucura
para os gregos incrédulos porque não
coincidiu com sua noção de sabedoria.
Era debilidade e uma pedra de tropeço
para os judeus incrédulos porque não
coincidiu com sua noção de poder. Para
um judeu, um Messias crucificado era
uma contradição de termos, pelo fato
de alguém ser pendurado ou crucificado indicar a maldição de Deus sobre si
(Gl 3.13: cf. Dt 21.23)” (Ibid ).
NOSSA REDENÇÃO
religiosos baseiam-se na premissa de que
precisamos fazer alguma coisa para merecermos a salvação. O sacrifício do Filho
de Deus livra-nos dessa tentação, pois
somos salvos pela graça de Deus, pelo
dom imerecido do Pai que, através de Jesus Cristo, cumpriu todas as exigências do
sistema sacrifical, garantindo-nos salvação
(Ef 2.8). Pelo lado da lei Ele “cumpriu toda
a justiça” (Mt 3.13-15). Pelo lado humano,
Ele em tudo foi tentado, porém, não pecou, demonstrando que o casal progenitor podería ter resistido à tentação a que foram
submetidos (Hb 2.14-18; 4.14-16; Mt 4.1).
ser “deus”. O grande pecado da humanidade sempre foi querer ser como Deus.
No Éden, a proposta foi exatamente essa:
“sereis como Deus” (Gn 3.5). Após pecar,
a humanidade embruteceu, perdendo a
sensibilidade humana. Tal sensibilidade é
novamente demonstrada em Jesus que,
sendo perseguido, traído e mesmo morto,
continuou amando e não se desumanizou
revidando na mesma moeda (Mt 5.38-47;
Lc 23.34). É por isso que 0 Senhor ensinamos a sermos “perfeitos, como é perfeito
0 [nossol Pai, que está nos céus” (Mt 5.48).
Ser santo, não significa tornar-se um deus,
mas justamente 0 contrário, é vivermos
na condição humana, da forma como o
Criador projetou-nos para que fôssemos
(Cl 3.1-17). Tal padrão não se encontra na
figura do primeiro Adão, e sim na do Último, que findara perfeito (Ef 4.13).
3.3 – Livres da tentação de acharmos
que somos bons. Desde a completa degeneração antidiluviana (Gn 6.5,6,11.12), verificamos que a humanidade não consegue
produzir a boa vida e, consequentemente,
ser boa. Há em nossa natureza uma propensão natural para a prática do mal. E isso
a tal ponto, que o apóstolo Paulo chega a
dizer que 0 bem que ele desejava fazer não
conseguia, mas 0 mal que intentava evitar
era uma constante em sua vida (Rm 7.18-20). Nisso mais uma vez vemos a graça de
Deus, pois a despeito de sermos assim, Ele
nos salvou sem que praticássemos o bem,
ou mesmo fôssemos bons (Rm 5.8), Assim,
a bondade deve fluir de nossa vida como
resultado de termos acolhido a palavra
do Evangelho e de sermos imitadores de
Cristo (Ef 5.1; Fp 2.5-11).
AUXÍLIO DIDÁTICO 3
duas idéias: “ser liberto de algo e o
preço pago por esta liberdade”. Assim,
quando 0 apóstolo Paulo escreve em
1 Coríntios (6.20; 7.23) que os crentes
foram “comprados por bom preço”,
Palma esclarece que tal “aspecto
da libertação ou liberdade remonta
à libertação de Israel da escravidão
egípcia; lembra também a provisão
do Antigo Testamento para a alforria
de escravos. Paulo faz alusão a essas
verdades em Gaiatas 4 3-7. quando
lembra aos crentes que outrora estavam em escravidão, mas agora foram
redimidos, de forma que não são
mais escravos, mas filhos de Deus.
A imagem trazida à mente é de uma
feira em uma cidade da antiguidade,
onde os escravos eram frequentemente vendidos em leilões” (PALMA,
Anthony. “1 Coríntios”. In ARRINGTON,
French L; STRONSTAD. Roger (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, i.ed. Rio de Janeiro:
CPAD. 2003. P 939).
A morte de Jesus Cristo, diferentemente da imagem derrotista que alimentamos
acerca dos que sucumbem na batalha, não
foi fruto de fraqueza. Ao contrário, Ele morreu porque voluntariamente deu a sua vida
e também autoridade para que alguém o
executasse (Jo 10.11,17,18; 19.9-11). Longe de
uma derrota, foi a maior vitória que alguém
já obteve, pois representou o cumprimento
irrestrito de um caminho que todos os seres
humanos fazem de forma imperfeita: Jesus
nasceu, cresceu, desenvolveu e morreu,
sem nunca ter desobedecido ao Pai. Ele
venceu e, como a nossa fé apoia-se nEle,
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
Como o sistema legislativo do Antigo
Testamento estipulava que era necessário
expiar os pecados através de sacrifícios
de animais (Hb 8,1-10.18), e posteriormente
se concluiu que tais sacrifícios nada mudavam em termos de condição diante de
Deus (e muito menos do pecador em termos de arrependimento), houve a necessidade de um sacrifício único e definitivo
(Rm 5.8-11; Hb 7.18,19; 10.12).
2.Como é possível a cruz ser, ao mesmo
tempo, o poder de Deus para alguns e
loucura para outros?
vê a cruz, O apóstolo Paulo afirma que
“a palavra da cruz é loucura para os que
perecem; mas para nós, que somos salvos,
é o poder de Deus” (1 Co 1.18).
palavra da cruz ser loucura.
preciso que o aluno entenda o fato de
o grego avaliar a sabedoria e vê-la com
características muito distintas das da
mensagem da cruz.
nos livra de três grandes tentações. Cite-as.
“deus” e a tentação de acharmos que
somos bons.
qual delas você mais se identificava antes
de acolher a palavra do Evangelho?
ele deve cuidar-se, pois a tentação de
voltarmos a ser o quejá fomos é sempre
uma constante.